Oh... – que mulher é essa,
Que se senta ao meu lado?
Que me fala e eu ouço calado,
Em sua fala mansa dispersa.
Oh... – que mulher é essa,
Que me vem da lúdica Micena?
E em silencio, calada, encena,
O reverso da vida, a vida reversa.
Será de Atenas; ou será a Milena?
Será de Tróia a lendária Helena?
E... – isto, lamento – não sei!
Será a Ione da enigmática pompéia?
Ou será a patrícia, a nobre ou a plebéia?
Sei lá... – o que sei... – eu me dei!
II
Não obstante, por que a ovação se não sou decano?
A não ser da dor que em meu peito se inflama,
E insana, a alma, inerte, derrama,
A teus pés em fiel e justo reclamo.
O reclamo que atinge a mulher feita jóia,
A jóia que exala o perfume da flor,
A jóia que brilha em tom multicor,
E outra não é senão a Helena de Tróia.
E eu que sinto; minha alma definha,
Sabendo que sou uma pomba que caminha,
Sem amor, sem Deus e sem paz!
E a culpa é tua querida,
Contigo deixei a minha vida,
Em troca dos singelos beijos teus!
Sessão de autógrafos
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