Dúvidas, comentários, críticas e maiores informações, favor direcionar para o e-mail: literaturanobrasil@bol.com.br
Última chamada!
O projeto cultural Literatura no Brasil, está aceitando textos para serem divulgados na “Quinta Fase” (Fevereiro à Maio), que será lançada no começo de Fevereiro de 2005.
Todo texto que o projeto recebe, é analisado por uma comissão literária e se aprovado for, será trabalhado durante quatro meses (Uma fase).
Debates, palestras, rádios comunitárias, cartas enviadas, eventos, feiras literárias, saraus, encontros sociais, e Internet, são os ambientes que o Literatura no Brasil usa para divulgar os textos.
Os critérios de avaliação: Cunho social, informação e texto literário.
Aqueles que trabalham com literatura, ou seguem a carreira de escritor, não percam essa oportunidade, são mais de 1.250 leitores de todo o Brasil, cadastrados com o projeto.
Lançado o fanzine “Rastilho” nº 01 – janeiro/fevereiro
Quem deseja adquiri-lo, entre em contato com Lygia Canelas:
lygiacanelas@yahoo.com.br
Rua Shigueru Okamoto, 30 – Vl. Adelina – Suzano – S.P – Cep: 08675-310
Fones: (11) 91335960 / 47969256
30 janeiro, 2005
27 janeiro, 2005
Para reflexão...
Memórias de um mendigo
(Sacolinha)
Num dia qualquer do início de dezembro acordei cedo e notei minha garrafa vazia. A noite passada foi foda, o vento zunia desesperado em meus ouvidos, ainda bem que a pinga durou até eu dormir. É a maior delícia dormir sob o efeito da branquinha. Que vocês não venham me criticar, eu bebo não é por que gosto é a situação que me obriga. E agora deu pra ter manda chuva dando pauladas nas nossas cabeças, achando que nós somos sacos de lixos. Aí é que tem que beber mesmo.
Esperei a multidão acabar, foi melhor assim, depois me levantei e fui na birosca do seu Jorge tomar um pingado e encher a minha garrafa.
O que me chama a atenção no meio desse povo indo trabalhar, são as mulheres vestidas em trajes mil. No calor é pior ainda. Falo pior por que comigo o buraco é mais embaixo. Eu também sou ser humano e como tal também tenho desejos sexuais. Quero trepar, comer, realizar fantasias e gozar. E pra realizá-los é só por meio da masturbação, não há outro jeito. Nessa parte ainda dá pra realizar, o difícil é os meus sonhos que alimento desde que vim morar na rua.
Sempre fui um sujeito muito confuso. Quando tinha meus vinte e quatro anos estava revoltado com muita coisa em minha volta. Nessa época eu lia bastante coisa sobre as revoluções, as teorias, os pensadores como: Karl Marx, Aristóteles, Descartes, Kant, Rousseau, Maquiavel e Platão.
Eu não tinha com quem conversar, as pessoas que estavam em minha volta não acompanhavam o meu raciocínio. Pra ter certeza que tudo o que eu estava refletindo não era fruto do meu ser confuso, resolvi me posicionar. A primeira coisa foi me limitar a consumir determinados produtos dos Estados Unidos, e olha que argumentações não faltavam. Depois fui me fechando até acreditar na auto-gestão, e não mais pagar impostos, onde eu mesmo poderia consumir minhas próprias produções, desde meu café da manhã até a cama que acomodaria o meu sono. É claro que isso envolvia um carro também.
Mas as minhas reflexões foram tão profundas que aqui estou, dormindo na rua sem pagar aluguel, sem colaborar com o pagamento da dívida externa, sem pagar imposto, sem contribuir com merda nenhuma.
Quando tirei a conclusão me achei um grande idiota, pois para fazer minha própria roupa eu teria que comprar o pano, a linha de costura e uma máquina. Porra, o pano viria da industria, a linha e a máquina também, aí não dá. Lembro que cheguei a pensar até no pequeno tubo que viria enrolada a linha de costura.
Vim morar na rua. Na época em que eu lia os pensadores também procurava informações atuais, pra isso eu precisava da porcaria da televisão que para assisti-la era necessário consumir energia, e era nesse momento que estavam discutindo a privatização das empresas fornecedoras de energia.
Ás vezes apelava para os jornais vendidos nas bancas, mas era a mesma coisa, o dinheiro que eu pagava ao jornaleiro era dividido entre ele, o distribuidor, os editores, a gráfica e automaticamente cada um pagava suas contas com esse dinheiro.
Queria arranjar um jeito de boicotar tudo, a empresa de telefonia, os artistas fabricados pela mídia, o tênis da apresentadora de televisão, a bicicleta de dezoito marchas, o carro do ano, a comida enlatada e várias coisas mais. Evitando consumir tudo isso, naturalmente eu não contribuiria com o salário daquele soldadinho de chumbo.
Estava revoltado ao extremo, e pra não mandar todos tomarem no cu, resolvi morar na rua, pelo menos aqui não pago imposto nenhum, e olha que continuo atualizado. Tem uma banca de jornal ali na Ipiranga onde o jornaleiro que me considera muito, devido as minhas dissertações, deixa-me ler todas as notícias dos jornais diários.
Não vou dizer que aqui é o paraíso, mas só pelo fato de eu não estar contribuindo com nada, já me realizo internamente. Agora pouco estava dando altas gargalhadas com um companheiro de rua. Felicidade em não fazer um filho que já iria nascer devendo.
Já é noite. Junto meus panos, pego minha garrafa e me recolho.
Sacolinha, (escritor do tão aguardado romance:
Graduado em marginalidade).
Num dia qualquer do início de dezembro acordei cedo e notei minha garrafa vazia. A noite passada foi foda, o vento zunia desesperado em meus ouvidos, ainda bem que a pinga durou até eu dormir. É a maior delícia dormir sob o efeito da branquinha. Que vocês não venham me criticar, eu bebo não é por que gosto é a situação que me obriga. E agora deu pra ter manda chuva dando pauladas nas nossas cabeças, achando que nós somos sacos de lixos. Aí é que tem que beber mesmo.
Esperei a multidão acabar, foi melhor assim, depois me levantei e fui na birosca do seu Jorge tomar um pingado e encher a minha garrafa.
O que me chama a atenção no meio desse povo indo trabalhar, são as mulheres vestidas em trajes mil. No calor é pior ainda. Falo pior por que comigo o buraco é mais embaixo. Eu também sou ser humano e como tal também tenho desejos sexuais. Quero trepar, comer, realizar fantasias e gozar. E pra realizá-los é só por meio da masturbação, não há outro jeito. Nessa parte ainda dá pra realizar, o difícil é os meus sonhos que alimento desde que vim morar na rua.
Sempre fui um sujeito muito confuso. Quando tinha meus vinte e quatro anos estava revoltado com muita coisa em minha volta. Nessa época eu lia bastante coisa sobre as revoluções, as teorias, os pensadores como: Karl Marx, Aristóteles, Descartes, Kant, Rousseau, Maquiavel e Platão.
Eu não tinha com quem conversar, as pessoas que estavam em minha volta não acompanhavam o meu raciocínio. Pra ter certeza que tudo o que eu estava refletindo não era fruto do meu ser confuso, resolvi me posicionar. A primeira coisa foi me limitar a consumir determinados produtos dos Estados Unidos, e olha que argumentações não faltavam. Depois fui me fechando até acreditar na auto-gestão, e não mais pagar impostos, onde eu mesmo poderia consumir minhas próprias produções, desde meu café da manhã até a cama que acomodaria o meu sono. É claro que isso envolvia um carro também.
Mas as minhas reflexões foram tão profundas que aqui estou, dormindo na rua sem pagar aluguel, sem colaborar com o pagamento da dívida externa, sem pagar imposto, sem contribuir com merda nenhuma.
Quando tirei a conclusão me achei um grande idiota, pois para fazer minha própria roupa eu teria que comprar o pano, a linha de costura e uma máquina. Porra, o pano viria da industria, a linha e a máquina também, aí não dá. Lembro que cheguei a pensar até no pequeno tubo que viria enrolada a linha de costura.
Vim morar na rua. Na época em que eu lia os pensadores também procurava informações atuais, pra isso eu precisava da porcaria da televisão que para assisti-la era necessário consumir energia, e era nesse momento que estavam discutindo a privatização das empresas fornecedoras de energia.
Ás vezes apelava para os jornais vendidos nas bancas, mas era a mesma coisa, o dinheiro que eu pagava ao jornaleiro era dividido entre ele, o distribuidor, os editores, a gráfica e automaticamente cada um pagava suas contas com esse dinheiro.
Queria arranjar um jeito de boicotar tudo, a empresa de telefonia, os artistas fabricados pela mídia, o tênis da apresentadora de televisão, a bicicleta de dezoito marchas, o carro do ano, a comida enlatada e várias coisas mais. Evitando consumir tudo isso, naturalmente eu não contribuiria com o salário daquele soldadinho de chumbo.
Estava revoltado ao extremo, e pra não mandar todos tomarem no cu, resolvi morar na rua, pelo menos aqui não pago imposto nenhum, e olha que continuo atualizado. Tem uma banca de jornal ali na Ipiranga onde o jornaleiro que me considera muito, devido as minhas dissertações, deixa-me ler todas as notícias dos jornais diários.
Não vou dizer que aqui é o paraíso, mas só pelo fato de eu não estar contribuindo com nada, já me realizo internamente. Agora pouco estava dando altas gargalhadas com um companheiro de rua. Felicidade em não fazer um filho que já iria nascer devendo.
Já é noite. Junto meus panos, pego minha garrafa e me recolho.
Sacolinha, (escritor do tão aguardado romance:
Graduado em marginalidade).
23 janeiro, 2005
Próximos eventos
L a n ç a m e n t o
Núcleo de Literatura “Rastilho” lança seu primeiro Fanzine
Apresentações teatrais – Leituras dramáticas – Pinturas e Textos Exposição e distribuição de Zines.
Monólogo “O Pacífico Homem Bomba”, adaptação do conto do escritor Sacolinha, dirigido por Gilmar Ferreira e encenado por Rangel Andrade.
Recital de poesias
Bate-papo sobre Fanzine
Grafiteiros em atividade durante o evento
Dia 29 de Janeiro (Sábado), á partir das 19h00
Centro Cultural Francisco Carlos Moriconi - Biblioteca Municipal - Rua Benjamim Constant, nº 682 – Centro de Suzano
Entrada gratuita
Realização: Núcleo de Literatura e Fanzine “R a s t i l h o”
Apoio: Projeto Cultural Literatura no Brasil
APAC (Associação Paulista de Artes Cênicas)
Rádio Comunidade FM 103,5
Núcleo de Literatura “Rastilho” lança seu primeiro Fanzine
Apresentações teatrais – Leituras dramáticas – Pinturas e Textos Exposição e distribuição de Zines.
Monólogo “O Pacífico Homem Bomba”, adaptação do conto do escritor Sacolinha, dirigido por Gilmar Ferreira e encenado por Rangel Andrade.
Recital de poesias
Bate-papo sobre Fanzine
Grafiteiros em atividade durante o evento
Dia 29 de Janeiro (Sábado), á partir das 19h00
Centro Cultural Francisco Carlos Moriconi - Biblioteca Municipal - Rua Benjamim Constant, nº 682 – Centro de Suzano
Entrada gratuita
Realização: Núcleo de Literatura e Fanzine “R a s t i l h o”
Apoio: Projeto Cultural Literatura no Brasil
APAC (Associação Paulista de Artes Cênicas)
Rádio Comunidade FM 103,5
O AUTOR NA PRAÇA & COOPERIFA APRESENTAM
Lançamento do novo livro de Sérgio Vaz (poeta da periferia) A poesia dos deuses inferiores - A biografia poética da periferia O projeto O Autor na Praça em parceria com a COOPERIFA, apresenta Sergio Vaz, poeta da periferia, com o lançamento de seu quarto livro A poesia dos deuses inferiores - A biografia poética da periferia. Vaz é fundador, junto com outros artistas, do sarau COOPERIFA, que virou referência na cidade de São Paulo. No evento também estará sendo autografado o livro, “O Rastilho da Pólvora” - Antologia poética do sarau da COOPERIFA, organizada por Vaz, reunindo textos de Alessandro Buzo, Sacolinha, Erton Moraes, Gaspar (Z`África Brasil), Marco Pezão, Sandra Léa entre outros. Haverá participação do cartunista Júnior Lopes realizando caricaturas. Mais informações:
www.otaboanense.com.br/sergiovaz
A poesia dos deuses inferiores - A biografia poética da periferia - Edição do autor, 120 págs - R$ 15,00 –
Dia 29 de Janeiro, Sábado, 14h - Entrada Franca. Espaço Plínio Marcos - Feira de Artes da Praça Benedito Calixto Informações: Edson Lima - Tel. 3085 1502 / 9586 5577 - oautornapraca@oautornapraca.com.br
20 janeiro, 2005
Recado importante
O Literatura no Brasil comunica:
Mais uma editora nacionalmente conhecida se manifestou positivamente com relação ao livro “Graduado em Marginalidade” do escritor Sacolinha. Porém, o autor do livro não aceitou o acordo proposto pela editora.
No entanto, ele aguarda posicionamento de outras editoras, e diz estar aberto para outras negociações.
Graduado em Marginalidade é um romance urbano contemporâneo. Obra de 27 capítulos, 140 páginas e 62 personagens. Terá a participação do escritor Alessandro Buzo e do poeta Sérgio Vaz. A capa será uma foto de um jovem negro sem camisa e calça branca (capoeira) segurando o amor. A imagem será do umbigo pra baixo.
Todos os que já leram esse livro, entre eles, Fernando Bonassi, Buzo, João Capozolli e Sérgio Vaz, acharam fantástico o jogo literário que o autor fez na estória. Sem dúvida uma bela e triste estória.
Outras editoras que ainda não tem o livro para avaliação podem entrar em contato com o autor.
Sacolinha: (11) 47495744 / 47492140 / 83252368
sacolagraduado@bol.com.br
Mais uma editora nacionalmente conhecida se manifestou positivamente com relação ao livro “Graduado em Marginalidade” do escritor Sacolinha. Porém, o autor do livro não aceitou o acordo proposto pela editora.
No entanto, ele aguarda posicionamento de outras editoras, e diz estar aberto para outras negociações.
Graduado em Marginalidade é um romance urbano contemporâneo. Obra de 27 capítulos, 140 páginas e 62 personagens. Terá a participação do escritor Alessandro Buzo e do poeta Sérgio Vaz. A capa será uma foto de um jovem negro sem camisa e calça branca (capoeira) segurando o amor. A imagem será do umbigo pra baixo.
Todos os que já leram esse livro, entre eles, Fernando Bonassi, Buzo, João Capozolli e Sérgio Vaz, acharam fantástico o jogo literário que o autor fez na estória. Sem dúvida uma bela e triste estória.
Outras editoras que ainda não tem o livro para avaliação podem entrar em contato com o autor.
Sacolinha: (11) 47495744 / 47492140 / 83252368
sacolagraduado@bol.com.br
15 janeiro, 2005
Notas 2
Atenção
A quinta fase será lançada no início de fevereiro e será uma chamada de pré-lançamento do livro: "Graduado em marginalidade" do escritor Sacolinha.
Alguns dos já selecionados: Sérgio Vaz, Elizandra, Alessandro Buzo, Sacolinha, Marcopezão, Everaldo e Gíggia.
O projeto cultural Literatura no Brasil, está aceitando textos para serem divulgados na “Quinta Fase” do projeto, que será lançada no começo de Fevereiro de 2005.
Todo texto que o projeto recebe, é analisado por uma comissão literária e se aprovado for, será trabalhado durante quatro meses (Uma fase).
Debates, palestras, rádios comunitárias, eventos, feiras literárias, saraus, encontros sociais, e Internet, são os ambientes onde o Literatura no Brasil divulga os textos.
Áqueles que trabalham com literatura, ou seguem a carreira de escritor, não percam essa oportunidade, são mais de 1.250 leitores de todo o Brasil, cadastrados com o projeto.
Graduado em Marginalidade
Este é o título do primeiro livro do escritor Sacolinha. Um romance que engloba variados tipos de cultura, desde a Umbanda, passando pela capoeira, a comida, o teatro e a música.
É a tragédia exposta com conhecimento de causa, a paisagem da periferia, tão esquecida dos nossos letrados. Um romance urbano contemporâneo, sem frescura, como deve ser.
Em análise na editora. Aguardem!
Produtos Literatura no Brasil
Camisetas à venda nas cores: Preta – Branca – Bege – Amarela - Azul escura e Turquesa
Disponíveis nos modelos femininos e masculinos: P, M, G, GG.
Dois modelos de desenhos.
Camisa: 10,00 / 13,00
Infantil: 8,00 / 10,00
Blusa: 20,00 / 15,00
Kit: 1Camisa L.B – 2 adesivos p/ carro e bicicleta e 2 livros, O amante do Vulcão, de Susan Sotang e Antologia de contos, crônicas e poesias de vários autores. Valor: de 46,00 p/ 29,90
Aproveite e faça seu pedido.
Também á venda as antologias:
“No limite da palavra”, ed. Scortecci.
e “O Rastilho da Pólvora”, cooperifa
Todos os produtos terão 30% de investimento no projeto.
À venda na loja Contacto Sport – fone: 47446831
Centro de Suzano – rua General Francisco Glicério, ao lado da estação de trem de Suzano.
Ou compre diretamente com o projeto. Saiba como:
Literatura no Brasil: (11) 47495744 / 83252368 literaturanobrasil@bol.com.br
Projeto Cultural Literatura no Brasil, valorizando a cultura de periferia.
A quinta fase será lançada no início de fevereiro e será uma chamada de pré-lançamento do livro: "Graduado em marginalidade" do escritor Sacolinha.
Alguns dos já selecionados: Sérgio Vaz, Elizandra, Alessandro Buzo, Sacolinha, Marcopezão, Everaldo e Gíggia.
O projeto cultural Literatura no Brasil, está aceitando textos para serem divulgados na “Quinta Fase” do projeto, que será lançada no começo de Fevereiro de 2005.
Todo texto que o projeto recebe, é analisado por uma comissão literária e se aprovado for, será trabalhado durante quatro meses (Uma fase).
Debates, palestras, rádios comunitárias, eventos, feiras literárias, saraus, encontros sociais, e Internet, são os ambientes onde o Literatura no Brasil divulga os textos.
Áqueles que trabalham com literatura, ou seguem a carreira de escritor, não percam essa oportunidade, são mais de 1.250 leitores de todo o Brasil, cadastrados com o projeto.
Graduado em Marginalidade
Este é o título do primeiro livro do escritor Sacolinha. Um romance que engloba variados tipos de cultura, desde a Umbanda, passando pela capoeira, a comida, o teatro e a música.
É a tragédia exposta com conhecimento de causa, a paisagem da periferia, tão esquecida dos nossos letrados. Um romance urbano contemporâneo, sem frescura, como deve ser.
Em análise na editora. Aguardem!
Produtos Literatura no Brasil
Camisetas à venda nas cores: Preta – Branca – Bege – Amarela - Azul escura e Turquesa
Disponíveis nos modelos femininos e masculinos: P, M, G, GG.
Dois modelos de desenhos.
Camisa: 10,00 / 13,00
Infantil: 8,00 / 10,00
Blusa: 20,00 / 15,00
Kit: 1Camisa L.B – 2 adesivos p/ carro e bicicleta e 2 livros, O amante do Vulcão, de Susan Sotang e Antologia de contos, crônicas e poesias de vários autores. Valor: de 46,00 p/ 29,90
Aproveite e faça seu pedido.
Também á venda as antologias:
“No limite da palavra”, ed. Scortecci.
e “O Rastilho da Pólvora”, cooperifa
Todos os produtos terão 30% de investimento no projeto.
À venda na loja Contacto Sport – fone: 47446831
Centro de Suzano – rua General Francisco Glicério, ao lado da estação de trem de Suzano.
Ou compre diretamente com o projeto. Saiba como:
Literatura no Brasil: (11) 47495744 / 83252368 literaturanobrasil@bol.com.br
Projeto Cultural Literatura no Brasil, valorizando a cultura de periferia.
09 janeiro, 2005
Conto (inédito)
"Filosofia do sentimento maior"
Após uma talagada no copo de conhaque, um trago no cigarro e uma gota de lágrima á escorrer pelo rosto, me pus á pensar no ocorrido.
Maldito caminhoneiro que atropelou e matou o combustível dos meus sonhos. Logo agora que estávamos para se casar. Tayane, mulher desejada por vários homens pelo seu corpo lindo e pele negra. Olhos e cabelos pretos de um brilho convicto.
Coloquei novamente o cigarro na boca e traguei fundo para sentir momentaneamente a fumaça invadir o meu cérebro. “Vai cigarro, acaba logo comigo e me leva pra junto dela”.
Pego-me a pensar nos momentos que vivemos juntos, o prazer era imenso, a minha mão alisava o seu rosto, os corpos em contatos era coisa fascinante. A minha parte física sorria de satisfação ao vê-la se contorcendo de prazer.
O amor vinha sempre no ponto mais alto da escada, no primeiro patamar. Sentimento maior. Hoje em dia é comum ouvir esse sentimento saindo da boca das pessoas. Pode-se ouvi-lo nas novelas, nas músicas, na condução, num baile qualquer, no futebol, enfim, o amor ficou prostituído na linguagem universal.
Volto a mim novamente e sinto o meu rosto facialmente molhado. O dono do bar me olha com dó, mas não perde a oportunidade de me oferecer mais uma dose de conhaque ao ver o meu copo vazio. Para continuar afogando a tristeza aceito o seu gesto, e dando uma olhadela em minha volta, percebo que uma garota que está acompanhada fica me encarando:
- O que foi? Te devo alguma coisa?
Ah, se tivesse força e coragem pra dizer isso pra ela. No momento a única força que permanece em mim é a do pensamento, que me tortura mentalmente. Será que essa garota também está com dó de mim ou me achou bonito com lágrimas no rosto?
Ah! De que importa isso se ela está acompanhada e eu aqui aos prantos?
Além do mais nada é gostoso quando é feito sem amor. Gostoso era quando eu e a Tayane íamos passear. Não nos importávamos se tinha sol ou se estava chovendo, se tínhamos dinheiro ou não, porque o sentimento derrubava qualquer obstáculo entre nós dois.
Criatividade não faltava. Nada entre nós era obrigatório, fazíamos tudo por prazer e por impulso, dois vulcões idênticos que ao entrarem em erupção espalhavam suas partes incandescentes, florindo sentimentos em todas as estações.
Agora chego à conclusão de que o poeta que tem talento sofre de amor ou é feliz por causa dele.
Verifico a carteira e vejo que se continuar bebendo, vou ser obrigado a lavar a louça do bar. Levanto-me da cadeira, nossa, sinto o meu corpo pesado. Sigo em direção ao balcão do bar, o dono não hesita e diz:
- É tanto.
Pago a conta e ignoro os míseros centavos de troco. Parto cambaleando, não sei se bêbado de álcool, ou pelo amor que ainda sinto por ela.
Já na calçada da rua, sinto a brisa da noite molhar o meu rosto, olho para o céu na vã ilusão de divisar a minha estrela chamada Tayane. Vou em frente com a ajuda das luzes penduradas nos postes, pegando rabeira na calada da noite.
Depois de alguns minutos de caminhada, me detenho em frente a uma praça com algumas mulheres extravagantes de trajes sensuais. Sento-me num banco e observo a ação de algumas delas. Após um instante a contemplar o mundo perdido das mulheres sem emprego, uma delas senta-se no banco onde estou e puxa conversa:
- Veio procurar diversão ou só vai ficar olhando?
A voz é suave, a fala é educada, e no rosto reside um difícil sorriso. Entendendo a pergunta maliciosa, respondo:
- Estou a passeio.
Ela insiste indiretamente:
- A noite está ótima para um passeio, mas posso fazê-la ficar melhor ainda, você não acha?
- Acho... Quero dizer... Não sei.
- Nossa, que homem indeciso.
Ficamos conversando por um bom tempo. Falamos de amor, esse sentimento que agrada e desagrada corações.
Fiquei impressionado quando ela se mostrou entendida do assunto. Interrogou-me de uma tal maneira:
- O que é o amor? Quem inventou essa palavra? Alguém de fato já sentiu isso? O que aconteceu com quem sentiu o amor? Será que todos que falam do amor sabe o que ele significa? Roberto Carlos canta, exalta, ou sente o amor?
- Fiquei perdido diante de tantas perguntas, e durante alguns segundos não se ouviu uma só palavra entre nós. Vendo meu embaraço, ela resolveu quebrar o silêncio:
- A maioria das pessoas tem um universo de explicações sobre o sentimento amor, mas todas são mal argumentadas. Alguns dizem que já amaram, mas esses confundem gostar com amar. Eu tiro por mim mesma...
- Por quê, já gostou muito de alguém?
- Sim, do meu primeiro namorado. Naquele momento, eu era capaz de tudo para viver com ele. Tinha um ciúme danado do rapaz, adorava ficar abraçadinha com ele, vivia dizendo que o amava. Mas assim que ele conheceu uma jovem mais atraente que eu, acabou me largando.
- E você?
- Fiquei profundamente abalada, achei que iria morrer, mas depois que passou algumas semanas, percebi que iria esquecê-lo rapidamente.
- Ué, que amor foi esse?
- Foi isso que me perguntei, aliás, me fiz uma porção de perguntas, e acabei chegando à conclusão que gostar está muito longe de amar, e era isso que eu tinha por ele, o sentimento de gostar.
Quando ela terminou a sua explicação, um carro estacionou em cima da calçada, e o motorista que parecia muito jovem, chamou-a. Após alguns minutos de conversa a mulher com quem a pouco conversava, entrou no carro que saiu em disparada.
Ainda viajando nas coisas que ela falou, me fiz a seguinte pergunta:
- Será que a Tayane me perdoaria se eu transasse com essa mulher?
Bibliografia do autor
Sacolinha nasceu em 09 de Agosto de 1983, na cidade de São Paulo.
É idealizador e atuante do projeto cultural “Literatura no Brasil”, que trabalha com 1.250 leitores cadastrados.
Participa da revista Caros amigos "Literatura Marginal" ato III lançada em Maio de 2004.
Participa de três antologias: “No limite da palavra” editora Scortecci, “ARTEZ - vol. V” Meireles editorial e “O Rastilho da Pólvora” Cooperifa.
Colunista do site: www.enraizados.com.br (Rio de Janeiro)
Presidente do CPD – Sócio cultural Negro Sim.
Sacolinha é ativista cultural, dá palestras sobre literatura e questão racial, realiza debates e desenvolve eventos beneficentes.
Atualmente prepara o lançamento do seu primeiro romance: Graduado em Marginalidade!
Contatos com o autor:
(11) 47495744 / 83252368
Rua Guarani, 413 – Jd. Revista – Suzano – São Paulo – S.P
Cep: 08694-030
E-mail: sacolagraduado@bol.com.br
Após uma talagada no copo de conhaque, um trago no cigarro e uma gota de lágrima á escorrer pelo rosto, me pus á pensar no ocorrido.
Maldito caminhoneiro que atropelou e matou o combustível dos meus sonhos. Logo agora que estávamos para se casar. Tayane, mulher desejada por vários homens pelo seu corpo lindo e pele negra. Olhos e cabelos pretos de um brilho convicto.
Coloquei novamente o cigarro na boca e traguei fundo para sentir momentaneamente a fumaça invadir o meu cérebro. “Vai cigarro, acaba logo comigo e me leva pra junto dela”.
Pego-me a pensar nos momentos que vivemos juntos, o prazer era imenso, a minha mão alisava o seu rosto, os corpos em contatos era coisa fascinante. A minha parte física sorria de satisfação ao vê-la se contorcendo de prazer.
O amor vinha sempre no ponto mais alto da escada, no primeiro patamar. Sentimento maior. Hoje em dia é comum ouvir esse sentimento saindo da boca das pessoas. Pode-se ouvi-lo nas novelas, nas músicas, na condução, num baile qualquer, no futebol, enfim, o amor ficou prostituído na linguagem universal.
Volto a mim novamente e sinto o meu rosto facialmente molhado. O dono do bar me olha com dó, mas não perde a oportunidade de me oferecer mais uma dose de conhaque ao ver o meu copo vazio. Para continuar afogando a tristeza aceito o seu gesto, e dando uma olhadela em minha volta, percebo que uma garota que está acompanhada fica me encarando:
- O que foi? Te devo alguma coisa?
Ah, se tivesse força e coragem pra dizer isso pra ela. No momento a única força que permanece em mim é a do pensamento, que me tortura mentalmente. Será que essa garota também está com dó de mim ou me achou bonito com lágrimas no rosto?
Ah! De que importa isso se ela está acompanhada e eu aqui aos prantos?
Além do mais nada é gostoso quando é feito sem amor. Gostoso era quando eu e a Tayane íamos passear. Não nos importávamos se tinha sol ou se estava chovendo, se tínhamos dinheiro ou não, porque o sentimento derrubava qualquer obstáculo entre nós dois.
Criatividade não faltava. Nada entre nós era obrigatório, fazíamos tudo por prazer e por impulso, dois vulcões idênticos que ao entrarem em erupção espalhavam suas partes incandescentes, florindo sentimentos em todas as estações.
Agora chego à conclusão de que o poeta que tem talento sofre de amor ou é feliz por causa dele.
Verifico a carteira e vejo que se continuar bebendo, vou ser obrigado a lavar a louça do bar. Levanto-me da cadeira, nossa, sinto o meu corpo pesado. Sigo em direção ao balcão do bar, o dono não hesita e diz:
- É tanto.
Pago a conta e ignoro os míseros centavos de troco. Parto cambaleando, não sei se bêbado de álcool, ou pelo amor que ainda sinto por ela.
Já na calçada da rua, sinto a brisa da noite molhar o meu rosto, olho para o céu na vã ilusão de divisar a minha estrela chamada Tayane. Vou em frente com a ajuda das luzes penduradas nos postes, pegando rabeira na calada da noite.
Depois de alguns minutos de caminhada, me detenho em frente a uma praça com algumas mulheres extravagantes de trajes sensuais. Sento-me num banco e observo a ação de algumas delas. Após um instante a contemplar o mundo perdido das mulheres sem emprego, uma delas senta-se no banco onde estou e puxa conversa:
- Veio procurar diversão ou só vai ficar olhando?
A voz é suave, a fala é educada, e no rosto reside um difícil sorriso. Entendendo a pergunta maliciosa, respondo:
- Estou a passeio.
Ela insiste indiretamente:
- A noite está ótima para um passeio, mas posso fazê-la ficar melhor ainda, você não acha?
- Acho... Quero dizer... Não sei.
- Nossa, que homem indeciso.
Ficamos conversando por um bom tempo. Falamos de amor, esse sentimento que agrada e desagrada corações.
Fiquei impressionado quando ela se mostrou entendida do assunto. Interrogou-me de uma tal maneira:
- O que é o amor? Quem inventou essa palavra? Alguém de fato já sentiu isso? O que aconteceu com quem sentiu o amor? Será que todos que falam do amor sabe o que ele significa? Roberto Carlos canta, exalta, ou sente o amor?
- Fiquei perdido diante de tantas perguntas, e durante alguns segundos não se ouviu uma só palavra entre nós. Vendo meu embaraço, ela resolveu quebrar o silêncio:
- A maioria das pessoas tem um universo de explicações sobre o sentimento amor, mas todas são mal argumentadas. Alguns dizem que já amaram, mas esses confundem gostar com amar. Eu tiro por mim mesma...
- Por quê, já gostou muito de alguém?
- Sim, do meu primeiro namorado. Naquele momento, eu era capaz de tudo para viver com ele. Tinha um ciúme danado do rapaz, adorava ficar abraçadinha com ele, vivia dizendo que o amava. Mas assim que ele conheceu uma jovem mais atraente que eu, acabou me largando.
- E você?
- Fiquei profundamente abalada, achei que iria morrer, mas depois que passou algumas semanas, percebi que iria esquecê-lo rapidamente.
- Ué, que amor foi esse?
- Foi isso que me perguntei, aliás, me fiz uma porção de perguntas, e acabei chegando à conclusão que gostar está muito longe de amar, e era isso que eu tinha por ele, o sentimento de gostar.
Quando ela terminou a sua explicação, um carro estacionou em cima da calçada, e o motorista que parecia muito jovem, chamou-a. Após alguns minutos de conversa a mulher com quem a pouco conversava, entrou no carro que saiu em disparada.
Ainda viajando nas coisas que ela falou, me fiz a seguinte pergunta:
- Será que a Tayane me perdoaria se eu transasse com essa mulher?
Bibliografia do autor
Sacolinha nasceu em 09 de Agosto de 1983, na cidade de São Paulo.
É idealizador e atuante do projeto cultural “Literatura no Brasil”, que trabalha com 1.250 leitores cadastrados.
Participa da revista Caros amigos "Literatura Marginal" ato III lançada em Maio de 2004.
Participa de três antologias: “No limite da palavra” editora Scortecci, “ARTEZ - vol. V” Meireles editorial e “O Rastilho da Pólvora” Cooperifa.
Colunista do site: www.enraizados.com.br (Rio de Janeiro)
Presidente do CPD – Sócio cultural Negro Sim.
Sacolinha é ativista cultural, dá palestras sobre literatura e questão racial, realiza debates e desenvolve eventos beneficentes.
Atualmente prepara o lançamento do seu primeiro romance: Graduado em Marginalidade!
Contatos com o autor:
(11) 47495744 / 83252368
Rua Guarani, 413 – Jd. Revista – Suzano – São Paulo – S.P
Cep: 08694-030
E-mail: sacolagraduado@bol.com.br
Contato
Para enviar as críticas, elogios ou entrar em contato com o projeto, é só enviar um e-mail para: literaturanobrasil@bol.com.br
Se desejar entrar em contato diretamente com o escritor Sacolinha, idealizador do projeto, direcione o e-mail para: sacolagraduado@bol.com.br
Se desejar entrar em contato diretamente com o escritor Sacolinha, idealizador do projeto, direcione o e-mail para: sacolagraduado@bol.com.br
07 janeiro, 2005
Notas
Em breve publicaremos aqui um texto inédito do escritor Sacolinha.
“Filosofia do sentimento maior” é o título do conto que trata da banalização e prostituição da palavra amor. Aguardem!
Núcleo de literatura e Fanzine, “Rastilho”!
Venha discutir literatura, participar dos eventos e confeccionar o fanzine.
Todas as terças-feiras às 19h:00 no espaço cultural APAC (Associação Paulista de Artes Cênicas)
Rua Augusta Carvalho de Morais, 50 – Centro de Suzano (Próximo ao banco Real).
Informações: APAC: 47469256 / Lygia Canelas: 91335960
lygiacanelas@yahoo.com.br
Aguardem o lançamento do fanzine “Rastilho” nº 01
“Filosofia do sentimento maior” é o título do conto que trata da banalização e prostituição da palavra amor. Aguardem!
Núcleo de literatura e Fanzine, “Rastilho”!
Venha discutir literatura, participar dos eventos e confeccionar o fanzine.
Todas as terças-feiras às 19h:00 no espaço cultural APAC (Associação Paulista de Artes Cênicas)
Rua Augusta Carvalho de Morais, 50 – Centro de Suzano (Próximo ao banco Real).
Informações: APAC: 47469256 / Lygia Canelas: 91335960
lygiacanelas@yahoo.com.br
Aguardem o lançamento do fanzine “Rastilho” nº 01
Conto
Luto
Casaram-se sob a promessa de serem felizes para sempre.
Ele, um sujeito de meia idade. Bem sucedido na área financeira de uma grande indústria.
Ela, uma mulher cujo sonho era ser boa esposa de cama e mesa. O namoro e noivado correram sem mais intimidades, tudo no maior respeito.
José, o nome dele, dedicado ao trabalho, mal arranjava tempo para diversões. Tanto que não tiveram lua de mel. O casório aconteceu no sábado, de maneira simples no cartório. Apenas um coquetel para a família e os chegados. As responsabilidades não permitiam que ele estivesse ausente do emprego, já na segunda feira.
Quando enfim estiveram sozinhos no quarto de núpcias, ela foi saborear um largo banho e ao retornar o encontrou em sono profundo. Tentou de modos vários animá-lo, mas desistiu diante do sonolento quadro.
No domingo, José saiu para saudar alguns amigos. Maria visitou a mãe e nada comentou sobre o acontecido e à noite conservando o branco das roupas e vestes íntimas, aguardava ansiosa pelo esperado momento. Porém, José, alegando cansaço, simplesmente deu um beijo em sua face, virou de lado e dormiu.
De volta à rotina do trabalho, a situação manteve-se sem alterações. Ela, disposta, pensou que o branco dos trajes não o estimulava. E assim trocou o branco pelo verde, mas a esperança também se diluiu no mesmo bocejar.
Persistente fez arranjos em azul e a sorte continuou a mesma. Tentou o amarelo, depois o vermelho, o violeta, o marrom, e noite após noite sempre o mesmo ressonar.
Passado mais de uma semana com dúvidas pairando na mente e o arco íris já por se esgotar, Maria resolveu radicalizar.
Como de hábito, José chegava tarde. O serão na empresa o mantinha trabalhando até às 22 horas. Chegando em casa nem passou pela cozinha, foi direto ao banheiro tomar o banho. O lar num silêncio imóvel. Trajando cueca e camiseta atravessou a sala e adentrou ao quarto. Ficando surpreso com o tom cinza e preto da iluminação, no véu, no chapéu que Maria trajava e em toda sua indumentária; inclusive na colcha e fronha sobre a cama onde ela aguardava sentada.
Com o impacto, José assim disse: - “Maria o que é isso, o que significa essa coisa fúnebre?”.
Desconsolada, a esposa respondeu: - “Para um pinto morto, somente uma buceta de luto!”.
Marcopezão (Cooperifa)
Casaram-se sob a promessa de serem felizes para sempre.
Ele, um sujeito de meia idade. Bem sucedido na área financeira de uma grande indústria.
Ela, uma mulher cujo sonho era ser boa esposa de cama e mesa. O namoro e noivado correram sem mais intimidades, tudo no maior respeito.
José, o nome dele, dedicado ao trabalho, mal arranjava tempo para diversões. Tanto que não tiveram lua de mel. O casório aconteceu no sábado, de maneira simples no cartório. Apenas um coquetel para a família e os chegados. As responsabilidades não permitiam que ele estivesse ausente do emprego, já na segunda feira.
Quando enfim estiveram sozinhos no quarto de núpcias, ela foi saborear um largo banho e ao retornar o encontrou em sono profundo. Tentou de modos vários animá-lo, mas desistiu diante do sonolento quadro.
No domingo, José saiu para saudar alguns amigos. Maria visitou a mãe e nada comentou sobre o acontecido e à noite conservando o branco das roupas e vestes íntimas, aguardava ansiosa pelo esperado momento. Porém, José, alegando cansaço, simplesmente deu um beijo em sua face, virou de lado e dormiu.
De volta à rotina do trabalho, a situação manteve-se sem alterações. Ela, disposta, pensou que o branco dos trajes não o estimulava. E assim trocou o branco pelo verde, mas a esperança também se diluiu no mesmo bocejar.
Persistente fez arranjos em azul e a sorte continuou a mesma. Tentou o amarelo, depois o vermelho, o violeta, o marrom, e noite após noite sempre o mesmo ressonar.
Passado mais de uma semana com dúvidas pairando na mente e o arco íris já por se esgotar, Maria resolveu radicalizar.
Como de hábito, José chegava tarde. O serão na empresa o mantinha trabalhando até às 22 horas. Chegando em casa nem passou pela cozinha, foi direto ao banheiro tomar o banho. O lar num silêncio imóvel. Trajando cueca e camiseta atravessou a sala e adentrou ao quarto. Ficando surpreso com o tom cinza e preto da iluminação, no véu, no chapéu que Maria trajava e em toda sua indumentária; inclusive na colcha e fronha sobre a cama onde ela aguardava sentada.
Com o impacto, José assim disse: - “Maria o que é isso, o que significa essa coisa fúnebre?”.
Desconsolada, a esposa respondeu: - “Para um pinto morto, somente uma buceta de luto!”.
Marcopezão (Cooperifa)
05 janeiro, 2005
Indicação do mês
Acessem:
www.suburbanoconvicto.blogger.com.br
www.enraizados.com.br
suzanocultural.zip.net
Indicação do mês
Romance com cocaína (M. Aguêiev)
A frase “Não se julga o livro pela capa” se encaixa perfeitamente nesta obra. Para aqueles que gostariam de sentir o efeito que a cocaína faz, se deleite na leitura dessa droga de obra. É uma viagem dentro de outra viagem. Um prato cheio acompanhado de uma ótima mistura. Mas cuidado, é perigoso ter overdose de leitura.
Na Barra do Catimbó (Plínio Marcos)
Um livro que conta a geração de uma favela. Miséria, safadeza, umbanda, candomblé, malandragem e politicagem são os pontos principais desta obra. Uma mistura de fofoca com violência, ciúmes com desentendimentos, e por fim a solidariedade.
Indicado para qualquer pessoa e idade. Só não indicamos para as pessoas que sofrem de guetofobia.
www.suburbanoconvicto.blogger.com.br
www.enraizados.com.br
suzanocultural.zip.net
Indicação do mês
Romance com cocaína (M. Aguêiev)
A frase “Não se julga o livro pela capa” se encaixa perfeitamente nesta obra. Para aqueles que gostariam de sentir o efeito que a cocaína faz, se deleite na leitura dessa droga de obra. É uma viagem dentro de outra viagem. Um prato cheio acompanhado de uma ótima mistura. Mas cuidado, é perigoso ter overdose de leitura.
Na Barra do Catimbó (Plínio Marcos)
Um livro que conta a geração de uma favela. Miséria, safadeza, umbanda, candomblé, malandragem e politicagem são os pontos principais desta obra. Uma mistura de fofoca com violência, ciúmes com desentendimentos, e por fim a solidariedade.
Indicado para qualquer pessoa e idade. Só não indicamos para as pessoas que sofrem de guetofobia.
01 janeiro, 2005
Crônica
O futuro será o mesmo?
Ontem eu escrevi; escrevi sobre pipa, bolinha de gude, pique-esconde, histórias em quadrinhos, doces, minha mãe me dando bronca e minha avó me levando pra passear. Escrevi sobre futebol, skate, capoeira, carrinhos de rolimã, desenhos do pica-pau... Escrevi a infância.
Hoje estou escrevendo; escrevendo sobre a falta de professores, falta de comida; drogas e gravidez na adolescência, estou escrevendo sobre o cego pedindo esmola no trem, a senhora catando latinha, e a mãe que chora... Estou escrevendo apenas alguns problemas na juventude.
Amanhã vou escrever; escrever sobre o político que rouba, sobre a violência, gente comendo gente, pessoas saqueando o comércio, policiais cometendo chacinas, mulheres assaltando os bancos. Irei escrever da falta de emprego, os Estados Unidos mandando na gente, o povo sendo massacrado... Escreverei o inferno.
Será que meu filho irá escrever sobre a natureza?
Ontem eu escrevi; escrevi sobre pipa, bolinha de gude, pique-esconde, histórias em quadrinhos, doces, minha mãe me dando bronca e minha avó me levando pra passear. Escrevi sobre futebol, skate, capoeira, carrinhos de rolimã, desenhos do pica-pau... Escrevi a infância.
Hoje estou escrevendo; escrevendo sobre a falta de professores, falta de comida; drogas e gravidez na adolescência, estou escrevendo sobre o cego pedindo esmola no trem, a senhora catando latinha, e a mãe que chora... Estou escrevendo apenas alguns problemas na juventude.
Amanhã vou escrever; escrever sobre o político que rouba, sobre a violência, gente comendo gente, pessoas saqueando o comércio, policiais cometendo chacinas, mulheres assaltando os bancos. Irei escrever da falta de emprego, os Estados Unidos mandando na gente, o povo sendo massacrado... Escreverei o inferno.
Será que meu filho irá escrever sobre a natureza?
Sacolinha
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Currículo/Biografia 1983 Nasce no Hospital e Maternidade Pq. Dom Pedro II, em São Paulo, Ademiro Alves de Sousa, filho de Maria Natalina Alv...