As conseqüências do tempo
Quando eu era criança bem criança
O progresso quase nem tinha,
E eu corria descalço por estradas de terra,
Tomava banho de rio,
Contava carneirinho,
E observava as estrelas.
O tempo passou começou chegar o progresso.
Eu continuei tomando banho de rio,
Correndo descalço por ruas estreitas de paralelepípedo.
O tempo passou mais, e mais rápido,
Inventaram o chuveiro,
E não deixaram mais eu tombar banho de rio,
Não pude correr mais descalço,
O asfalto quente queimava meu pé.
O tempo continuou passando cada vez mais rápido,
O progresso avançou, e eu regredir,
Não corro mais, não tomo mais banho de rio,
Não conto mais carneirinhos, nem observo as estrelas.
As pernas não deixam a visão ta turva, os braços sem força,
E se eu me lembro bem, nem sei mais contar.
Francis Gomes
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