29 julho, 2006

Sessão geral

Estimas
Tirou a roupa
viu-se no espelho
Admirou-se
realizou-se
Sentiu prazer
o prazer
Egoísta
Everaldo Ferreira!
Ser especial é ser especial

Nada é igual:
A beleza das orquídeas
O perfume das flores
O encanto das rosas!
Nada é tão lindo:
Como as cores de um arco íris,
O brilho das estrelas,
O cintilar de um diamante!
Nada é tão mágico:
Como em noites de lua cheia,
Recitar um poema de amor,
A quem ama e beijá-la.
Nada é tão forte:
Como o vento e a água.
O fogo que abrasa,
Os raios do sol!
Nada é mais maravilhoso,
Nem mais lindo,
Nem mais forte,
Nem mais mágico,
Do que tudo que falei.
Porém elas todas juntas,
Não são especiais como você.
Posso viver sem todas elas,
Sem todas elas eu seria poeta,
Mas sem você, como eu seria um poeta?
Nada me inspiraria,
Para quem eu recitaria meus versos de amor?
Porque ser especial ao meu ver,
Não é ser linda ou encantadora,
Brilhante ou mágico,
Forte ou charmosa,
Maravilhosa, ou deslumbrante.
Não é ter cabelos longos ou curtos,
Olhos verdes, azuis, pretos, pouco importam.
Ser alta ou baixa, magra ou gorda,
Nada disso importa,
Ser especial para mim é ser como você.
Nada mais, simplesmente assim como você. ESPECIAL.

Francis Gomes
Último desejo

Quando eu morrer, quero ser carregado no lombo de um burro, enrolado em uma rede amarela, com pintas vermelhas, não quero choro, nem vela.
Coloquem-me a peruca mais bonita para relembrar dos meus belos cabelos que tive na infância e que caíram com o passar dos anos.
Quero trapezistas, palhaços e artistas. Um carro com locutor gritando: lá vai o morto, sendo carregado no lombo do burro.
No enterro, não quero que ofereçam café, quero uma churrascada, refrigerantes e muitas cervejas geladas ah!E também uma roda de samba com músicas feitas em minha homenagem.
Quero que minhas esposas se abracem e gritem: ele foi um bom pai, um eterno namorado, um excelente marido e um grande amante, viva o morto e sua conta bancária.
Na rua, quero bexigas, balas, bombons e chocolates para distribuir para a garotada. E as senhoras com faixas e cartazes dizendo: um belo homem e um bom adubo para ser enterrado lá em minha casa.
Não quero luto, quero que decretem feriado nas escolas, alunos sejam dispensados e as firmas mandem seus funcionários para a casa do morto que participem da última churrascada.
No cemitério, quero que enfeitem os túmulos com rosas, vermelhas, que depois do enterro elas sejam distribuídas para as mulheres presentes. Quando forem me colocar na cova me desenrole de minha rede e que me joguem na terra a rede podem dá-la para o primeiro preguiçoso presente, espero que não tenha brigas.
Depois, não quero que comentem do enterro e nem do burro, só da festa e da bela churrascada que foi dada.
Ass: O morto

Paulo Pereira

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Sobre choro e nó na garganta

Trecho do livro "Dente-de-leão: a sustentável leveza de ser" - Escritor Sacolinha