Quem tem medo de cagar não come!
Texto publicado originalmente no site Rap Nacional
(Por: Sacolinha)
Já saí da casa dela chateado. Estava lá desde sexta-feira á noite, pra sair no domingo de tarde sem nem uma rapidinha.
Logo eu que estava acostumado.
Ela sempre dava um jeito, ou era no terraço ou na sala, enquanto seus pais estavam assistindo tv no quarto. Mas nesse fim de semana não deu. A filha da mãe disse que estávamos arriscando demais.
- Tudo bem.
Tudo bem pra ela que tem alto-controle, que é mais fácil de segurar.
Mas mal eu sabia que tudo estava apenas começando. Minha namorada me levou até o ponto de ônibus, que o meu carro estava no mecânico. Evitei beijos mais ousados para não piorar a situação. Embarquei e fui sentar no último banco. Adoro ter uma boa visão atrás de todo mundo, só não gosto que tenham boa visão atrás de mim.
O calor estava insuportável, e o suor já começava a descer pelo rosto. Não via a hora de descer daquele veículo barulhento.
Desembarquei com aquela sensação de estar esquecendo alguma coisa, mas nem dei atenção. Corri para pegar o trem.
Passando na catraca da CPTM a danada apita:
- Ah, vai se lascar.
A funcionária veio:
- Calma moço, tenha paciência.
- Paciência nada, isso acontece sempre, já sou pós-graduado em ser barrado nessas catracas. Além de travar, ainda fica apitando.
Enquanto ela analisava o meu bilhete, o trem que eu iria pegar encostou na plataforma.
- Senhora, me desculpe, mas eu não posso perder esse não.
Pulei a catraca e subi as escadas quase tropeçando. Quando passava por alguém, esse olhava assustado achando que eu estava fugindo.
Quando ia descendo a última escada para a plataforma, o trem apitou sinalizando o fechamento das portas. Gritei para alguma alma boa:
- Seguuuuuuuuuuuuuuuuuuuura. Segura a porta.
Ninguém fez o favor. Ia tentar abrir uma porta no braço, mas o trem partiu.
Praguejei pra Deus e o mundo. Xinguei até a Xuxa, mesmo sabendo que ela não tinha absolutamente nada a ver com aquilo.
Sentei chutando a merda do banco que estava á minha frente, como se ele estivesse rindo da minha cara.
E de repente chega um segurança:
- Pode voltar e pagar a passagem.
- Ah, vai se fo...
Segurei, pensei e resolvi não arrumar encrenca.
Voltei na catraca, fui na bilheteria, comprei uma passagem, passei e fui até a funcionária que havia ficado com o bilhete que tinha travado.
- Por favor, me devolve o bilhete, ele não passou aqui, mas pode passar em outra estação.
Novamente na plataforma calculei o horário do próximo trem. O intervalo durante a semana era de quinze em quinze minutos, isso quando obedeciam. E aos domingos e feriados era de trinta em trinta.
Já iam dar seis horas da noite. Peguei um livro na mochila e tentei me concentrar na leitura, coisa que foi difícil. Tinha tanta coisa pra fazer; estudar para a prova de segunda, fazer trabalho de teoria literária, que por mais que você goste acaba enchendo o saco. Tenho de responder umas cartas, terminar de ler um livro e dar a minha opinião aos editores, tomar banho, jantar, assistir um documentário e muitas outras banalidades que não vale a pena citar aqui. Só não ficaria sem me masturbar aquela noite. Isso não.
O trem chegou e eu não consegui ler nem duas páginas.
Entrei e me acomodei ao lado de uma moça que segurava a sua criança. Só sentei ali porque não havia outro lugar, pois morro de medo de criança em transporte coletivo nos fins de semana. Elas vivem de barriga cheia de lanches do passeio e um transporte como o trem em movimento de um lado e de outro só contribui para que elas coloquem tudo pra fora. Ai de quem estiver perto.
Mas a criança estava quietinha e não vomitou. Só me fez lembrar de uma coisa; ela estava com um celular de brinquedo nas mãos, que eu não via a hora de acabar logo a pilha, e que me fez levar as minhas mãos aos bolsos da calça.
- Putaquelamerda.
Sussurrei baixinho, é claro.
Então era isso que estava me deixando com a sensação de esquecimento.
Fiquei desinquieto a ponto da moça ao meu lado se incomodar. Preferi ficar sossegado, já estava dando tudo errado mesmo. Na estação Barra Funda eu compro um cartão e ligo para o meu número pra saber quem achou e onde eu perdi.
- E se ficou na casa da minha namorada?
Ai, ai, ai. Vai que liga alguma mina me procurando. Do jeito que a Vânia é ciumenta é capaz dela chamar a outra de vadia e ainda jogar o celular no chão.
- Tô frito.
O trem chegou na estação Barra Funda e eu corri para comprar um cartão, que aliás, tá caro pra cacete. Fui até um orelhão e liguei para o número umas cinco vezes. Ninguém atendeu. Liguei para a casa da minha namorada e perguntei se não havia esquecido por lá. Também não.
Bom, como já estava ficando tarde, resolvi continuar minha viagem, e a Vânia ficou de ligar ao meu celular para ver se alguém atendia.
Embarquei noutro trem até a estação Luz e lá baldeei para o trem que me deixaria em guaianases para a última baldeação. Aja trem.
Dividi o banco com uma mulher que falava no celular e pensei: “Bom, daqui á pouco ela desliga, aí dá pra mim ler”.
O vagão começou a lotar e a composição nada de sair. De repente sobe um cheiro de mijo de arder as narinas e, como eu havia acabado de sentar, a mulher começou a fungar e olhar pra mim. Ainda falou no celular:
- Nossa menina, entrou um pessoal aqui que tá com um fedor de mijo...
Só balancei a cabeça negativamente, na certa a filha da puta estava achando que o mal cheiro vinha de mim.
O trem partiu. Abri o livro, suspirei e comecei a ler. Aprendi a me concentrar na leitura em locais públicos, lia em qualquer lugar, talvez até em salão de baile, mas a conversa da mulher no celular estava tão mesquinha e sem conteúdo que acabei me irritando. E ela ainda olhava pra mim fungando aquele nariz cheio de pêlo.
Fechei o livro e comecei a prestar mais atenção naquela conversa fiada, pra ver se dava para tirar proveito dela, talvez escrevendo algum texto mais tarde.
E, acreditem, a mulher foi descer na estação de Itaquera, e ainda saiu falando no celular. Mais de cinqüenta minutos falando sem parar. Provavelmente ligou á cobrar para a amiga, ou as duas estavam aproveitando a promoção de fim de semana da operadora. Só rindo.
Na mesma estação embarcou um senhor que já estava pra lá de “marraquechi”.
- Eita, o véio tá bebim, bebim. - Ouvi alguém dizer.
Então desisti do livro logo de uma vez e guardei na mochila.
O senhor que estava com uma latinha de cerveja na mão, começou seu espetáculo cutucando dois jovens que conversavam encostados á porta.
De início os dois deram atenção, mas depois que o velho começou a encheção de saco eles deram um chega pra lá. O bêbado então gritou:
- Ôpa, quem tem medo de cagar não come, quem tem medo de cagar não come.
E insistiu na conversa com os jovens. Falava tudo enrolado, ninguém entendia nada. A não ser a frase que ele soltava de dois em dois minutos:
- Quem tem medo de cagar não come, quem tem medo de cagar não come.
E começou a cantar. Juntava músicas antigas com novas, Tim Maia com banda Kalypso e Elis Regina com Frank Aguiar. Era um bailão danado. E eu pensando na frase que um amigo me disse certa vez: “Nóis sofre, mais nóis goza”.
O bêbado cantando, sem esperar, o maquinista dá uma freada brusca. O velho caiu, mas não largou a latinha, que espirrou cerveja nos dois jovens. Praguejaram e xingaram o bêbado de tudo quanto é nome. Os dois foram encostar em outra porta. Mas ele levantando do chão, só conseguia dizer:
- Quem tem medo de cagar não come, quem tem medo de cagar não come.
E foi para perto dos jovens novamente, cutucando-os e repetindo a frase. Os dois pareciam muito pacientes com todas as pessoas ali no vagão, ora rindo, ora pedindo um linchamento no velho.
Os dois pararam de conversar e começaram a trocar olhares, que foi se revelar na próxima estação quando abriu as portas. Eles puxaram o bêbado pra fora e derrubaram no chão. O trem partiu, deixando o velho na estação errada a resmungar:
- Quem tem medo de cagar não come, quem tem medo de cagar não come.
Chegamos em guaianases e fora a espera, o restante ocorreu normal. Desci na minha estação com a mochila pesada a castigar as minhas costas. Lembrei da palestra que dei na sexta de tarde, antes de ir para a casa da minha namorada. Levei bastante livros para vender, mas nem os organizadores da atividade compraram. Na próxima vez eu cobro a palestra.
Vi partindo o ônibus que eu iria pegar, corri. O motorista me viu acenando, mas não parou.
- Maldito desgraçado. Que você tenha uma morta lenta e dolorosa.
Sentei esbaforido numa guia de calçada. Tirei a mochila das costas e joguei no chão. Por um instante passei todo aquele fim de semana na minha mente.
“Num vendi livros, minha namorada com frescuras, os atrasos, a perda do meu celular, a louca tagarela ao meu lado me fungando, o bêbado, o motorista do ônibus me sacaneando e um monte de trabalhos em casa”.
E hoje ainda é domingo, a semana está apenas começando. Meu Deus, pra que que eu fui nascer?
Pensei em me afogar na cachaça e ser feliz igual o velho, mas as responsabilidades é que não deixam. Fui me envolver num monte de coisas. Olha aí o que dá.
Mas me contentei em sentar no ponto de ônibus, abrir o livro e aguardar o próximo transporte. Afinal de contas, quem tem medo de cagar não come.
Sacolinha!
Já saí da casa dela chateado. Estava lá desde sexta-feira á noite, pra sair no domingo de tarde sem nem uma rapidinha.
Logo eu que estava acostumado.
Ela sempre dava um jeito, ou era no terraço ou na sala, enquanto seus pais estavam assistindo tv no quarto. Mas nesse fim de semana não deu. A filha da mãe disse que estávamos arriscando demais.
- Tudo bem.
Tudo bem pra ela que tem alto-controle, que é mais fácil de segurar.
Mas mal eu sabia que tudo estava apenas começando. Minha namorada me levou até o ponto de ônibus, que o meu carro estava no mecânico. Evitei beijos mais ousados para não piorar a situação. Embarquei e fui sentar no último banco. Adoro ter uma boa visão atrás de todo mundo, só não gosto que tenham boa visão atrás de mim.
O calor estava insuportável, e o suor já começava a descer pelo rosto. Não via a hora de descer daquele veículo barulhento.
Desembarquei com aquela sensação de estar esquecendo alguma coisa, mas nem dei atenção. Corri para pegar o trem.
Passando na catraca da CPTM a danada apita:
- Ah, vai se lascar.
A funcionária veio:
- Calma moço, tenha paciência.
- Paciência nada, isso acontece sempre, já sou pós-graduado em ser barrado nessas catracas. Além de travar, ainda fica apitando.
Enquanto ela analisava o meu bilhete, o trem que eu iria pegar encostou na plataforma.
- Senhora, me desculpe, mas eu não posso perder esse não.
Pulei a catraca e subi as escadas quase tropeçando. Quando passava por alguém, esse olhava assustado achando que eu estava fugindo.
Quando ia descendo a última escada para a plataforma, o trem apitou sinalizando o fechamento das portas. Gritei para alguma alma boa:
- Seguuuuuuuuuuuuuuuuuuuura. Segura a porta.
Ninguém fez o favor. Ia tentar abrir uma porta no braço, mas o trem partiu.
Praguejei pra Deus e o mundo. Xinguei até a Xuxa, mesmo sabendo que ela não tinha absolutamente nada a ver com aquilo.
Sentei chutando a merda do banco que estava á minha frente, como se ele estivesse rindo da minha cara.
E de repente chega um segurança:
- Pode voltar e pagar a passagem.
- Ah, vai se fo...
Segurei, pensei e resolvi não arrumar encrenca.
Voltei na catraca, fui na bilheteria, comprei uma passagem, passei e fui até a funcionária que havia ficado com o bilhete que tinha travado.
- Por favor, me devolve o bilhete, ele não passou aqui, mas pode passar em outra estação.
Novamente na plataforma calculei o horário do próximo trem. O intervalo durante a semana era de quinze em quinze minutos, isso quando obedeciam. E aos domingos e feriados era de trinta em trinta.
Já iam dar seis horas da noite. Peguei um livro na mochila e tentei me concentrar na leitura, coisa que foi difícil. Tinha tanta coisa pra fazer; estudar para a prova de segunda, fazer trabalho de teoria literária, que por mais que você goste acaba enchendo o saco. Tenho de responder umas cartas, terminar de ler um livro e dar a minha opinião aos editores, tomar banho, jantar, assistir um documentário e muitas outras banalidades que não vale a pena citar aqui. Só não ficaria sem me masturbar aquela noite. Isso não.
O trem chegou e eu não consegui ler nem duas páginas.
Entrei e me acomodei ao lado de uma moça que segurava a sua criança. Só sentei ali porque não havia outro lugar, pois morro de medo de criança em transporte coletivo nos fins de semana. Elas vivem de barriga cheia de lanches do passeio e um transporte como o trem em movimento de um lado e de outro só contribui para que elas coloquem tudo pra fora. Ai de quem estiver perto.
Mas a criança estava quietinha e não vomitou. Só me fez lembrar de uma coisa; ela estava com um celular de brinquedo nas mãos, que eu não via a hora de acabar logo a pilha, e que me fez levar as minhas mãos aos bolsos da calça.
- Putaquelamerda.
Sussurrei baixinho, é claro.
Então era isso que estava me deixando com a sensação de esquecimento.
Fiquei desinquieto a ponto da moça ao meu lado se incomodar. Preferi ficar sossegado, já estava dando tudo errado mesmo. Na estação Barra Funda eu compro um cartão e ligo para o meu número pra saber quem achou e onde eu perdi.
- E se ficou na casa da minha namorada?
Ai, ai, ai. Vai que liga alguma mina me procurando. Do jeito que a Vânia é ciumenta é capaz dela chamar a outra de vadia e ainda jogar o celular no chão.
- Tô frito.
O trem chegou na estação Barra Funda e eu corri para comprar um cartão, que aliás, tá caro pra cacete. Fui até um orelhão e liguei para o número umas cinco vezes. Ninguém atendeu. Liguei para a casa da minha namorada e perguntei se não havia esquecido por lá. Também não.
Bom, como já estava ficando tarde, resolvi continuar minha viagem, e a Vânia ficou de ligar ao meu celular para ver se alguém atendia.
Embarquei noutro trem até a estação Luz e lá baldeei para o trem que me deixaria em guaianases para a última baldeação. Aja trem.
Dividi o banco com uma mulher que falava no celular e pensei: “Bom, daqui á pouco ela desliga, aí dá pra mim ler”.
O vagão começou a lotar e a composição nada de sair. De repente sobe um cheiro de mijo de arder as narinas e, como eu havia acabado de sentar, a mulher começou a fungar e olhar pra mim. Ainda falou no celular:
- Nossa menina, entrou um pessoal aqui que tá com um fedor de mijo...
Só balancei a cabeça negativamente, na certa a filha da puta estava achando que o mal cheiro vinha de mim.
O trem partiu. Abri o livro, suspirei e comecei a ler. Aprendi a me concentrar na leitura em locais públicos, lia em qualquer lugar, talvez até em salão de baile, mas a conversa da mulher no celular estava tão mesquinha e sem conteúdo que acabei me irritando. E ela ainda olhava pra mim fungando aquele nariz cheio de pêlo.
Fechei o livro e comecei a prestar mais atenção naquela conversa fiada, pra ver se dava para tirar proveito dela, talvez escrevendo algum texto mais tarde.
E, acreditem, a mulher foi descer na estação de Itaquera, e ainda saiu falando no celular. Mais de cinqüenta minutos falando sem parar. Provavelmente ligou á cobrar para a amiga, ou as duas estavam aproveitando a promoção de fim de semana da operadora. Só rindo.
Na mesma estação embarcou um senhor que já estava pra lá de “marraquechi”.
- Eita, o véio tá bebim, bebim. - Ouvi alguém dizer.
Então desisti do livro logo de uma vez e guardei na mochila.
O senhor que estava com uma latinha de cerveja na mão, começou seu espetáculo cutucando dois jovens que conversavam encostados á porta.
De início os dois deram atenção, mas depois que o velho começou a encheção de saco eles deram um chega pra lá. O bêbado então gritou:
- Ôpa, quem tem medo de cagar não come, quem tem medo de cagar não come.
E insistiu na conversa com os jovens. Falava tudo enrolado, ninguém entendia nada. A não ser a frase que ele soltava de dois em dois minutos:
- Quem tem medo de cagar não come, quem tem medo de cagar não come.
E começou a cantar. Juntava músicas antigas com novas, Tim Maia com banda Kalypso e Elis Regina com Frank Aguiar. Era um bailão danado. E eu pensando na frase que um amigo me disse certa vez: “Nóis sofre, mais nóis goza”.
O bêbado cantando, sem esperar, o maquinista dá uma freada brusca. O velho caiu, mas não largou a latinha, que espirrou cerveja nos dois jovens. Praguejaram e xingaram o bêbado de tudo quanto é nome. Os dois foram encostar em outra porta. Mas ele levantando do chão, só conseguia dizer:
- Quem tem medo de cagar não come, quem tem medo de cagar não come.
E foi para perto dos jovens novamente, cutucando-os e repetindo a frase. Os dois pareciam muito pacientes com todas as pessoas ali no vagão, ora rindo, ora pedindo um linchamento no velho.
Os dois pararam de conversar e começaram a trocar olhares, que foi se revelar na próxima estação quando abriu as portas. Eles puxaram o bêbado pra fora e derrubaram no chão. O trem partiu, deixando o velho na estação errada a resmungar:
- Quem tem medo de cagar não come, quem tem medo de cagar não come.
Chegamos em guaianases e fora a espera, o restante ocorreu normal. Desci na minha estação com a mochila pesada a castigar as minhas costas. Lembrei da palestra que dei na sexta de tarde, antes de ir para a casa da minha namorada. Levei bastante livros para vender, mas nem os organizadores da atividade compraram. Na próxima vez eu cobro a palestra.
Vi partindo o ônibus que eu iria pegar, corri. O motorista me viu acenando, mas não parou.
- Maldito desgraçado. Que você tenha uma morta lenta e dolorosa.
Sentei esbaforido numa guia de calçada. Tirei a mochila das costas e joguei no chão. Por um instante passei todo aquele fim de semana na minha mente.
“Num vendi livros, minha namorada com frescuras, os atrasos, a perda do meu celular, a louca tagarela ao meu lado me fungando, o bêbado, o motorista do ônibus me sacaneando e um monte de trabalhos em casa”.
E hoje ainda é domingo, a semana está apenas começando. Meu Deus, pra que que eu fui nascer?
Pensei em me afogar na cachaça e ser feliz igual o velho, mas as responsabilidades é que não deixam. Fui me envolver num monte de coisas. Olha aí o que dá.
Mas me contentei em sentar no ponto de ônibus, abrir o livro e aguardar o próximo transporte. Afinal de contas, quem tem medo de cagar não come.
Sacolinha!
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