Quarto de despejo – Diário de uma Favelada
Maria Carolina de Jesus
“Quando eu não tinha o que comer ao invés de xingar eu escrevia...”
Nesse diário, a autora descreve com conhecimento de causa e alto teor poético-marginal, o seu dia-a-dia na favela do Canindé. Com os seus dois filhos menores, passou por todas as dificuldades de uma vida miserável, e nem por isso entrou na degradação que havia na favela: Prostituição, drogas e fofocas.
Mesmo em meio á dificuldade, nunca deixou faltar comida para os filhos:
- Hoje acordei ás 4h:30 da manhã, busquei água e depois fui catar papelão pra comprar o pão para o café.
Maria Carolina estudou até a terceira série do primeiro grau, sendo assim aprendeu a ler e a escrever fora da escola, sua cultura foi reciclada do lixo.
Uma certa tarde, chegou na favela um jornalista de nome Audálio Dantas, e em meio ao alvoroço de pessoas querendo ser entrevistada, o jornalista perguntou:
- Quem tem algo a dizer?
Maria Carolina gritou firme:
- Eu.
Entrou no seu barraco e logo voltou com um monte de cadernos velhos:
- Está aqui o que eu quero dizer...
Dali a alguns meses, esses cadernos viraram um livro, que chamou a atenção do governo federal e foi traduzido em diversas línguas.
O Cortiço
Aluísio Azevedo
Escrito no ano de 1.850, mas até hoje é considerada uma obra recente. A versão antiga do “Reality Show”.
Um romance que gira em torno de João Romão, o dono do cortiço. Homem que para se enriquecer comeu restos de comida, usou roupas velhas, dormiu mal e praticou o capitalismo selvagem. Daí surgiu o Mukifo, ou melhor o Cortiço, um aglomerado de cem casinhas.
Intrigas, rivalidade, capoeira, samba-viola, traição, ganância, inveja e ódio ao próximo, são algumas das palavras que acercam a história.
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