22 setembro, 2006

Paulo Pereira

Cla-Cla, Bang-Bang

Escuto tiro, mas não sei da onde vem, não sei se vem do morro, ou do carro da policia, só sei de uma coisa que já começou a correria.
Policia atirando naquele que correr primeiro, policia sobe morro é pega ladrão, ladrão que não está escrito na testa, então correu, morreu, tombou, confere documento para saber se é pessoa de bem ou é ladrão.
Se for um trabalhador é mais uma vítima de bala perdida. Se for ladrão é um marginal a menos na vila.
Este é o dia-a-dia das periferias.

Paulo Pereira

Próximo lançamento

Clique no cartaz

Canta Robson Canto

Um mini-conto

“Poiquera”
Por: Robson Canto

à Marcelino Freire

- Pai olha o brinco eu coloquei!
Plac!... O tapa ardeu na face direita de Juninho.
- “Fí” “home” meu num usa brinco! Tu é “mulêzinha” “fí” de puta? E vá logo tirar essa “poiquera” antes que eu corte e coma com pinga!

20 setembro, 2006

Em Santo André

Lançamento na Região do ABC

Depois dos lançamentos em Suzano, na Zona Sul e no Centro de Sampa, o livro “85 Letras e um Disparo” do escritor Sacolinha será lançado no dia 05 de outubro, quinta-feira, às 17h na livraria Alpharrábio em Santo André.

Vai rolar um Sarau com vários poetas.

Serviço

Livraria Alpharrábio
Rua Eduardo Monteiro 151- Santo André – SP
Próximo ao Paço Municipal
Informações:
Tel. (11) 4438.4358 (11) 4747-3000
e-mail:
sacolagraduado@bol.com.br

Vem aí...

O livro "Colecionador de Pedras" de Sérgio Vaz.
Último Pavio erótico do ano - 28/10
Revista Trajetória Literária nº 2 - Contos selecionados

Só se for agora

VAMOS À LUTA
No texto anterior em que eu falava sobre as dificuldades de lançar meu livro , e ao mesmo tempo, suportar as dores diárias da sobrevivência, muita gente se identificou com a minha luta. Nenhuma surpresa nisso, pois desde que nascemos, as pedras se espreitam em nosso caminho. E a briga pelo leite, o choro, já era o nosso grito de que não aceitaríamos tudo calado. Infelizmente alguns deixaram de gritar, por isso choram até hoje. "Não tenho dó de quem sofre, tenho raiva de quem faz sofrer"(minha).
Sei de vários que estão na luta e merecem o meu e o nosso respeito, são os quixotes da periferia. Não só os da periferia geográfica, mas todos os que vivem no centro do esquecimento da humanidade, quer seja artista(?) ou não. Aliás ser artista neste país não é um privilégio e sim um castigo, não sei porque tem tanta gente metida a besta só por conta disso. Tristes figuras.
As vezes os vejo por aí, os guerreiros, correndo atrás de sonhos e também me vejo neles, sou um deles também, nunca deixei de sonhar, coleciono pedras, mas tambéms semeio quimeras. Vejo e me identifico com a luta, outras vezes, obeservo-os em silêncio e penso no que será que eles estão pensando,ou como deve ser a casa deles, e na maioria das vezes, quantos inimigos devem ter, e a única coisa que tenho certeza e sei é sobre os que eles comem: poeira e lama.Seja procurando um emprego no centro da cidade, um cd demo debaixo do braço, uns poemas numas folhas de sulfite amareladas e sujas, um simples bico de pedreiro, boa parte desses guerreiros passam a vida lutando e não se importam com as portas pesadas que cada vez se fecham mais, para a nossa gente que nasce sem as chaves certas e programadas.
Dia desses numa escola um moleque me falou que não tinha talento pra nada, lhe perguntei quantos anos tinha e ele me disse que tinha quatorze anos, respondi que se ele nao tivesse talento não teria chegado àquela idade, e se quizesse ter a minha, 42, teria que ter mais talento ainda, não pra ser poeta que é uma grande bosta, mas para estar vivo para dizer isso para outro jovem. Disse também que não precisávamos de mais poetas, músicos ou jogadores de futebol, já os temos demais, mais que necessitamos de novos engenheiros. advogados, dentistas, administradores de empresas ou simplesmente ter bons empregos para dar conforto a família. "Ah, tio isso é muito difícil". Disseram alguns. Respondi: "eu sei, é por isso que temos de começar agora." Alguns desistiram, outros não decidiram, em compensação encontrei um deles na rua outro dia que valeu pelos meus dias: "poeta quero ser advogado, ano que vem vou tentar entrar na faculdade". O brilho em seus olhos garantiram que ele não desistiria.
E a chave de tudo é não desistir, não há outra saída que não a perseverância, a teimosia, devemos abolir a palavra covardia do dicionário. Devíamos proibi-la de ser mencionada em nossos lares, nas ruas, nas escolas, nas praças e em todo o país. Medo não é covardia, não enfrentar o medo é que é covardia.
Chega de contar os mortos, muito deles vivos entre nós, mas a hora é de alimentar a vida e evitar a água potável que nos servem no conforto do lar, vamos matar a sede na fonte dos rios, lá onde bate o coração daqueles que não se entregam antes da luta. Lágrimas não enchem barriga e as desculpas são sempre as mesmas, e o que é pior, são sempre os mesmos nos muros das lamentações. Vamos derrubar o muro, agora! Tá proibido chorar sem lutar.
Vamos à luta! Não dá mais pra esperar, as quebradas estão mais quebradas do que nunca e precisamos estar inteiros para consertá-las. Agora é a hora!
Tá proibido também dar o ombro para o outro chorar, que vá chorar na puta que pariu ou no raio que o parta. Temos que andar com os braços abertos, para puxar quem está atrás e se segurar em quem está na frente, a nossa corrente humana. Então comigo:
Coração em chamas, sorriso no rosto, punho fechado... 1, 2, 3, recomeçar!
Tem que ser agora!
Da trincheira,
Sérgio Vaz, poeta e ex-vítima do destino

Mais evento!

C.A.I-MAL / HUM - ANO

(CENTRO DE AÇÃO IN-FORMAL)
ESPAÇO DE PROPOSIÇÃO DO CAOS CULTURAL
EXPERIÊNCIA SENSORIAL DA POÉTICA E SUAS POSSIBILIDADES
INFORMAÇÃO ENTRETENIMENTO COESÃO SUBLIMINAR PÓS_CONTEMPORÂNEA IMAGÉTICO-IMERSIVA .

DIVERSÃO GARANTIDA OU SUA TELEVISÃO DE VOLTA!
POESIA/MUSICA/ARTES PLASTICAS/ PERFORMANCES/ PROJEÇÕES/ POSSIBILIDADES

Dia 24/09/2006, a partir das 15:00 hs na Casa das Rosas.
Av. Paulista, n 37.
De Graça. Dê Graça. Lançamento da revista Não Funciona No 6
INFORMAÇOES ACESSE:
www.poesiamaloqueirista.blogspot.com

Próximo evento

O AUTOR NA PRAÇA

Apresenta

Toninho Vaz autografando o livro Pra mim chega - A biografia de Torquato Neto

O Autor na Praça recebe o jornalista e escritor Toninho Vaz, autografando o livro Pra mim chega - A biografia de Torquato Neto (Editora Casa Amarela) Contaremos com a participação de Hernani Maurício Fernandes autografando O meu segredo é que não vivo em depressão com os males do mundo, onde faz referência e cita poemas de Torquato. Durante o evento haverá um recital com leituras de poemas e textos de TN pelos poetas Ademir Assunção, Cláudio Daniel, Tatiana Fraga e Valéria Tarelho. No final, às 17h30, acontecerá uma performance com o grupo de teatro Cia. Antropofágica e apresentação musical com Neuza Pinheiro, A Pequena Japonesa e Denis Brandão, apresentando músicas de TN. O cartunista Júnior Lopes participa do evento realizando caricaturas. Informações sobre os convidados e os livros abaixo.

SERVIÇO:
O Autor na Praça com Toninho Vaz autografando Pra mim chega - A biografia de Torquato neto
Dia 23 de setembro, sábado, 15h (A performance acontece as 17h30)
Espaço Plínio Marcos - Feira de Artes da Praça Benedito Calixto - Pinheiros - SP
Informações: Edson Lima - Tel. 3085 1502 / 9586 5577 -
oautornapraca@oautornapraca.com.br

18 setembro, 2006

85 Letras

Alessandra Araújo

Poesia viva!

Andando sobre nuvens
Nos meus sapatos de pelica
Respiro teus sonhos
Rosa mística
De beleza formal
Perfeita sintonia entre corpo e alma.
O teu corpo é revolução
Máquina viva
Celebro nele meu ritual.
Mergulho em teus olhos
E nele desnudo tua alma.
Nesta terra nua
Entre labirintos e vocábulos
Frutos e palavras nascem aos dedos.
Cordão umbilical,
Poesia viva!!!

Alessandra Araújo

Sérgio Vaz

JORGINHO

JORGINHO
AINDA NÃO NASCEU,
TÁ ESCONDIDO, COM MEDO,
NO VENTRE DA MÃE.
QUANDO CHEGAR
NÃO VAI ENCONTRAR PAI,
QUE SAIU PRA TRABALHAR
E NUNCA MAIS VOLTOU
PRA JANTAR.
NO BARRACO EM QUE VAI MORAR
CABEM DOIS,
MAS É COM DEZ
QUE VAI FICAR.
SEM TER O QUE MASTIGAR
NEM LEITE PRA BEBER
VAI TER A BARRIGA INCHADA,
MAS SEM NADA PRA CAGAR.
NÃO VAI PRA ESCOLA
NÃO VAI LER NEM ESCREVER
VAI CHEIRAR COLA
PEDIR ESMOLA
PRA SOBREVIVER.
NÃO VAI TER SOSSÊGO
NÃO VAI BRINCAR
NÃO VAI TER EMPREGO,
VAI CAMELAR.
MENOR CARENTE
VAI SER INFRATOR
COM VOTO DE LOUVOR
DELINQUENTE.
NÃO VAI TER PÁSCOA
NÃO VAI TER NATAL
SE FOR ESPERTO, SE MATA,
COM O CORDÃO UMBILICAL.

SÉRGIO VAZ
www.colecionadordepedras.blogspot.com

16 setembro, 2006

Renato Vital

Agora Vai, assim espero.
Conhecia apenas suas 85 letras, mas nunca o tinha visto pessoalmente somente pela internet. Decidiu descer pro centro, ou subir sei lá pra que lado é essa porra! Era dia de caos, causado pelos tucanos, mas ele foi valente e enfrentou o trânsito de duas horas. No bolso apenas o dinheiro da passagem, na mente o desejo de conhecer mais um grande escritor. O caralho do ônibus não anda, a cada avenida que entra é um trânsito. E quem falou que guerreiro desiste. Duas horas depois chega no centro, após uma breve caminhada chega no lugar. Essa é a verdadeira sala da justiça, um lugar em que o Brasil teima em não mostrar. Um lugar em que os vermes não tem vez, a inveja menos, e o egoísmo fica de fora. Me acomodo no local e me deparo com o disparador (de letras), sua simplicidade e a humildade são do mesmo tamanho de seus livros , escritos, crônicas e contos. O dos pensamentos vadios o chama, sem nada ensaiado se transforma, como se fosse a bomba que explode, começa a falar. Naquela hora ele era o carvão que é preto mais faz fumaça, o petróleo que é preto mas é valioso, a noite que não é nada sem o dia, o preto da roupa mais linda que dá um charme inconfundível. Terminou, escutou mais outro mano falar, e o grande escritor recitar uma poesia que terminava em 85 letras e um disparo.
Aê mano esse texto é em homenagem ao seu novo livro, que tenho certeza que é muito bom se for que nem seus textos que eu leio ( e imprimo).
Renato Vital de Sá

15 setembro, 2006

Canta Cláudia, canta!

OLHA AQUI, EU QUERO RESPEITO!
Em nome deles, das milhares de pessoas com problemas mentais
NÃO ESTOU PEDINDO, ESTOU EXIGINDO!

Não teve jeito a vida cada vez mais me direciona ao caminho do obscuro, daquilo que muitos preferem esconder, trancar no submundo, ou por outro lado tratá-los como palhaços no pior sentido da palavra.
Depois dá minha última experiência, o que viria depois?
Tinha certeza que não seria algo mais ou menos, seria sim algo AVASSALADOR.
Como a maioria dos grandes acontecimentos da minha vida, algo de profundo impacto.
O que viesse, porém; não seria uma experiência solitária, não gosto de ideais solitários.
No fundo sabia, que acalentaria novas vidas, novos infortúnios!
E não foi para menos, o assunto que vem a tona neste livro, é uma ferida expota, uma chaga para muitos desconhecida...
"Bem vindo ao mundo dos Raros." É uma coletânea de contos e crônicas, de uma psiquiatria, onde trabalhei por um ano.
Fragmentos de uma realidade descrita sem rodeios, sem máscaras.
Loucura que muitas vezes está ao nosso lado, sem que consigamos enxergá-las, um mundo vivido dentro de nós mesmo, em diferentes proporções.
Com eles, consegui chegar sem alucinógenos, nas mais profundas abstrações do cérebro humano.
“ Bem vindo ao mundo dos raros”
Um roteiro às vezes dramático, outras bem humorado, ao abismo do cérebro humano

CLAUDIA CANTO, AUTORA DO LIVRO MORTE ÁS VASSOURAS

Poesias

JIRAU DI/VERSO
Nº 07 – setembro 2006
por Enzo Carlo Barrocco

A poesia goiana de Gabriel Nascente

O POEMA

MOVIMENTOS DE UMA TARDE

A tarde se debruça sobre os ombros da cadeira.
Andorinha faz xixi no muro, ninguém aplaude.

o céu empurra seu quinhão de nuvens
para o sossego das varandas.

É caseiro esse fim de domingo
no olhar do povo, no perfil das árvores.

Maçã-de-amor, picolés, perfumes vagabundos:
o povo passeia livre dos onívoros da pátria.

E na varanda a folhagem (suprema lembrança
do verde) está suspensa:
será que o céu
lhe dá socorro?

Barão, o querençoso cão de casa,
entrevou-se na velhice e chora
como alguém de costas para a vida.

O POETA

Gabriel José Nascente, poeta, novelista, romancista e jornalista, goiano da capital, no convés da fragata desde 1950, é autor de quase trinta livros principalmente de poesias. Nascente se mostra um poeta autêntico e seus textos dão a verdadeira dimensão do ofício da palavra. Menotti Del Picchia (São Paulo 1892 – Idem 1988), poeta da melhor estirpe, se rendeu à magnífica poesia deste poeta de Goiânia.


***

ESTANTE DE ACRÍLICO
Livros Sugestionáveis

“O Primeiro Beijo e Outros Contos”.
Autora: Clarice Lispector
Edição: Editora Ática.
São doze contos laboriosamente escritos, numa explanação clara e limpa. Cada conto é um poema em prosa. Surpreendentes, inventivos e com imagens belíssimas.


“Brasão de Barro” (poesias)
Autor: Antônio Juraci Siqueira
Edição do Autor
A facilidade que tem de falar da Amazônia faz de Juraci um dos melhores poetas paraense da atualidade. Em Brasão de Barro se observa a linguagem puramente regional.

“Escolha Seu Sonho” (crônicas)
Autora: Cecília Meireles
Edição: Record
Cecília é, inegavelmente, uma de nossas maiores autoras e, aqui, põe toda a sua sensibilidade a serviço da arte de escrever. Uma aula de como observar poeticamente a vida.

***

A FRASE DI/VERSA

O número dos que nos invejam confirmam nossa capacidade.
- Oscar Wilde (Dublin 1854 – Paris 1900) poeta, contista e dramaturgo irlandês.

***

DA LAVRA MINHA


AS ESTAÇÕES

Enzo Carlo Barrocco

Se buscas uma quimera
Nos braços de uma mulher
Não sorverás a primavera
Nem o outono sequer.

Traga o verão dos teus dias
Um sol que te seja terno,
Não sentirás noites frias
Quando chegar o inverno.

Veja bem, sejas prudente
Nas desconhecidas vias
De todas as estações;

Entrega as tuas paixões
Somente àquela pessoa
Em que tu muito confias.

§§§§§

VISITEM MINHA PÁGINA

http://www.recantodasletras.com.br/autor.php?id=1590

12 setembro, 2006

Jorge Amado

É dia 26 (terça) o próximo "Trocando idéias". Dessa vez iremos debater e analisar o livro "Capitães da areia" de Jorge Amado.
Se você deseja participar será bem vindo, mas antes leia o livro.
Será às 20h, antes haverá uma performance teatral com o cordelista Francis Gomes. Depois é só prosear em cima desse grande autor, comendo umas bolachas, tomando um cafézinho e nada de ficar olhando no relógio.

10 setembro, 2006

Escritor Sacolinha

Graduado em marginalidade - Romance
85 Letras e um Disparo - Contos
Aquisição via correio do livro “85 Letras e um Disparo”

Valor do livro: R$ 14,90 + Carta registrada: R$ 5,00 = 19,90

Deposite este valor no Banco Nossa Caixa
Ag: 0246-1
C/Poupança: 19 030.710-6
Ademiro Alves de Sousa

Depois passe um e-mail ou ligue avisando do depósito e passe o endereço postal para envio.

Caso queira adquirir junto o romance “Graduado em Marginalidade”...
Deposite + R$ 20,00 – Total: 39,90

Ou procure na livraria mais próxima de sua casa. Se não encontrar faça a encomenda com a livraria.

Livro: 85 Letras e um Disparo
Autor: Sacolinha
Editora: Ilustra
Tel: (11) 4747-3000 / (11) 4759-6097
www.editorailustra.com.br

Acesse o blog do escritor:
www.sacolagraduado.blogspot.com

Suburbano!

Clique no cartaz!

Próximo Sarau

A SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO E CULTURA, CIÊNCIA E TECNOLOGIA VEM CONVIDÁ-LO A PARTICIPAR DO SARAU DE TABOÃO DA SERRA

APRESENTAÇÃO DO POETA SÉRGIO VAZ

DIA 11 DE SETEMBRO 19HS30
LOCAL: SECRETARIA DE EDUCAÇÃO
RUA ELIZABETA LIPS, 166 JD. BOM TEMPO
FONE: 4788.5822


E vem aí...
Mais uma edição do Pavio Erótico.
Dia 28 de outubro - 20h
Centro Cultural de Suzano

07 setembro, 2006

Próximo evento

Pavio da Cultura

Sarau terá lançamento de livro "De passagem, mas não a passeio", de Maria Nilda, a Dinha.
A edição do sarau Pavio da Cultura deste mês será realizada neste sábado (9/9), às 20h, no Centro de Educação e Cultura Francisco Carlos Moriconi (rua Benjamin Constant, 682, Centro, Suzano). No evento, haverá o lançamento oficial do livro de poesias “De passagem, mas não a passeio”, de Maria Nilda, a Dinha. A entrada e a participação são gratuitas.
Nesta obra, a autora reúne diversas poesias que fazem parte de sua trajetória. Trata-se de um livro completamente artesanal, manuscrito, que utiliza material reciclado. Dinha é graduada em Letras pela Universidade de São Paulo (USP) e atualmente trabalha com crianças e adolescentes em situação de rua.
Todas as atividades já realizadas no sarau, como recitais de poesias, interpretações de textos, shows musicais e peças de teatro, também farão parte da programação do evento.

02 setembro, 2006

Reunião L.B

Próxima reunião da Associação Cultural Literatura no Brasil

Dia 05 de setembro, às 17h30.

Pauta:
1- Próximo Fanzine
2- Projeto Trocando Idéias
3- Novas camisas
4- Estatuto

Local: Centro Cultural de Suzano
Rua Benjamin Constant, 682
Centro - Suzano - S.P

Marcopezão

Vale a pena ler de novo

A gravidez de Ana Paula
(Marcopezão)


Filha única de um casal de baixa renda, Ana Paula era o xodó da família. O pai, João Antonio, pedreiro de profissão, trabalhava sempre nas proximidades do bairro em que morava, no Jd Capelinha. Nunca foi de muita conversa, tinha poucos amigos e depois do dia de serviço gostava de tomar uma cachacinha no bar do Clidão, antes de ir para casa. Dona Irene, a esposa, ajudava no sustento da casa mantendo com dedicação um emprego de muitos anos, como arrumadeira num hospital da zona sul.
Ana Paula, desde que ficou menstruada aos 12 anos, teve seu corpo desenvolvido, já de moça formada. Na escola, chegou a ser repreendida e aconselhada a não ir de mini saia à sala de aula. Nas ruas, por onde passava, um coro de assobios a perseguiam. Galanteadores não faltavam. Convites para sair e namorar também não. Porém, embora esbanjando simpatia e beleza, ela se manteve distante dos relacionamentos próprios da idade. Terminou o curso ginasial e decidiu fazer o colegial, numa escola técnica no centro de São Paulo.
A mãe, principalmente, relutou em consentir. Dona Irene preferia tê-la sob as vistas e muito tempo gastava em conversa franca com a menina. As precauções que deveria tomar, o cuidado com os rapazes que insistiam diariamente em telefonar. Pois, apesar de ser jovem ainda, é bem verdade, que cedo se fizera um mulherão.
Começou o ano letivo, em abril a moça completara 17 anos e tudo parecia ir muito bem. Até que um dia, sábado à tarde, Ana Paula vai a cozinha e diz para a mãe que a menstruação está atrasada.
Dona Irene gelou dos pés a cabeça. Preocupada foi na farmácia e comprou o teste gravidez. Retornou ansiosa e fez Ana Paula, muito a contragosto, urinar imediatamente. O mundo ali pareceu desabar. O resultado fora positivo. Ana Paula estava grávida. Dona Irene passou a gritar, a chorar, a se lamentar. Tantos foram os conselhos e nada adiantou.
- Quero saber quem é o maldito desse canalha que te desonrou? Fale, Ana Paula! Quem é o maldito?
Assustada, Ana Paula, corre para o quarto. Em prantos, pega o telefone e faz uma ligação. Enquanto isso a mãe esbravejava:
- Abra essa porta! Vá já falar com seu pai.
“Seo” João Antonio a que tudo ouvia, continuou impassível sentado diante da televisão.
Passados vinte minutos, uma Ferrari, último tipo, vermelha, pára em frente da casa. Do carrão desce um homem maduro, elegante, cabelo cheios e grisalhos. Sapatos de cromo, vestindo um terno impecável. Aciona a campainha, Ana Paula vai atendê-lo e depois de um breve diálogo, o leva para a sala. Seguem as apresentações formais, ele se diz chamar Oliveira Candido e então senta no sofá e começa a falar.
- Bem, Ana Paula me informou do incidente. Devo dizer que devido a minha situação familiar, eu não posso me casar com ela. Mas eu assumo a situação e cuidarei de todos os quesitos. Se caso nascer uma menina, posso dar a ela três lojas no shooping Ibirapuera, duas casas, um apartamento na praia e uma conta com 500.000 dólares. Se for um menino, ele terá duas fábricas rentáveis e, claro, 500.000 dólares de poupança. E, no caso de ser gêmeos, também terão duas indústrias confiáveis e 250.000 dólares na conta de cada um. Mas, no caso de um aborto, eu ...”
Nesse momento, “seo” João Antonio, que até então se mantivera calado, se levanta, põe a mão sobre o ombro de Oliveira Candido e diz:
- Meu amigo, no caso de acontecer uma horrível tragédia dessa, eu o aconselho: come, fode Ana Paula de novo!

Poesia nos muros

  Intervenção Literatura e Paisagismo - Revitalizando a Quebrada. Suzano - SP. Texto: Escritor Sacolinha Arte: Vander Che #literaturaepaisag...