Quisera estar novamente ao pé da serra,
Para contemplar o jeito brejeiro da Guiomar,
A água da fonte entre as pedras a jorrar,
Ante o silêncio que o sopé se me encerra.
Quisera sentir de novo o abraço terno,
O par de seios roçar de leve em meu peito,
O beijo adolescente, lúbrico, e, sem jeito,
Diante da jura singela de um amor eterno.
Quisera sentir o entrelaçar de nossas coxas,
E, o doce perfume das açucenas roxas,
Ante a loucura de nossos treze anos.
Quisera sentir de novo o perigo tão viável,
De um defloramento ou da gravidez indesejável,
Como se, ainda assim, fôssemos decanos.
Poesia nos muros
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