19 agosto, 2008

ENCONTRO

Eu faço da minha queda,
Não somente uma queda,
Mas, estranho passo de valsa,
No centro da infame da balsa,
Que me é a vida sofrida,
No dia-a-dia da lida.
Enfrento a faina de medo,
Que há na caixa de segredos,
Dos mais crassos sofrimentos,
E o grito dos meus desalentos,
Atingem aos labirintos em ruído,
Em meio ao ar poluído.
Eu tenho um medo de fadas,
Mas, dele eu faço as escadas,
Para sair deste inferno,
Onde há tanto tempo hiberno,
E nem que elas sejam de papel,
É nelas que eu subo aos céus.
Dos sonhos ocultos pelo monte,
Com eles construo a ponte,
E não meço a dificuldade,
E nessa mais crassa realidade,
Relevo o ponto e o contraponto,
E no passo do amor – te encontro!


ENTRE OS DEZ

Do calendário, quisera eu, expurgar o mês de agosto,
Por de lado, também, a ignóbil lembrança do dilúvio,
Não recordar, enfim, do ígneo átrio a emanar do Vesúvio,
Ou do cataclismo, e, da hecatombe humana, isto posto.

Mas, como olvidar o execrável rancor do mês de agosto?
Se do planeta, está ele incluso, na hipérbole do itinerário,
E, se, hoje, é o limite, o lapso final do Concurso Literário,
Que a Associação Cultural Literatura no Brasil, lança em rosto.

Por isso, nunca se entristeça a luz da lúgubre cena,
Se não optam pelas vernáculas que saem de tua pena,
Que, entrementes, não te coloca entre os dez.

Siga em frente, produza, escreva, mas escreva textos mil,
Pois de teus escritos necessita, até mesmo, esse tal Brasil,
E, assim, qualquer dia tu podes estar entre os dez.


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