Sérgio Vaz
L.B- Até agora os seus leitores só leram poesias, você não escreve outros estilos literários?
Vaz: Por enquanto só publiquei poesias, mas tenho algumas crônicas, e já escrevi uma peça de teatro.
L.B- Aqui no Brasil o índice de leitores é muito baixo. Isso é falta de iniciativas do governo ou é a falta de interesse da população?
Vaz: De tudo um pouco. O governo nunca vai incentivar a leitura, por motivos óbvios e o povo (uma parcela), se deixa render à mediocridade. Não acredito que somos vitimas.
L.B- Realismo, Simbolismo, Modernismo e agora a época Contemporânea. Como poderíamos chamar a próxima época?
Vaz: Acho que não devíamos rotular a poesia.
L.B- O Sacolinha lançará este ano o romance “Graduado em Marginalidade”, você escreveu uma poesia para este livro. Nos fale sobre esta participação.
Vaz: Coube a mim a parte poética, e contei, no poema, a história de um marginal inspirado no livro do Paulo Coelho "O alquimista". Acho que ficou legal. O livro do Sacola tá muito aguardado e eu quero aproveitar uma caroninha para me promover ás custas dele. he! he!
L.B- A poesia sofre um grande preconceito por parte das editoras. 80% dos leitores brasileiros declararam não ler poesia por não entenderem. Fernando Pessoa foi um grande poeta, mas só vendeu um livro em vida. Como você vê essa situação?
Vaz: As editoras comportam-se como as gravadoras, e só se importam com lucro imediato. Só isso. As pessoas que não gostam de poesia não gostam de literatura de uma forma geral. É preciso cavar espaço. Quanto a Fernando Pessoa (grande poeta) quero ter mais sorte em vida.
L.B- Toda quarta-feira ás nove da noite, vários artistas escritores da periferia da Zona Sul se reúnem num bar para declamar poesias. Por conta de vizinhos, policiais e a visão ruim que um bar tem, tudo contribuía para dar errado. Por que deu certo?
Vaz: Deu certo porque a gente quis. Quando todo mundo quiser realmente mudar as coisas elas vão mudar. Tem muita gente fingindo que quer a mudança, mas nem ele muda. Deu certo porque a gente quis.
L.B- Nos fale do livro “O Rastilho da Pólvora”.
Vaz: É o resumo poético de três anos de Sarau na Cooperifa com alguns convidado como, Sacolinha, Buzo, Erton, Du gueto, entre outros.
L.B- Já diz o Sacolinha, “Não há literatura que descreva a figura Sérgio Vaz”. Quem é essa figura?
Vaz: Vindo dele é um grande elogio. Mas não sou nada mais fruto do meio em que vivo. Só que, com um pouco de coragem e muita ousadia.
L.B- Você já está preparando um próximo livro?
Vaz: Estou preparando uns poemas para uma exposição de fotos para o aniversário de Taboão da Serra e aguardando o livro do Sacola.
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