08 julho, 2006

Jornal on line

JIRAU DI/VERSO
Nº 05 – Julho.2006
por Enzo Carlo Barrocco

A poesia senegalesa de Léopold Sédar Senghor

O POEMA

VISITA

Na escassa penumbra da tarde,
sonho.
Vêm me visitar as fadigas do dia,
os defuntos do ano, as lembranças da década,
como uma procissão dos mortos daquela aldeia
perdida lá no horizonte.

Este é o mesmo sol, impregnado de miragens
o mesmo céu que presenças ocultas dissimulam
o mesmo céu temido daqueles que tratam
com os que se foram.

Eis que a mim vêm os meus mortos.

* Tradução de Guilherme de Souza Castro

O POETA

Léopold Sédar Senghor (Joal-Fadiouth 1906 – Verson, França 2001 ) poeta, ensaísta e político senegalês. Embora tenha sido essencialmente poeta, Senghor também enveredou pelos caminhos do ensaio. Na França, para onde havia se mudado, foi feito prisioneiro pelos nazistas, à época da II Guerra Mundial. Em 1945, foi eleito deputado pelo Senegal, assim como, depois, seu primeiro presidente. A Academia Francesa de Letras o elegeu para as suas lides em 1983, sendo, portanto o primeiro africano a ocupar uma cadeira naquela Casa.

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Estante de Acrílico
Livros Sugestionáveis


“O Defunto e Outros Contos”

Autor: Eça de Queiroz

Edição: Editora Tecnoprint S.A.

Belíssimo livro. Eça e sua impressionante capacidade de contar histórias. “Singularidades de Uma Rapariga Loura”, “Frei Genebro” e “Suave Milagre” são preciosidades da literatura mundial.

“Vampiros Extraterrestres na Amazônia” (Ensaio)

Autor: Daniel Rebisso Giese

Edição do Autor

As supostas aparições de discos voadores na região Amazônica, principalmente na região nordeste do Pará, com relatos e fotos. Rebisso, ufólogo que é, trata o assunto com muita seriedade.

“E Todas as orquestras Acenderam a Lua” (Poesias)

Autora: Lília Silvestre Chaves

Edição: Imprensa Oficial do Estado do Pará

O sentimento feminino se encaixa perfeitamente em “Todas as...”, no que diz respeito ao romantismo. A alma feminina falando, gesticulando, amando...

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A FRASE DI/VERSA


“Caminhando e semeando, no fim terás o que colher”.

- Cora Coralina (Goiás Velho 1889 – Goiânia 1985) poeta e contista goiana

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DA LAVRA MINHA

Lua artesanal


Enzo Carlo Barrocco

Surgiu em mim

Igapó de trevas,

uma lua artesanal;

barro e mãos

à borda do poema.

Perde-se em mim a forma

a peça, o alguidar.

Matéria posta ao sol;

Frágil luz do dia

sobre o verso.

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