30 junho, 2005

Evento literário.

Pavio da Cultura
(Troca - troca literária)
Dia 09 de julho acontecerá o 3° Pavio da cultura (Sarau literário).
Literatura - Música - Cinema - Teatro
Local: Centro Cultural Francisco Carlos Moriconi - Rua Benjamin Constant, 682 - Centro - Suzano.
Ás 20h:00.

De onde vem nossas palavras?
Hélio Consolaro*

Tudo tem a sua história. A língua portuguesa não é diferente. Toda língua possui uma história que se confunde com a de seus falantes, ou seja, o seu povo. O português também é assim. Nossas palavras vêm de várias fontes. Vejamos:1ª) Fonte primária e básica é o LATIM FALADO, que os filólogos denominam de `latim vulgar`. Este latim era levado pelos soldados romanos a cada região conquistada pelo império. Em cada terra, os soldados romanos se misturavam na convivência, que também gerou uma mistura lingüística do latim vulgar com a língua nativa do lugar, dando origem a vários idiomas, como: português, castelhano, catalão, provençal, francês, rético, italiano, sardo, dalmático (morto) e romeno.A Península Ibérica foi conquistada no século III A.C.. Nela habitavam celtas, iberos, fenícios, gregos e outros grupos. Celso Cunha diz que poucas palavras destes povos permaneceram no português, como: balsa, barro, carrasco, louça, manteiga e alguns sufixos.2ª) LATIM ESCRITO usado pela Igreja Católica e pelos intelectuais, de onde nasceram as palavras eruditas no português, como: celeste, fascículo, homúnculo, lácteo, miraculoso (de milagre).3ª) Outras línguas, quase sempre neolatinas, das quais recebemos palavras que tiveram origem também no latim, como `amistoso`, ligado à palavra castelhana amistad (no português amizade), do latim amicitate.4ª) Invasões estrangeiras. Os visigodos, no século V, como os árabes, do século VII ao XV, estiveram na Península Ibérica, por isso há no português várias palavras de origem gótica, como: albergue, bando, guerra, trégua; de origem árabe, como: alface, álcool, cifra, faquir, tripa, xadrez.De 1580 a 1640 Portugal permaneceu sob o domínio espanhol, são desta época o espanholismo, como: alambrado, granizo, hombridade, neblina redondilha, tablado, vislumbrar.5ª) Imigrações. Já no Brasil, o português sofreu influência dos negros, que foram trazidos como escravos, como acarajé, candomblé, dengue, vatapá. Recebemos palavras também do povo nativo, os índios, principalmente nos nomes dos acidentes geográficos e das cidades. Depois dos europeus e asiáticos vindos ao Brasil no final do século XIX e início do século XX, como: italianos, espanhóis, japoneses. Por isso, o português do Brasil foi se distanciando do português de Portugal.6ª) Influência cultural. A intelectualidade brasileira já sofreu forte influência cultural da França, por isso temos palavras importadas do francês, como: chique, croqui, tricô, menu, omelete, purê, sutiã. Atualmente sofremos uma influência forte do inglês norte-americano, como: basquete, vôlei, boxe, ringue, uísque, nocaute, cartum, filme. Havendo muitas palavras que conservam a ortografia inglesa, como: marketing, software, overnight, holding, lobby.o português continua aberto à importação de termos estrangeiros, principalmente em tempos de globalização¹.

*Hélio Consolaro e professor do Ensino Médio, cronista diário da Folha da Região e coordenador do site: http://www.portrasdasletras.com.br
hconsa@uol.com.br

¹Matéria retirada do site Amigos do Livro.

29 junho, 2005

Cooperifa na área

SARAU DA COOPERIFA

NESTA QUARTA-FEIRA 29 DE JUNHO, O SARAU DA COOPERIFA VAI CONTAR COM O LANÇAMENTO DO LIVRO " HIP HOP A LÁPIS, O LIVRO" PRODUZIDO POR TONI C. DO SITE VERMELHO.ORG (SORTEIO DE LIVROS GRÁTIS). TAMBÉM VAMOS RECEBER A VISITA DO PESSOAL DA REVISTA RAP BRASIL.
RUA BARTOLOMEU DOS SANTOS, 797 JD. GUARUJÁ (CHÁCARA SANTANA) AO LADO DA IGREJA DE PIRAPORINHA - ZONA SUL DE SÃO PAULO.

E DIA 10 DE AGOSTO SEDIAREMOS AQUI NA COOPERIFA O LANÇAMENTO DO ROMANCE MAIS ESPERADO DOS ÚLTIMOS TEMPOS: "GRADUADO EM MARGINALIDADE" DO ESCRITOR SACOLINHA.

Abs* Sérgio Vaz


Hoje em Suzano haverá uma palestra do escritor Marçal Aquino.Local: Centro Cultural Francisco Carlos Moriconi - Rua Benjamin Constant, 682 - Centro - Suzano - S.P
Horário: 20h:00
Obs* Chegar 30 minutos antes para pergar o convite.

E dia 05 de julho será a vez de Fernando Bonassi... Aguardem!

28 junho, 2005

Sacolinha!!!

LEIA MAIS TEXTOS DO ESCRITOR ADEMIRO ALVES (SACOLINHA) NO SITE RECANTO DAS LETRAS. www.recantodasletras.com.br/autores/sacolinha

Literatura.

O que é Literatura?
A Literatura, como toda arte, é uma transfiguração do real, é a realidade recriada através do espírito do artista e retransmitida através da língua para as formas, que são os gêneros, e com os quais ela toma corpo e nova realidade. Passa, então, a viver outra vida, autônoma, independente do autor e da experiência de realidade de onde proveio. Os fatos que lhe deram às vezes origem perderam a realidade primitiva e adquiriram outra, graças à imaginação do artista. São agora fatos de outra natureza, diferentes dos fatos naturais objetivados pela ciência ou pela história ou pelo social.O artista literário cria ou recria um mundo de verdades que não são mensuráveis pelos mesmos padrões das verdades fatuais. Os fatos que manipula não têm comparação com os da realidade concreta. São as verdades humanas gerais, que traduzem antes um sentimento de experiência, uma compreensão e um julgamento das coisas humanas, um sentido da vida, e que fornecem um retrato vivo e insinuante da vida, o qual sugere antes que esgota o quadro.A Literatura é, assim, a vida, parte da vida, não se admitindo possa haver conflito entre uma e outra. Através das obras literárias, tomamos contato com a vida, nas suas verdades eternas, comuns a todos os homens e lugares, porque são as verdades da mesma condição humana.
Texto publicado originalmente no site Amigos do livro.
(Afrânio Coutinho)

27 junho, 2005

MAIS...

Acessem a nova versão do site Rap Nacional; muitas novidades: são fotos, entrevistas, textos literários, músicas e muita informação. www.rapnacional.com.br


PROJETO O AUTOR NA PRAÇA:
Apresenta Tarde Poética com

José Galas e convidados

O Autor na Praça realiza no próximo sábado, dia 2 de julho, Tarde Poética, com autógrafos do livro Entortador de Sentidos, de José Galas e participação de convidados: Marcelo Ferretti, do Grupo Viva Voz, apresentando músicas compostas a partir das poesias do autor piauiense José Galas, os autores da Edições K, Wladimir Cazé e Estevão Azevedo, vão fazer leituras e o cartunista Junior Lopes realizando caricaturas. Informações sobre o autor abaixo.

SERVIÇO:
O AUTOR NA PRAÇA - José Galas - Tarde poética com autógrafos, leituras e músicas.
Dia 02 de julho, Sábado, 14h - Entrada Franca.
Espaço Plínio Marcos - Feira de Artes da Praça Benedito Calixto
Informações: Edson Lima - Tel. 3085 1502 / 9586 5577 -
oautornapraca@oautornapraca.com.br
Realização e Produção: Edson Lima e Associação dos Amigos da Praça Benedito Calixto

Sobre o convidado e o livro:

José Galas, jornalista, poeta de danças e andanças, que canta ironias e insônia, tece seu primeiro livro de poesias: Entortador de sentidos.

A pena do poeta garimpa o universal no rústico, nos sabores, cheiros, objetos e personagens do sertão/mar e em paisagens literárias. Em "laços fora", um de seus poemas, o poeta define seu traço: conterrâneo só de vez enquanto. Por vezes, mudo e afiando facas como um turco; outras sentado a passeio no arreio, de espora e gibão. Ora a deriva no banzeiro das águas. Tudo isso enquanto observa minissaias que passam em sua frente com as palavras de fora. Este piauiense de escrita visceral viaja por uma linha nem um pouco firme entre o ledo engano e os pioneiros, escrita de quem leu Leminski, Bukowsky, Ezra Pound e foi mais uma das vítimas do Tropicalismo.

Entortador de Sentidos é o primeiro título da Editora Desenredo:

No conto Desenredo, o mestre Guimarães Rosa nos conta a história de Jó Joaquim, pobre diabo que se apaixona por mulher casada, Virília. O marido, certo dia, descobre a esposa com o amante. Qual não é a nossa supressa e a do pobre diabo, trata-se de um terceiro companheiro de travesseiro de Virília! O importante é que, após separações, reenlaces e novas traições, com o marido morto e a mulher expulsa da cidade, o apaixonado se dedica a recriar a história de Virília, apagando de seus lençóis qualquer impureza, transformando-a de pecadora a beata. Com habilidade de contador de histórias, consegue convencer a cidade e até mesmo a mulher, que retorna "pura" para viver ao lado dele. Assim também funciona a literatura: faz de qualquer tempo matéria-prima para um novo presente. Reconstrói os enredos para adequá-los ao espírito de seu tempo. Por isso, tão importante quanto ao que já se fez é o que se faz. A literatura em construção, orgânica, viva, capaz de suscitar um diálogo de corpo presente entre autores e leitores. Foi para tentar contribuir com pelo menos um pequeno tijolo no arranha-céu infinito da literatura, apresentando autores que, bem ou mal, daqui a algumas décadas serão lembrados
como os de nosso tempo, que Desenredo, a editora, nasceu. Desenredo, literatura em obras.
(Os editores)

25 junho, 2005

Novidades...

BIBLIOTECA COMUNITÁRIA
Devido ao sexto FAVELA TOMA CONTA confirmado para o dia 16/07, a inauguracão da BIBLIOTECA COMUNITÁRIA SUBURBANO CONVICTO dentro da quadra do BLOCO CARNAVALESCO SANTA BARBARÁ será dia 23/07.
PALESTRA COM SERGIO VAZ, SACOLINHA e LUIZ ALBERTO MENDES
Coquetel............
Doe livros para biblioteca, ajude a revolucionar !!!!!!!!!!!!
INF: alessandrobuzo@terra.com.br
www.suburbanoconvicto.blogger.com.br

SUBURBANO CONVICTO PRODUCÕES APRESENTA.......
FAVELA TOMA CONTA (sexta edicão). Com os 4 elementos, hip hop de rua !!!! 16 grupos de São Paulo e Rio de Janeiro. DIA 16 DE JULHO - A PARTIR DAS 12 HS. SHOWS COM..... VRL (Itaquá) SOBREVIVENCIA CONSISTENTE (Vale do Paraiba). SZL (Mogi das Cruzes). EXL ALERTA VERMELHO D`ELEMENTOS AUTENTICOS MC`S BONNE DEE BAND BOM FILOSOFIA DE RUA PROVÉRBIOS 23 TRIBUNAL MC`S NEGO CHIC E OS GUERREIROS DINHO K 2 (RJ) MANUSCRITOS (RJ) DUDU DE MORRO AGUDO (RJ) FIELL (RJ) Lancamento oficial do CD: `Arbitro da Propria Vida` do rapper FIELL do RJ. GRAFFIT BREAK COM OS B.BOYS ANDREZINHO E EDUARDO DISCOTECAGEM: DJ ZÓIO APRESENTACÃO: ALESSANDRO BUZO
Doe 1 livro ou 1 kg de alimento. LOCAL: Av Marechal Tito (Ao lado do Mercado D`Avó do Itaim Paulista. Inf: (11) 8218-7512 ou alessandrobuzo@terra.com.br

24 junho, 2005

Próximo lançamento.

Por Toni Vermelho.
Lembro-me daquela tarde de 2002, em que participava de uma reunião de pauta com a redação do Portal Vermelho e propus " Por que não temos uma seção de hip-hop no site?"Alguns torceram o nariz, outros franziram a testa. Prontamente, o editor do site, Bernado Joffily, desafiou-me: "Se você coordenar isso..."Tinha como referência o livro Nação Hip-Hop, de Mano Shetara. Todos disseram como quem não bota fé: "Mando o texto para você e vê se rola!"Surgiu, aí, o Hip-Hop a lapís.Dois anos depois, com ar de quem não bota fé, escrevo a contracapa do livro.O mineiro Aldanny teve outras responsa e passou o lápis para a pernambucana Nina Rodrigues, que entrou para somar no time.Criamos uma seção para convidados, pela qual já passaram gente como Eazy Nylon, Sérgio Vaz, Mano Brown e o saudoso Bezerra da Silva. Passou também gente não menos especial como Ridson Dugueto, Renegado, José Luiz, Lotto, Samantha Pilar, e Hot Black, para mencionar apenas alguns.Este deve ser o primeiro livro que muitos irão ler. Mas é também o primeiro livro da maioria desses humildes autores.Essa é a Revolução Silenciosa,do Hip-Hop fazendo Escola.Toni C. editor e colunista da seção Hip-Hop a Lápis.
Lançamento será dia 25 de junho sabado na galeria olido centro de SP em frente a praça da república. as 3 da tarde.

23 junho, 2005

Colunista.

Presente de Natal.
(Alessandro Buzo)

Os sete mesês que Gustavo passou desempregado, vivendo de bicos não foi nada perto deste mês de dezembro. Com a proximidade do natal ele começou a se sentir mal, uma coisa que pegava ele de dentro para fora, atê sua esposa Vilma se ligou e tentou animar o seu amor, mais nada tirava da cabeça de Gustavo que a quinze dias do natal ele não tinha um real no bolso, seus dois filhos Bruna de 6 anos e Beto de 4, queriam seus presentes como todo criança, ainda mais com a avalanche de propagandas na TV, Gustavo imaginava o seu natal sem Perú, sem panettone, sem ter o que comer.
Seu orgulho estava muito ferido, mas não o suficiente para pedir ajuda a familia de Vilma que são um pouco melhor de vida e nunca aceitaram a união dela com Gustavo. Ele saiu no dia 6 de dezembro de pé do Itaim Paulista atrás de um emprego ou um bico talvez, algo que aliviasse sua dor e sua revolta, foi sentido Itaquaquecetuba, passou m algumas fabricas e nada, seguiu andando e procurando, nem pensava na fome que sentia mas imaginava a fome que sua familia sentia em casa neste momento. Retornou pior do que saiu, chegando em casa encontrou a esposa feliz, ela tinha ganho uma cesta basica num projeto social e preparava o almoço, de mistura uma lata de atum que veio na cesta.
Gustavo comeu um pouco e saiu, queria mudar essa situação, procurou Neto, Breno e Foice, seus ex parceiros do crime que ele largou para trás quando casou-se com Vilma. Os amigos receberam Gustavo no barraco do Foice, ele passou a situação e os amigos apesar de sentidos por ele ter sumido lhe ofereceram ajuda financera, mais Gustavo não queria ficar devendo favor e disse: - Quero ir com vocês numa fita, não quero dinheiro emprestado. - Mas você não é mais disso mano. Disse Breno. - A ocasião faz o ladrão. Retrucou Gustavo.
Os amigos concordaram e Breno disse: - Guga (era como ele era chamado no crime), tem um roubo de uma carga valiosa que a gente vai grudar e levar direto pro receptador, vai render 20 mil na hora em dinheiro, você pega os seus cinco mil e volta para sua familia que aqui não é mais seu lugar, todos concordam ? E todos concordaram, a cena seria na quarta e a fita estava toda dada, eles tomariam o caminhão em Cumbica (Guarulhos) e levariam até o Parque Novo Mundo. Para aliviar um pouco a barra, Gustavo aceitou 50 reais do Foice, pagaria na quarta.
As sete da manhã do dia 8 de dezembro, Breno, Foice, Neto e Gustavo se encontraram em frente a estação do Itaim Paulista, o carro que iriam usar tinha que ser roubado na hora. Foram para uma rua paralela à Av Marechal Tito e avistaram uma mulher tirando o carro da garagem, um Palio. Renderam ela sem problemas e partiram para o local da cena, o plano era simples.
Por volta das oito e meia, iria passar por ali um caminhão vermelho com um cristo no centro do vidro, esse era a vitima, eles renderiam o motorista e o ajudante, o Palio seguiria o caminhão até perto do local de entrega, o motorista e o ajudante estariam trancados no porta malas, proximo ao Parque Novo Mundo eles se separavam a Gustavo e Foice no Palio abandonariam o carro longe, enquanto Neto e Breno entregavam a carga e recebiam a grana.
No local marcado deu oito e meia, oito e quarenta e nada, passava alguns caminhões vermelhos mais nenhum com o Cristo no vidro, até que as cinco para nove surge o caminhão, ao parar no farol o Neto e o Breno agiram, cada um entrou por uma porta armados. Não ouve reação e seguiram para uma rua menos movimentada, o palio seguindo.
Pararam a colocaram com dificuldades os dois no porta malas do palio que é pequeno. Seguiram o caminho normalmente e o palio não ficava tão proximo para não chamar a atenção. Se pintasse sujeira Foice e Gustavo tinham que chegar chegando, matar se for preciso. Mas a escolta seguiu normal até o posto Tigrão na Via Dutra, altura do Parque Novo Mundo, então o caminhão saiu da pista e o Palio acelerou, muito para frente Gustavo estacionou e deixaram o carro com os dois presos parado numa rua qualquer e partiram.
Chegaram na padaria em frente a estação do Itaim e Neto e Breno tomavam cerveja, pediram mais uma e dois copos, depois foram para o barraco de foice e dividiram a grana, Gustavo pagou o galo que foice emprestara para ele, depois agradeceu os amigos e partiu.
Comprou presentes para mulher e para os filhos, foi no Da Avó e encheu o carrinho de guloseimas, Perú, panettone não podia faltar, queijo, refrigerante, cerveja, biscoitos, danones, mistura de todo tipo e de taxi chegou em casa, a Vilma que desde que ele saiu não parou de rezar abriu um sorrizo ao ve-lo, mesmo não tendo concordado com o que ele tinha feito.
Tiveram uma grande ceia de natal no dia 24 para dia 25, no dia de natal ele fazia um churrasquinho. No dia 24 a casa caiu para o receptador do caminhão que não resistindo ao pau que tomou delatou o Breno que era o unico que ele conhecia e também o unico que ele sabia onde morava, como o motorista do caminhão disse que foi dois homens, a policia queria que Breno já preso desse o parceiro, ele apanhou por horas até dizer: - Eu levo vocês lá.
Sabendo que Neto e Foice não poupariam ele em caso de traição e não aguentando mais apanhar ele levou a policia até a casa de Gustavo que foi preso na frente da familia em pleno churrasco. No camburão Gustavo olhou para Breno e perguntou: - Porque me dedurou. - Eles pensam que foram dois e tinha que dar alguém senão eles me matariam. Gustavo esta preso no 50 DP e Breno foi transferido para o 22 DP porque os presos queriam pega-lo. Gustavo olhou para cela lotada e lembrou do rosto de sua mulher chorando, pensou: - Se Deus me tirar dessa eu largo de vez o crime. Mesmo apanhando Gustavo não delatou ninguém, no 22 DP Breno deu os outros dois parceiros para os homi, Foice foi preso e Neto desapareceu sem deixar noticias.
Alessandro Buzo é autor de O trem e Suburbano Convicto.
Atualmente escreve o seu terceiro livro. O romance contemporâneo
"Graduado em Marginalidade" do escritor Sacolinha
terá um prefácio assinado pelo Alessandro Buzo.

22 junho, 2005

Feliz aniversário!!!

Aniversário do poeta Sérgio Vaz
Zé Batidão convida a todos amigos do sarau para curtir o aniversário do poeta. Neste domingo 26.06.05 a partir das 11hs. Samba, Poesia e MPB para comemorar o aniversário do guerreiro. O churrasco, presente dos amigos, é por nossa conta, mas a cerveja... Venha passar uma tarde legal com a família Cooperifa.
Local: Zé Batidão - Rua Bartolomeu dos Santos 797 - Chácara Santana (jd. guradujá) ao lado da igreja de Piraporinha
Inf: (11) 5891.7403
"O Brasil vai melhorar quando o povo começar a roubar livros e camisinha"
Ademiro Alves (Sacolinha)

20 junho, 2005

Filosofia.

Olá Amigos e Amigas.
Segue algumas datas de encontros da APROFAT (Associação dos Professores de Filosofia do Alto Tietê).
Contamos com todos para a divulgaçao desses encontros.


03/07 - "Poesia e resistência" - Prof. Roberto - UMC, 16:00 hs APAC

31/07 - "Dualismo Antropológico" - Prof. Sandro - Mestrando em Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública da Universiadde de São Paulo, 16:00 hs APAC;

21/08 - "A origem da cultura segundo René Girar" - Ivanir Signorini, FAI, 16:00 hs APAC;

31/09 - "O Homem quem ele é?" - Elton da Silva, Prof. de Filosofia, 16:00 hs APAC

Marco Aurélio
(APROFAT) Associação dos Professores de Filosofia do Alto Tietê.
Filosofia sem café.
Onde: Espaço Cultural APAC.
Rua Augusta Carvalho de Morais, 50 – Centro de Suzano – S.P

19 junho, 2005

O ROMANCE...

Vem aí, o primeiro livro do escritor Sacolinha

Graduado em Marginalidade é um romance urbano contemporâneo. Obra de 28 capítulos, 168 páginas e 311 personagens. Terá a participação de Ferando Bonassi Alessandro Buzo, Sérgio Vaz, Ferréz, Juan Perone (Escritor Cubano) e do Instrutor técnico literário e dentista formado pela USP Bruno Capozolli.. A capa será uma foto de um jovem negro sem camisa e calça branca (capoeira) segurando o amor. A imagem será do umbigo pra baixo.Todos os que já leram esse livro, acharam fantástico o jogo literário que o autor fez na estória. Sem dúvida uma bela e triste estória.

Currículo do autor


Ademiro Alves (Sacolinha), nasceu na cidade de São Paulo.

É idealizador e atuante do projeto cultural “Literatura no Brasil”, que trabalha com 1.300 leitores cadastrados.

Participa da revista Caros amigos "Literatura Marginal" ato III lançada em Maio de 2004.

Participa de três antologias: “No limite da palavra” editora Scortecci, “ARTEZ - vol. V” Meireles editorial e “O Rastilho da Pólvora” Cooperifa.

Colunista de 06 (seis) sites nacionais.

Presidente do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Sócio cultural Negro Sim.

Coordenador de literatura na Secretaria Municipal de Cultura de Suzano.

Sacolinha como é conhecido, é ativista cultural. Dá palestras sobre literatura e questão racial, realiza debates e desenvolve eventos beneficentes.

Contatos com o autor: (11) 83252368 - 47591949
E-mail:
sacolagraduado@bol.com.br

17 junho, 2005

Oportunidade!!!

Portas abertas
O projeto cultural Literatura no Brasil, está aceitando textos para serem divulgados na “Sexta Fase” do projeto, que será lançada em agosto de 2005. Todo texto que o projeto recebe, é analisado por uma comissão literária e se aprovado for, será trabalhado durante quatro meses (Uma fase). Debates, palestras, rádios comunitárias, exposições, eventos, feiras literárias, saraus, encontros sociais, e Internet, são os ambientes onde o Literatura no Brasil divulga os textos. Áqueles que trabalham com literatura, ou seguem a carreira de escritor, não percam essa oportunidade, são mais de 1.400 leitores de todo o Brasil, cadastrados com o projeto.
Á direção.
Próximo Pavio!
O próximo Pavio da Cultura será no dia 09 de julho, segundo sábado do mês. O poeta Everaldo Ferreira, frequentador assíduo do evento e colaborador do projeto cultural Literatura no Brasil, deu a idéia de haver uma troca de textos no dia. Portanto, o título do próximo Pavio da Cultura será: Troca - troca literário.
Não percam, haverá contadores de estórias, filme, performances teatrais, recitação, excitação e masturbação de poesias. Tudo isso em apenas 2 horas de duração, porque o Pavio da Cultura é curto e a bomba explode facilmente.
Atenciosamente... Sacolinha!!!

16 junho, 2005

Sarau com fogueira.

Novidades
(Por Allan Santos da Rosa)
Salve, povo valoroso. É o seguinte, neste sábado 25/6 vamos agilizar uma Comunhão com a Poesia, com os esperançosos e ativos alunos aqui do Cursinho do CRUSP. Vamo fazer um sarau com essa leva de gente que vem de longe, acostumada a dançar na beira, a sonhar grande e que tá afim de infectar mais e mais as universidades públicas, com a presença de gana e carinho e dendê periférico. Como vão cair no vestibular questões sobre o Fernando Pessoa e seu lado Alberto Caeiro, este vai ser um dos motes de chamada pro Sarau: os poemas do A.Caeiro. Mas outros giros vão pintar. Os outros dois motes são: *Cada pessoa que quiser, ler os próprios versos que compõe
*Cada pessoa que quiser, ler os poemas e letras que admira e que tá afim de partilhar. Tá firmada a presença de 30 a 40 alunos, de professores do cursinho, de ativistas culturais da Z.S e da Z.O e de poetas: sem marra, sem afetação, mas querendo passar as suas mensagens. O encontro pra estudar o sentimento e pra sensibilizar o estudo será no Mirante da Faculdade de Física, o ponto mais alto da Ilha USP, onde se tem um visú amplo pra cidade, pegando da Av. Paulista até Osasco. Lá partilharemos uma fogueira, tomaremos um vinho, assaremos batata-doce a partir das 16hs30min - quatro e meia da tarde- horário pensado e desde já ansiado, pra curtirmos juntos o Pôr-do-Sol com Poesia, essa dádiva de se enamorar com as palavras e seu ritmo, suas melodias. e acalentar nossa necessidade de expressar a saudade, a raiva, o amanhã, o carinho, as dúvidas...os bueiros, as fagulhas e os vôos da vida. Todas as pessoas de boa-vontade estão convidadas.
É isso aí, como pipas que voam nos ventos do Ontem, com a linha do Presente, tirando laça com o Futuro.
AXÉ Allan da Rosa.

15 junho, 2005

Novo conto!

Hipocrisia
(Fernanda Hanna)

Todos os dias passo por aquela rua estreita do Grajaú e vejo a velha
na janela.
Nunca a deixa.
Ela e uma xícara velha.
Sempre me questiono acerca do conteúdo.
A curiosidade me consome.
Não mais do que a de entender a velha na janela.
Sempre lhe digo o tradicional “dia!!!” e nada me responde.
Assim concluí os estudos, cresci, me fiz homem, casei e tive filhos,
os quais seguiram a mesma trilha e viram todos os dias aquela senhora e
sua xícara acostadas no para-peito daquela janela.
Toda a vizinhança curiosa indagava sobre a cena, mas ninguém ousava aproximar-se muito porque havia comentários dando conta de que era bruxa.
E só podia ser.
Tantos anos na mesma posição, explicação plausível deveria haver.
E o povo especulava.
Um dizia que ficava assim porque matou o marido de tanta ordens
Que lhe dera.
O pobre desgostou e morreu.
Outro dizia que destruíra a felicidade da filha matando o genro em um
Grande poço.
Sim, por tratar-se de um plebeu deu venenos de encantamento inverso
Ao moço que, entorpecido, não viu a fossa e ali mergulhou
Profundamente e permaneceu para sempre.
Há quem diga que ainda nestes dias ouvem-se gritos no escuro, apesar
do escuro.
A neta tomou para si e logo botou em um internato só para moças, onde
Permanece, com previsão de saída aos vinte e um anos, para casar com
O neto do banqueiro.
E só com ele, porque dinheiro é bom e a tradição familiar há que ser
Mantida.
Assim, depois de tantos felizes e bons arranjos, em um dos seus
Preparativos para uma nova empreitada, desta feita tentar contra a
Empregada, com quem o velho, antes de morrer, a havia traído muitas
Vezes, inclusive com filhos, bastardos, mas filhos, um acidente provocou-lhe a cegueira.
Pó de maldade vendou-lhe os olhos para sempre, mas ressoa em sua mente até os dias de hoje, o que a faz desvairada e insana, os gritos desesperados daqueles que desgraçou.
No inferno das horas que teimam em passar tudo se ouve.
Merece, portanto, a serpente a cegueira, a janela e a velha xícara.
A primeira para que se perca.
A segunda para que a vejam perdida.
E a terceira, vazia.

14 junho, 2005

Notas!

Em agosto, além do lançamento do romance Graduado em Marginalidade, também serão lançadas mais camisas do projeto cultural Literatura no Brasil.

Vem aí o livro Literatura Marginal...

Dia 03 de julho é o sexto Favela Toma Conta, evento beneficente no Itaim Paulista produzido pelo escritor e ativista cultural Alessandro Buzo.

16 de julho: Inauguração da Biblioteca Comunitária no Itaim Paulista.

Aguardem o cd de poesias da Cooperifa.

Dia 17 de junho o Literatura no Brasil traz para Suzano a escritora Esmeralda Ortiz. A palestra será ás 19:00 na Comunidade Kolping do Jardim Revista.

Dia 05 tem palestra com escritor Fernando Bonassi no Centro Cultural de Suzano.

E no dia 21 tem relançamento do livro Cadernos Negro vol. 27 de poesias, também no Centro Cultural de Suzano.

13 junho, 2005

Novidades!!!

O 2° Pavio da Cultura foi um tremendo sucesso. Quase que o Centro Cultural pegou fogo mesmo, pois o pavio queimou até o fim. Houve recitais, performances teatrais, música, filme, homenagens, piadas, declarações de apaixonados e sorteios de livros e camisas.
Muita atenção para o 3° Pavio da Cultura. Será dia 09 de julho. Desde o mês de maio foi acordado entre o Secretário de Cultura Walmir Pinto e o Coordenador de Literatura da Secretaria Municipal de Cultura que este evento acontecerá todo segundo sábado de cada mês.
O Pavio da Cultura é o momento de encontro dos escritores e poetas da Região do Alto Tietê e conta com o apoio do Projeto Cultural Literatura no Brasil.
Grupo de literatura e fanzine, “Rastilho”.
Reuniões todas ás terças-feiras ás 19h:00 no Espaço cultural APAC.
Rua Augusta Carvalho de Morais, 50 – Centro de Suzano – S.P
Informações: 91335960 /
lygiacanelas@yahoo.com.br

(APROFAT) Associação dos Professores de Filosofia do Alto Tietê.
Filosofia sem café. Todo último domingo de cada mês, ás 16h:00
Onde: Espaço Cultural APAC.
Rua Augusta Carvalho de Morais, 50 – Centro de Suzano – S.P

Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Sócio Cultural Negro Sim.
Reuniões todo terceiro sábado do mês, ás 16h:00
Local: Sindicato da Construção Civil – Rua Campos Sales, 165 – Centro de Suzano – S.P
Informações: 83252368 /
cpdnegrosim@hotmail.com

Sarau da Cooperifa.
Toda quarta-feira, ás 21h:00 no Bar do Zé Batidão.
Piraporinha – Zona Sul – S.P
Informações: 41397548

09 junho, 2005

O LIVRO!

Início do capítulo 27 “Graduado em Marginalidade”
(lançamento dia 05 de agosto em Suzano)

Era tarde de final de fevereiro quando Vander recebeu a notícia que Pacola e sua mulher haviam sido assassinados.
O carioca e sua esposa assistiam pela televisão o resultado final das escolas de samba do Rio de Janeiro, quando um dos seus homens adentrou rapidamente a casa e disse que a policia estava vindo para pegá-lo, e que já haviam prendido Gardenal, e matado Adoniran que tentou reagir.
Pacola nem quis fugir, pensou que haveria acerto, mas pensou errado.
Assim que ás oito viaturas da policia civil estacionou em frente a sua casa, e o comandante da operação mandou que ele e quem estivesse na casa saísse de mãos para cima, Pacola passou da porta para o quintal no mais puro sossego com as mãos abaixadas, e vacilou quando tentou levantar a camisa de cor verde que usava para mostrar que não estava armado. Recebeu mais de vinte tiros. A sua camisa recebeu mais uma cor, representando assim a escola de samba do seu coração.
Um dos policiais que estava mais próximo do portão da casa acertou um tiro certeiro no peito da viúva que agora se tornou defunto.
O homem que veio dar o recado a Pacola, nem esperou sua vez. Como já sabia que não iria ser poupado, levou sua arma a cabeça e apertou o gatilho.


Atenção para o mês de julho:
Palestra com Fernando Bonassi. Dia 05, ás 19h:00 - Centro Cultural.
Pavio da Cultura (Sarau Literário) Dia 09 ás 20h:00 - Centro Cultural.
Relançamento do livro "Cadernos Negros" vol. 27 - Poesias. Dia 21 ás 19h:00 - Centro Cultural.
Informações: literaturanobrasil@bol.com.br

06 junho, 2005

Novidades da Cooperifa.

Cooperifa apresenta:
Sarau do namorados
O sarau de Quarta-feira será dedicado aos que se amam e aos que namoram uma causa. Que conhecem, se apaixonam e casam com ela.
“Dê livro de presente”
Sarau da cooperifa: Zé Batidão - Rua Bartolomeu dos Santos, 797 Jd. Guarujá

OS SARAUS ESTÃO VOLTANDO... Leia matéria na revista entre livros ou pelo site: www.revistaentrelivros.com.br

Sarau da cooperifa em interlagos... Sucessoooooooooooo!!!!!!!!!!!!
Vem aí o cd poético da cooperifa!

Leia texto feito a quatro mãos (Sérgio Vaz, Marcopezão, Sacolinha e Alessandro Buzo) www.suburbanoconvicto.blogger.com.br

Em breve lançamento do livro do Sacolinha no sarau da cooperifa.

Como diria Zé Geraldo: - Tudo isso acontecendo e você aí na praça dando milho aos pombos.

Sergio Vaz

05 junho, 2005

Utilidade Literária...

Foram prorrogadas até o dia 10 de junho as inscrições para o 1º Concurso Literário de Suzano.
Mais informações: 4759 - 1949 falar com Sacolinha

TODO SEGUNDO SÁBADO DE CADA MÊS HAVERÁ O SARAU LITERÁRIO INTITULADO “PAVIO DA CULTURA”, NO CENTRO CULTURAL DE SUZANO. ESTE SERÁ O MOMENTO DE ENCONTRO DOS ESCRITORES E POETAS DA REGIÃO DO ALTO TIETÊ. SEGUE ABAIXO A PROGRAMAÇÃO DO PRÓXIMO EVENTO.

Pavio da Cultura
Sarau Literário


Especial namorados & entrega do título de “Destaque literário de Suzano” ao escritor e jornalista Paulo Maurício.

Literatura – Teatro – Cinema – Música

Recitais e muito mais...

Dia 11 de junho, às 20h, no Centro Cultural Francisco Carlos Moriconi.

Rua Benjamin Constant, nº 682 – Centro – Suzano.

Apoio: PROJETO CULTURAL LITERATURA NO BRASIL

Realização: Prefeitura de Suzano
Secretaria Municipal de Cultura

02 junho, 2005

Inédito...

Este texto abaixo, é um trabalho coletivo de quatro escritores. São eles: Sérgio Vaz, Sacolinha, Alessandro Buzo e Marcopezão.
Quem lhe dera fosse apenas um pesadelo!

I
A intenção daquele homem era de sair do serviço, chegar no bairro e tomar uma dose de bagaceira. Depois, em casa, tomar banho gelado. Jantar e dormir profundamente.
Mas, aquela prostituta da Praça da Sé, mudou todo o seu pensamento. Pensamento voltado nas duas grandes coxas bronzeadas, corpo gostoso, seguido de seios naturais, ou de silicone? Sabe-se lá.
Agora a intenção é de se refugiar no quarto com essa mulher da vida e esquecer tudo o que aconteceu neste dia... E o que ainda está por vir. Ejacular o esporro que levou do patrão hoje de manhã, o fim do seu casamento, a infertilidade que o impede de ser pai e tudo o mais.
Já está fodido mesmo! O que importa ficar fodido e meio gastando o que tem no bolso, com essa mulher.
Entraram no hotel ao lado da catedral. Ela ia pensando na grana e, ele, apenas tentando se concentrar.
Os 30 minutos pagos por Juvenal, passaram... E, agora, ele, homem de 37 anos de idade caminha relaxado em direção a estação do metrô. Indiferente aos meninos cheirando cola de sapateiro no escadão da igreja. Indiferente aos mendigos pedindo esmolas com garrafas de pinga nas mãos. E, indiferente, aos comércios que abaixavam suas portas.
A noite estava apenas começando...

II
Juvenal embarcou no metrô sentido Itaquera, desceu no Brás e seguiu seu caminho. Queria tomar uma pinga, mas, no comércio dentro da estação, no trecho que liga o metrô ao trem não vende bebida alcoólica.
O prazer do sexo que fez com a garota de programa estava indo embora e no seu lugar vinha um sentimento confuso sobre o fim do seu casamento. Abalado, por que sua mulher queria filhos e, ele, não podia ter. Mas isso não justificava, ela ter lhe trocado pelo Milton; seu amigo de infância. Bateu uma tremenda dor de corno, e Juvenal queria vingança ou se acabar de beber nesta noite.
O povo anda apressado e, ele, viajando na maionese, atrapalha o caminho.Uns trombam com ele. Outros reclamam. Até que Juvenal chega no trem, encosta numa porta fechada, e fica imaginando o que fazer? Se sentiu mal de ter aceitado, calado, as ofensas que recebeu de manhã do patrão. Devia ter respondido. Pedido a conta. Mas, calou, humilhado. Ele agora tinha certeza. Era um fracassado, e por isso fora abandonado pela mulher que tanto ama.
Ficou olhando os rostos das pessoas, naquela composição velha que segue sentido Calmon Viana. Ele irá desembarcar em Itaquaquecetuba.
Em cada rosto um olhar cansado. Parece que ali só tem gente com problemas. Ninguém sorri. Ninguém se destaca na multidão, a não ser uma garota. Extremamente bonita, e que está sentada longe. Ela lê um livro, e nem dá bola para o restante daquele povo. Ela parece um ser superior.
Passa um camelô, e Juvenal compra uma cerveja. Confere o dinheiro, e o pouco que tem é suficiente para se embebedar. Foda-se o trabalho. Amanhã, iria faltar. Pensou que poderia comprar umas pedras de crack, e como nos velhos tempos esquecer seus problemas.
Toma a cerveja, decidindo o que fará em Itaquá.

III
Juvenal se sente no próprio navio negreiro dentro desse trem; embora nunca tenha lhe passado pela cabeça o que fora um. Também, pouco importava o sofrimento dos outros, quando, ele parecia carregar as dores do mundo.
Bebe um gole da cerveja quase sem gelo, e sente o gosto amargo da solidão apesar do trem estar super lotado. Na cabeça, o pensamento percorre no trilho do seu dia de merda que não consegue esquecer. O patrão, a puta, a cachaça, a vida miserável que leva, tudo ao mesmo tempo e na mesma velocidade com que a vida passa pela janela.
À sua frente uma mulher implica com a criança que se inquietava no colo. Pensou na criança como seu filho, e que a mulher jamais ralharia com ele. Mas lembrou que não pode ter filhos, e que não tem mais mulher. Bebe outro gole de cerveja e o álcool incita o ódio que cresce em seu coração.
Pensa na mulher do livro, alheia ao mundo. E a vê com olhos de quem a despiu inteira. O suor nas mãos, só de pensar nos seios dela.
Mais ao lado, um gordo segura uma bíblia. Mas, não lê, talvez, porque, já saiba tudo de cor ou descansa sua fé por um instante. Impotente, Juvenal não havia pensado em Deus durante todo o dia. Talvez nunca tenha pensado. Foda-se, pensou: “O gordo acredita nele mais do que eu, e está no mesmo trem! Então, foda-se mesmo!”.
Ficou surpreso com a coragem desafiando o divino. Não enfrentou o patrão, mas enfrentava Deus. A cerveja acabou.
As estações ficando para trás. Mas o futuro não saía da cabeça, e o trem lotado de gente que mais parece ir para o cadafalso. O trem parecendo o quarto de despejo da sociedade. A gostosa lendo o livro. A criança chorando a bíblia do gordo, o patrão filho da puta. A puta, o camelô que sumiu e tudo mais girando em sua cabeça na velocidade da luz.Tudo ali num imenso furacão e ele só conseguiu murmurar: “Amanhã eu não vou trabalhar”.
Na confusão dos pensamentos lembrou-se de Milton, seu ex-amigo, agora com sua ex-mulher, e se arrependeu de não tê-los matados quando teve oportunidade. A essa hora, a vagabunda da mulher deve estar acariciando o safado com a ternura que lhe subtraiu. O camelô retorna ao vagão, e ele pega outra cerveja. Agora mais quente que a primeira.
Em pé, uma senhora esfrega-lhe a sacola em seu rosto à espera de uma gentileza e só o que ele pensa é: “Se encostar de novo derramo a cerveja nela, não se pode nem sofrer em paz”!
A gostosa tira os olhos do livro, para ver se a estação está perto. - “Quem sabe...”, pensa ele - Mas a rainha da literatura apenas passa os olhos sem descansar nos dele, aliás, olhava pra todos, mas não enxergava ninguém. Arrogante, foi assim que a definiu. Imaginou-a nos braços recitando um trecho do livro e, ele, afagando-a. Os seios sob a blusa. Esse pensamento lascivo quase o tira da solidão, mas o trem pára bruscamente numa estação esparramando no chão esse único segundo sem dor, desse dia infernal.
Nesse momento, chegou a conclusão que o inferno só poderia ser um trem a caminho de casa; depois de um dia fodido de trabalho. Ali, remoendo sua mísera existência desconfiou que o condutor seria o próprio demo em pessoa. Discretamente, fez o sinal da cruz. Mas, esquecera que minutos atrás ofendera o senhor e, provavelmente, não teria proteção divina. Sem Deus, nem diabo, o destino agora estava por sua conta.
A criança dormiu, a mulher do livro parece não trocar de página e Itaquaquecetuba se aproxima.

IV
Na chegada das luzes da cidade, Juvenal, por um momento, se distraiu e recordou antiga passagem de infância...
Sentados no banco, ele e o pai retornando com as compras. O rosto pequeno colado no vidro, contando o brilho das lâmpadas nas extremidades dos postes de madeira que vinham e se perdiam seguidamente. Juvenal segura pequenos embrulhos, no colo mirrado. Presentes às duas irmãs mais velhas.
O "velho", assim o chamavam, com sacolas entre as pernas envolvia nos braços um boneco inflável, cheio, enorme! Do tipo "João Teimoso", daqueles que nunca ficam deitados. Por mais que apanhem, tombem, voltam a ficar em pé. Em meio ao vácuo da saudade se viu feliz.
Ouviu o mesmo som do apito anunciando a chegada. O mesmo freio de ar. A mesma plataforma, mas, a expectativa, agora, é diferente. Olhou ao lado e não havia ninguém. As pessoas aglomeradas à porta de saída. Sentiu vontade de se deixar ficar. Desejou que o trem continuasse viajando eternamente. Em seu íntimo, o pavor de sair dali; ultrapassar a catraca e chegar na rua.
Sentindo certo torpor ficou observando a noite tingir o céu de estranha pintura. Estrelas cintilando o centro global. Nuvens densas e escuras recobrindo o horizonte no sul e oeste, crescendo a leste. Ao norte, o azul infinito. O dia se fez quente, agora o frio de outono abrangendo conotações de inverno. - Será que vai chover? - Na calçada, Juvenal olhou o tráfego intenso. Os faróis e buzinas. Indeciso, qual rumo tomar? Atravessar a avenida? Descer até o largo? Ou parar no bar da praça? O relógio no pulso, presente da ex mulher por ocasião do noivado, agora o irritava. Em desprezo a essa vaga lembrança cuspiu no chão. - Maldita! - falou entre dentes. Os ponteiros marcavam 20h45.
Se deixou levar por impulso e em uma barraca próxima da estação pediu bagaceira. - Bagaceira? Não tem, respondeu o homem.
- Então me dê uma cachaça com limão - Contou o minguado dinheiro. Sobravam R$ 8,00. Dava pra tomar outras. Ficaria bebado, legal.
O gole absorveu meia dose. Sentiu queimar por dentro e um calor instantâneo vaporizou a mente. A conversa rolava entre os fregueses, mas, Juvenal, mantinha o olhar dirigido ao recanto ao lado; a uma pontiaguda faca, onde o sujeito desossava um porco expondo as partes sobre o balcão. Sorveu um pouco mais da cachaça, deixando um resto para depois de acender o cigarro. Os olhos grudados na faca manuseada pelo homem que limpava a barrigada. Em seguida, com um golpe de machado separa o pernil. A canção no rádio chamou sua atenção: "Pelo amor de uma mulher eu mato. Eu morro." Estranha quimica. Nas partes destrinchadas viu Dora, e o amante. E, ele, Juvenal, os esfaqueando, os esquartejando. Wilson, gemendo. Dora sangrando. Sentiu o prazer dos golpes e o sangue brotar das visceras: - Malditos - Bebeu o restante da pinga e seguiu caminho.
Percorrendo paralelo ao muro que circunda a linha do trem, os estranhos pensamentos o atormentavam:
- Vingança - bradava seu interior. O cérebro projetando imagens. Como num filme, Juvenal se via com um revólver na mão. Disparando contra o peito do patrão, suplicante...
Em seguida, arrombando a casa onde até um mês atrás, ele, Juvenal, reinava. E, naquele instante, viviam os desafetos de seu amor próprio. Gozando na cama onde tantas vezes, ele, Juvenal, a amou, sinceramente.
Os tinha em mente, nus. Rindo dele, felizes. E, na aparição, ele, Juvenal, de arma em punho. Ameaçador, os faz ficar de joelhos pedindo clemência. Punição, repetia a si mesmo. E os tiros, um após outro, mortificando a desesperada paixão. Terminou a débil narrativa, esvaziando novo copo.
Aguardando o sinal pra cruzar a linha do trem, sua alma estremeceu com a velocidade dos pesados vagões carregando centenas de vivas fotografias. Imaginou-se suicida. Ter o corpo dilacerado sob as rodas de ferro seria uma forma de auto-punição, de acabar com todo o sofrimento. Viu a locomotiva sumir no meio da noite, e continou a solitária marcha.
Juvenal sempre foi um cara reservado. Concluiu somente o curso primário. Aprendeu a profissão que exercia, mecânico de manutenção, na montadora de carros onde trabalhou durante oito anos. Época boa. O salário recebido permitia almejar um futuro promissor. Porém, com a morte repentina do pai, sua vida começou a se tornar nebulosa. A mãe, passado algum tempo, iria morar na Vila Nhocuné, em São Paulo, com a irmã já casada. A outra, a mais velha, formada professora, havia se mudado para o interior paulista.
Devido ao trabalho, Juvenal permaneceu em Itaquacetuba. Sozinho, começou a beber com mais frequência. Sem ter consciência do fato, flagelado espírito o incomodava.
Saía com os colegas de trabalho para curtir a noitada, mas pouco se divertia. E numa dessas baladas, os companheiros o apresentaram ao mundo das drogas. Com o uso, sentiu-se super. E querendo cada vez mais sentir a surpreendente empolgação, o vício o absorveu. Deixou de ser aquele empregado responsável, e problemas na empresa surgiram. Então, para esquecer os problemas, ele fumava. Queimava... Aos 28 anos, foi despedido.
Só se deu conta do estrago causado e o tempo perdido, quando conheceu Dora. Balconista que o serviu, na compra de uma camisa. Atenciosa, despertou em Juvenal algo nunca sentido. Enamorou-se. Havia recebido a indenização, tinha recurso no banco. Procurou a família, resolvido vender a moradia. Queria esquecer o passado recente. Venderam, e a mãe lhe deu parte do dinheiro. Dona Joana, que, embora distante, sabia do problematico desvio de Juvenal, aconselhou: "Não deixe de procurar a felicidade. Ela existe. Basta perceber".
Levado pelo encanto, Dora percebeu a vulneravel capa. Juvenal comprou calças, meias, cuecas, pagando a vista; só para impressioná-la. Dora deu a colher de chá esperada.
O convite para comer pizza. Começaram a namorar. Envolveram-se. Surgiram planos, e juntando as economias compraram uma casa. Casaram-se. E viveram agradáveis passagens. Desfeitas ao fim de oito anos, e, que, hoje, martirizam Juvenal.
Passava da meia noite e os depressivos passos aventuram-se nos degraus da escada, em número de seis, até chegar na porta de entrada de sua residência. Resistência de habitação coletiva, antigamente curtiço. À Juvenal cabe o aluguél de um quarto, cozinha e banheiro; juntamente com mais nove locações divididas no mesmo quintal.
Ali mora desde a separação. Juvenal teve que mudar. Pra tirar Dora, da casa onde residiram, só matando. - Wilson filho da puta! -
O ranger da porta. Acesa a cozinha, maior tristeza. Um fogão de segunda, comprado com o armário que estava no chão; esperando por ser pendurado. Louça por lavar. Apoiou-se na cadeira, olhou em torno. Restos de comida, pratos sujos em cima da mesa. Tudo rodava. Parou na entrada do quarto. A cama desarrumada. As roupas espalhadas, amontoadas ao canto. Solidão imensa se apossa de Juvenal. Ele deitou e chorou copiosamente.
O patrão não pode ser odiado pela bronca. Fora merecido. Juvenal esqueceu de desligar a máquina de solda e os cabos tinham se derretido. Dora também não era culpada. Juvenal sabia do desejo de ter filhos. Quando souberam de sua infertilidade, o médico receitou tratamento. Podia estar curado em alguns meses, um ano...
Talvez por sentimento egoista, de não querer dividir Dora com ninguém, mesmo com um filho; ou quem sabe desleixo, Juvenal não se incomodou com o problema e enrolou a solução. Deu no que deu.
Não havia de matar. Pelo menos, então, morrer aos poucos. Assim, agonizante, igual ao que sentia naquele momento. Em que o mundo parecia desabar do teto imóvel sobre ele. O veredito o apontava culpado. Adormeceu profundamente.
Quem dera explicar as tramas do subconsciente. A imagem do boneco João Teimoso vagou nos olhos cerrados. Deitando e levantado. Caindo pra ficar em pé. Constante movimento... A respiração tensa tornou-se tranqüila e nem os latidos dos cães próximos à janela, ou o miado dos gatos sobre o telhado, foram capazes de acordá-lo.
Às cinco horas, os relógios das locações vizinhas, feito sinfonia, despertaram o amanhacer. Na porta, ouve-se batidas e voz feminina. "Juvenal, Juvenal! Acorda, homem. Vai perder a hora".
Demorou alguns minutos até entender o chamado. Zonzo, girou a fechadura e o ar da manhã soprou-lhe no rosto cheiro bom.
Ângela, vizinha da casa em frente, declara sonoro - Bom dia! -
Mesmo com a cara inchada, a cabeça pesada, e as vestes do dia anterior amarrotadas. Ainda assim, Juvenal ouviu um galo cantar, distante.
Vestindo claro roupão de banho levemente molhado, colado ao excitante corpo, os cabelos curtos e respingados. Olhos grandes e castanhos. Os seios querendo saltar pra fora do tecido úmido. Ângela, negra. A tez, negra, negra... O sorisso alvo. Alvíssimo. Feição forte exalando beleza. Simpatia. Delirante perfume.
Sonolento ou atordoado pela visão concebida, Juvenal respondeu: "O que aconteceu?".
- "Ô Juvenal, empresta duas colher do pó de café. A água tá fervendo e só agora percebi que acabou".
Procurou no deslocado armário e, em seguida, diante dela, entregou o pote: "Use, depois você devolve".
Ângela falou:"Se agita, homem. Senão, você perde o tempo do trem". Ó palavras saídas daqueles lábios carnudos. Sorrindo tornou à porta defronte, separada por dois metros de cimentado.
Juvenal no banheiro, olha-se no espelho. Se despe, e, na água do chuveiro busca o fio de agonia sentida, ontem. Ao inverso: Juvenal sentiu dentro de si, estremecimento. Enquanto se ensaboava lembrou do sonho, e não soube distinguir o significado. Tentou escovar os dentes e ânsia de vômito do âmago aflorou. A vaga lembrança de Dora escorreu azeda boca afora. A puta, Wilson, o patrão, foram-se noutra golfada...
Invadindo, o cheiro do café passado no coador e o doce cantar se prolongando: "Vem meu preto, quero sentir teu corpo. Dar meu colo. Me banhar, te enxaguar de prazer". O rastro...
Juvenal estava vestido quando colocou no pulso o relógio dado pela ex mulher; eram 5h45. Saiu à porta. Olhou as plantas fortalecidas em oxigênio, aguardando o sol. Tirou do maço, o cigarro. Antes de acender, por costume, o socou na unha três vezes e o segurou no canto esquerdo da boca. Em quietude, ouvia o cantarolar de Ângela: "Vem meu preto, quero sentir teu corpo..."
Viu, humilde flor despontando no vaso mal cuidado. Retirou a erva daninha à sufocá-la. Surpreendido, pensou em Deus. No pai, no trem, no João Teimoso teimando em ficar erguido... A mãe e o eco: "Nunca deixe de procurar a felicidade. Ela existe. Basta perceber..."
- Está esperando o café pra acender o cigarro?
Meiguice que o fez refletir por um instante nos pesares vividos; bom se fosse apenas um pesadelo. Não o é. É a realidade. "A realidade existe para ser transformada", pensou firmemente.
Segurando a asa da xícara, Ângela falou:
- "Se demorar, vai esfriar".
Acesa a chama. A fumaça do cigarro contrapondo ao aroma de ar fresco. Seguiram ao encontro dos primeiros raios de luz. Há vida em movimento. Um novo dia começou...

Sobre choro e nó na garganta

Trecho do livro "Dente-de-leão: a sustentável leveza de ser" - Escritor Sacolinha