O corpo assumia postura de corpo
e rolava
do alto
do morro
com a noite debaixo do braço.
Depois recebia silêncio
- cimento, areia, cimento -
e solidão por baixo
Recado
Aqui nasceu Mariguela. Não. Nasci eu.
Meu pai era analfabeto, mas contava histórias.
Na favela onde vivi, o barraco
é de quem mora, a horta
é de quem planta, a saudade
de quem fica, dignidade
de quem tem armas – ou insiste. Ou canta.
Frutois e galinhas foram sempre de quem conseguiu comer.
No momento, estou criando armas...
Canto de quem se recusa
Ao Núcleo Cultural Poder e Revolução
E nós sabemos
que a noite é longa
e o dia cheio
de dúvidas e de papéis no chão.
Tem horas que a gente não se brinda
porque a luz dos olhos, pouca
faz pouco pra iluminar
e os copos recusam encontros....
Tem tempos que se contam os minutos
mas sabemos que em segundos
Alegria
vai brotar do chão.
Pois que caem os escudos
e
o corpo sempre múltiplo
enfrenta a cara do Rei
e
descobre em suas rugas,
caminho pro quilomboúltimo
e
atira contra o teto,
destrói o templo do inferno
e
pratica a Revolução!
(Porque amor é uma chave de luta
E apesar dessas noites de chuva,
O amor vai rimar com amor.)
Sátira de Amor na cidade grande
“Valeu a pena?
Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena” Fernando Pessoa
Era tarde na cidade grande
Quando o dia resolveu expulsar a aurora.
E eu, sentindo por você dez mil milhas
De um amor profundo e prático,
Por baixo da fria garoa paulista,
Me entregava ao amor da cidade.
O sol não havia nascido - Não
Haveria sol algum aquele dia –
Por baixo da fina garoa
(mulheres nuas se estendiam)
outdoors aos operários
inda semi adormecidos.
E nesta vida sem cautela
Todo amor valeria a pena,
Se a cidade fosse pequena
E a minha alma maior que ela.
Dinha
Contatos: dinhapro@hotmail.com
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Olá moça. Belo poema...parabéns...amei o último verso...
ResponderExcluirBeijos
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