27 outubro, 2021

Você é chama eu sou lenha

 

 

Eu poderia te descrever os meus desejos

De forma tão intensa tão explícita

De como desejo ler teu corpo

Como um poema que o próprio autor recita

Mas prefiro viver este momento lúdico

E quando você sentir o teu corpo lúbrico

Saberás o quanto te excito e você me excita

 

Por isso não quero te fala como eu faria

Eu quero te mostrar com eu faço

Eu não quero imaginar como seria

Eu quero sentir o calor do teu abraço

Eu não quero dizer o que diria

Nem imaginar o que você  sentiria

Quero sentir o que sente enquanto te amasso

 

Eu quero acessar o site do teu coração

Desbloqueia e sem medo me mostra a senha

Deixa eu navegar no sistema de teu corpo inteiro

Se quiser navegar no meu diga sim e venha

Vamos acender o fogo do nosso desejo

Para acender não precisa muito basta um beijo

Você é chama e eu sou a lenha

 

 

Francis Gomes

Vidas virtuais

 

 

 

Vizinhos que nunca se encontram.

Encontros simplesmente casuais,

Amigos, amores, paixões

Amantes de encontros virtuais

Beijos, abraços sem toques

Carinhos que não deixam digitais

 

Choro e sorrisos digitados

Corpos que se tocam sem calor

Mente cheia de imaginação

E coração vazio de amor

Elogios e declarações a uma foto

Amor realmente sem valor

 

Mundo de muitos amigos sem amigos

O concreto perdeu suas digitais

As pessoas morrem prematuramente

Na ilusão que se tornaram imortais

Morrendo para a vida que importa

Se importando em viver vidas virtuais

 

 

Francis Gomes

 

Beleza mística

 


 

Nós não somos perfeitos

Todos nós temos defeitos

Somos rudes e inteligentes

Algo que para um está errado

Para outro o deixa apaixonado

E é isso que nos faz tão diferentes

 

Tudo tem beleza e encanto

Tanto o profano como o santo

Até no pecado que seduz o pecador

A beleza não está na ausência de defeitos

Mas no olhar sem preconceitos

Com uma pitadinha de amor

 

 

Francis Gomes

Sobre choro e nó na garganta

Trecho do livro "Dente-de-leão: a sustentável leveza de ser" - Escritor Sacolinha