Aventuras de um caipira
Por: Francis Gomes
Derde o tempo de menino
Sempre fui muito mofino
Magricelo bem sofrido.
Prá piorar meu dilema
Pescoço de seriema
Este era o meu apelido.
Seu moço num vou negar
Na arte de namorar
Eu era mermo esquecido.
E como num sou bonito
Por isso mermo acredito
Eu fui é muito sortudo.
Apois me casei com Rita
Uma caboca muito bonita
Que tem os beiços carnudo.
Peito grande, perna grossa
Traz meu armoço na roça
E nós se dá bem em tudo.
Rita é o peixe eu a rede
Caboca de oios verde
Minha estrela de cinema.
Presente que Deus me deu
Ela é mais arta que eu
Mas prá tudo tem esquema.
O bom é que nós se ama
E quando nós vai pra cama
Artura num é probema.
Prá nós num tem lugar certo
Esteja longe ou perto
Quarquer lugar é lugar.
A hora também num conta
É quando nós se levanta
É quando nós vai deitar.
E se a vontade engrossa
As vez até lá na roça
Quando eu vou armonçar.
Um sol quente da mulesta
Suor correndo na testa
Sentindo câimbra no braço.
Sem ter nada na barriga
As tripa pegando briga
De tanta fome que eu passo.
Mas quando eu fico espiando
Que vejo Rita chegando
Acaba todo cansaço.
Balançando a cabeleira
Andando toda faceira
Com um sorriso tinhoso,
Só mermo prá provocar
Ela começa a falar:
- o armoço ta gostoso.
Como quem quer um chamego
Rita diz: - vem cá meu nego.
Eu fico todo manhoso.
E quando nós se aproxima
Nontonce eu parto prá cima
Como um cachorro pro osso.
É minha nega prá lá
É meu neguinho prá cá
Ela me morde o pescoço.
Nas moitas de marmeleiro
Debaixo dos imbuzeiro
Esqueço até o armoço.
Seu moço nós se abufela
Ela com eu, eu com ela
E sai rolando no chão.
É o suor escorrendo
E Rita fica dizendo:
-neguinho, faz isso não.
Mas ela que me aguarde
Se eu paro ela diz: covarde
Tu vai me deixar na mão?
Ligeiro eu tiro de tiro de Rita
O seu vestido de chita
E nós esquenta igual brasa.
A nossa doideira é tanta
Que os Passarim se levanta
Começa a bater as asa.
Dispois nós banha no poço
Aí eu como o armoço
E Rita vorta prá casa.
Dispois que ela vai sembora
Eu fico contando as hora
Doidim pro tempo passar,
Se eu falar ninguém cridita
É só sordade de Rita
Vontade de namorar.
Porque dispois que eu janto
O fogo de Rita é tanto
Que nós já vai vadiar.
As vez o povo critica
Argum até faz futrica
Tudo inveja de vizim.
Mas eu agradeço a Deus
Gosto de Rita ela de eu
Tudo de Rita é prá mim.
Tudo que eu faço é prá ela
E se arguem se engraçar com ela
Pode crer que eu dou fim.
Francis Gomes
Por: Francis Gomes
Derde o tempo de menino
Sempre fui muito mofino
Magricelo bem sofrido.
Prá piorar meu dilema
Pescoço de seriema
Este era o meu apelido.
Seu moço num vou negar
Na arte de namorar
Eu era mermo esquecido.
E como num sou bonito
Por isso mermo acredito
Eu fui é muito sortudo.
Apois me casei com Rita
Uma caboca muito bonita
Que tem os beiços carnudo.
Peito grande, perna grossa
Traz meu armoço na roça
E nós se dá bem em tudo.
Rita é o peixe eu a rede
Caboca de oios verde
Minha estrela de cinema.
Presente que Deus me deu
Ela é mais arta que eu
Mas prá tudo tem esquema.
O bom é que nós se ama
E quando nós vai pra cama
Artura num é probema.
Prá nós num tem lugar certo
Esteja longe ou perto
Quarquer lugar é lugar.
A hora também num conta
É quando nós se levanta
É quando nós vai deitar.
E se a vontade engrossa
As vez até lá na roça
Quando eu vou armonçar.
Um sol quente da mulesta
Suor correndo na testa
Sentindo câimbra no braço.
Sem ter nada na barriga
As tripa pegando briga
De tanta fome que eu passo.
Mas quando eu fico espiando
Que vejo Rita chegando
Acaba todo cansaço.
Balançando a cabeleira
Andando toda faceira
Com um sorriso tinhoso,
Só mermo prá provocar
Ela começa a falar:
- o armoço ta gostoso.
Como quem quer um chamego
Rita diz: - vem cá meu nego.
Eu fico todo manhoso.
E quando nós se aproxima
Nontonce eu parto prá cima
Como um cachorro pro osso.
É minha nega prá lá
É meu neguinho prá cá
Ela me morde o pescoço.
Nas moitas de marmeleiro
Debaixo dos imbuzeiro
Esqueço até o armoço.
Seu moço nós se abufela
Ela com eu, eu com ela
E sai rolando no chão.
É o suor escorrendo
E Rita fica dizendo:
-neguinho, faz isso não.
Mas ela que me aguarde
Se eu paro ela diz: covarde
Tu vai me deixar na mão?
Ligeiro eu tiro de tiro de Rita
O seu vestido de chita
E nós esquenta igual brasa.
A nossa doideira é tanta
Que os Passarim se levanta
Começa a bater as asa.
Dispois nós banha no poço
Aí eu como o armoço
E Rita vorta prá casa.
Dispois que ela vai sembora
Eu fico contando as hora
Doidim pro tempo passar,
Se eu falar ninguém cridita
É só sordade de Rita
Vontade de namorar.
Porque dispois que eu janto
O fogo de Rita é tanto
Que nós já vai vadiar.
As vez o povo critica
Argum até faz futrica
Tudo inveja de vizim.
Mas eu agradeço a Deus
Gosto de Rita ela de eu
Tudo de Rita é prá mim.
Tudo que eu faço é prá ela
E se arguem se engraçar com ela
Pode crer que eu dou fim.
Francis Gomes
Presidente da Associação
Cultural Literatura no Brasil
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