01 setembro, 2005

Poesia.

LINHAS TORTAS
(Sérgio Vaz)

PASSOU A VIDA INTEIRA
NUMA CASA DE MADEIRA
EMPRESTADA PELA MISÉRIA.
UM DIA, CHEIO DE ALEGRIA ARTIFICIAL,
RECEBEU DO AMIGO
UM PEDAÇO DE CASA PRÓPRIA
BEM NO MEIO DA CABEÇA.
COM A CABEÇA ABERTA
COMEÇOU A DUVIDAR DE DEUS.

CAMINHO SUAVE

ROSENDA NÃO CONHECIA AS LETRAS.
COM ENXADA EM VEZ DE CANETA
PASSOU A VIDA NA FAZENDA,
NA ROÇA. MAS AO SETENTA,
APESAR DA PELE TRÊMULA,
SUA VIDA AINDA COÇA.
E ANTES DO PONTO FINAL QUIZ
APRENDER AS CONSOANTES
E VOGAR PELAS VOGAIS.
UM DIA, TATEANDO A CARTILHA,
DEPOIS DE TATEAR O SOLO
QUERIA DEUS ENTENDER:
PORQUE HAVIA TANTO PRA VER
E ELA SÓ COM DOIS OLHOS?

Atenciosamente... Sérgio Vaz!!!

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