Eu conheci Madame Satã
Eu conheci Madame Satã
Ele estava no Vale
dos Órfãos de pais não mortos
Era ele
Seduzia com palavras doces
As mulheres sensíveis
Dizia-as o que deveria ser escutado
Seduzia os homens
Sérios e de jeito homem
Com palavras sérias e panfletárias
Ele era esperto
Quase malandro
(Madames são malandros?)
Seduzia a todos
Para que lhe dessem
um pouco de suas vidas
E era madame.
Seu rosto estava machucado
De ferimentos em carne viva
Ele era todo em carne viva
Rapidamente disse
que brigou na rua de sua mãe
Quase o descobrem!
Mas, como uma doce ordem,
também disse que agora estava estudando.
E assim deveríamos mudar de assunto.
E assim recobriu sua alma ferida
E assim mais uma vez não foi descoberto
Continuou sua dança de sedução
Sua presença forte de vida
não o deixava escapar aos nossos olhos
Sua doçura e sua dor
a nós prensava o peito
Não tinha como escapar
Não podíamos fugir
de sua força de existir
Ele sofria
E era feliz
Fingia sofrer
Fingia se feliz
Ele era forte
Era doloroso
Fingia ser forte
Fingia agredir
Era sensível
E isso ele não fingia
Era ele
E assim vive
E eu o ví .
Alan Sueira
31 julho, 2006
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