Mãe... - por que ir, assim, em tão tenra idade?
Por que me deixas se, apenas, tenho eu nove anos?
Por que me levas a arquivar os meus planos?
Mesmo que voltes e me digas: - como é a eternidade?
Mãe... - tu eras o meu casaco, o meu sapato, o meu chinelo,
Tu eras o meu tudo e, agora, te transformas no meu nada,
Pois como pássaros que voam... - a morte bate em retirada,
És tu a estrela que se apaga no meu céu límpido e singelo.
O Governante, o Rei, a Força, e, o Poder te chama,
A habitar o verdadeiro lar do amor que vem e inflama,
E a minha vida não definha, mas, antes, a ti ama!
Quero, eu, que o tempo passe, um agosto após agosto,
Hei de ser reto como até aqui tu me tens posto,
Por almejar, um dia, de novo, oscular-te o rosto!
Poesia nos muros
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