09 junho, 2006

Novo poema

História de lágrimas e assobio


Felicidade do sujeito
Foi ter nascido brasileiro
E canta alegre e afinado
O canto desse sabiá
O canto desse que sabia,
Que sabia assobiar Era um pescador
Assobiava o dia inteiro um pescador aquele carpinteiro
Coisas sobre céu e mar... que assobiava coisas desse ar
Coisas sobre o céu e mar .
E assobiava que o vento
Um dia lhe contara
Que o mar em sua ira
Já a muitos dizimara
Que o vento em sinfonia
Lágrimas trazia
De senhoras e donzelas
Com saudades primas
De homens que o mar
Levava e não devolvia
E assobiava o dia inteiro
Coisas desse seu eu e mar
Era um pescador,
Um pescador aquele marinheiro
Que em vezes chorava
Na beira do mar
Com saudade impar
E portuário lamentar
Desafiava um assobio
Perguntando para o mar.
Por que um dia o devolvera?
Por que não quis lhe tragar?
Quando soube que o vento
Seu amor soprou de lá !!!

... e assobiava o dia inteiro
coisas sobre céu e mar
aquele marinheiro carpinteiro
desafinando um assobio,
chorava à beira mar.

Eduardo P. Geronimo, Conselheiro fiscal da Associação Cultural Literatura no Brasil.


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Sobre choro e nó na garganta

Trecho do livro "Dente-de-leão: a sustentável leveza de ser" - Escritor Sacolinha