31 outubro, 2005
Utilidade literária
ACABA DE ENTRAR NO AR O MAIS NOVO BLOG CULTURAL. TRATA-SE DE UM DOS MAIORES MOVIMENTOS ATUAIS DA PERIFERIA.
URGENTE, URGENTE...
WWW.COLECIONADORDEPEDRAS.BLOGSPOT.COM
Próximo lançamento
Rua Eduardo Monteiro, 151 – Santo André/SP
Tel: (11) 4438-4358 – www.alpharrabio.com.br
CONVITE
05.11.05, sábado, 16h
Lançamento do livro "Poesia do Intervalo"
Dalila Teles Veras (poemas)
e
Guedo Gallet (desenhos)
Posfácio de Tarso de Melo
Data: 05.11.05, sábado, às 16h
Local: Livraria Alpharrabio
Rua Eduardo Monteiro, 151, Jardim Bela Vista, Santo André
Fone 4438-4358
28 outubro, 2005
Poema...
A manhã desperta novas drogas ao terceiro mundo.
Os cordeiros da TV absorvem a nova programação
absurda do talk-show demoníaco.
Eles dominam a informação e me tiram a própria verdade
e eu me curvo.
Donas de casas imagináveis do nordeste
sonham com a libertação de seus sonhos
atrelados pela prisão do entardecer só.
Suspirando solidão no cômodo cárcere da dor.
Diariamente, corpos cremados de trabalhadores descartáveis
alimentam a indústria do poder econômico
e a mecanização do amor edifica
os novos bebês da desgraça.
Nos templos sagrados da farsa
o comércio da fé, cúmplice do apocalíptico caos
coordena com paciência, o exército dos desalmados.
Enquanto isso nas esquinas iluminadas pela fome,
o Davi das ruas, com sua pedra de crack
derruba o enorme Golias da sociedade.
Gilberto Bastos jr.
Poeta e músico.
27 outubro, 2005
Marçal Aquino!
Marçal Aquino nasceu em Amparo, no interior paulista, em 1958. Jornalista, atuou como revisor, repórter e redator, com passagens pelos jornais O Estado de S.Paulo e Jornal da Tarde. Atualmente, trabalha como jornalista free-lancer. Autor de ficção adulta e juvenil, recebeu diversos prêmios por seu trabalho literário, como o primeiro lugar na categoria conto da 5ª Bienal Nestlé de Literatura (1991) e o Prêmio Jabuti (2000).
Seu trabalho em cinema inclui a roteirização de textos de sua autoria (Os Matadores, Ação entre Amigos, O Invasor e O amor e outros objetos pontiagudos) e o desenvolvimento de roteiros originais (Nina). A convite do Sundance Institute, atuou como consultor no IV Laboratório de Roteiros Sundance/RioFilme, realizado em 2000.
L.B: Como você conseguiu lançar o seu primeiro livro?
Meu primeiro livro, um volume de poemas chamado “Por bares nunca dantes naufragados”, foi lançado por uma editora pequena, de Campinas, graças ao interesse de um professor que tive na universidade.
L.B: Nos fale da sua mania de ouvir as conversas alheias.
Tenho claro que minha literatura nasce na rua, da observação das grandezas e indigências de que é capaz a maravilhosa espécie humana. Sempre é isso, algo do real, que deflagra a vontade de escrever e a minha imaginação. Daí, dentro desse “processo” de observação, as conversas alheias são uma matriz muito rica. Não tenho pudor de dizer que presto muita atenção no que as pessoas dizem umas às outras. No mínimo, aprendo a escrever diálogos.
L.B: Quando está escrevendo você se preocupa com as técnicas literárias?
A linguagem nunca é meu primeiro interesse. Me interessa ou a trama ou o personagem. A técnica vem a reboque disso. Procuro apenas botar no papel aquilo que vem à minha cabeça, sem grandes preocupações com linguagem.
L.B: Qual a sua opinião em relação á literatura de auto-ajuda?
Eu não considero literatura os livros de auto-ajuda. São outra coisa. Talvez receituários que fazem bem à alma de algumas pessoas, mas não à minha.
L.B: E a Literatura Marginal?
Sabe que, no fundo, toda literatura (independentemente da temática ou da forma de publicação) pode ser chamada de marginal no Brasil? É o que eu acho. Afinal, o que são 3 mil exemplares (tiragem média dos livros) num universo de quase 200 milhões de brasileiros?
L.B: Anatole France diz: “Acaricie o texto até que ele sorria para você”. Os seus textos são muito trabalhados?
Como eu disse, a técnica nunca é uma preocupação primordial para mim. Escrevo do jeito que posso, à mão, em cadernos, e na hora de passar para o computador faço um trabalho de correção e cortes. Não vai muito além disso.
L.B: Por que você não escreve poesia?
Eu já escrevi poesia. Mas sou muito exigente. E acabei chegando à conclusão de que aquilo que eu chamava de poesia era, na verdade, prosa disfarçada – imagine: meus poemas tinham tramas e até personagens. Daí que, por respeito à verdadeira poesia (de gente como Drummond, Bandeira, Murilo Mendes e Jorge de Lima, meus favoritos), abandonei completamente qualquer veleidade de poeta, e passei a dedicar todo meu esforço à prosa.
L.B: As editoras costumam encomendar com os escritores renomados, livros que falem do assunto que está chamando a atenção no momento. Já aconteceu isso com você?
Eu não tenho nenhum problema com os “textos encomendados”. Basta que eu tenha tempo, interesse no tema e que ache que tenho algo a dizer sobre aquilo.
L.B: Você se mantém financeiramente do que escreve, ou tem algum trabalho paralelo?
Eu vivo do meu trabalho como jornalista free-lancer, e não de literatura, nem dos roteiros que escrevo para o cinema, que apenas ajudam a pagar as contas em casa.
L.B: Tem influências literárias?
Acredito que muita gente me influenciou. Mas não só gente da literatura. O cinema sempre me influenciou, desde garoto. Na verdade, eu acho que tudo influencia um escritor. A vida, enfim.
L.B: Como você encara a relação editora e escritor desconhecido?
Atualmente, está um pouco melhor do que no tempo em que comecei a tentar publicar meus textos. Há muitas editoras, de todos os tamanhos, que estão dispostas a ler um original de um estreante. Basta que o livro certo chegue às mãos certas. Nesse aspecto, continua como naquele tempo: tudo que um escritor iniciante precisa é de perseverança. Afinal, antes de mais nada, ele precisa acreditar naquilo que está pretendendo publicar. Acreditar com o coração cheio de paciência e tolerância para eventuais rejeições.
L.B: O que é o livro de contos “O amor e outros objetos pontiagudos?”.
O livro O amor e outros objetos pontiagudos, publicado em 1999 pela Geração Editorial, era parte de um projeto que criamos chamado “Território Brasileiro”, que incluiu ainda O pavão misterioso, de Roniwalter Jatobá, e O céu e o fundo do mar, do Fernando Bonassi. No meu caso, era um conjunto de contos em que eu vinha trabalhando fazia anos – meu livro anterior era de 94. Então nesses cinco anos escrevi alguns relatos, deixei outros pela metade. Acho que o livro fala, sobretudo, de amor, dos vários tipos de amor. E de outras coisas também, dos tais “objetos pontiagudos”.
L.B: Todo artista tem ou vive um momento de reflexão sobre a vida. Alguns deles acabam se suicidando, bebendo, se drogando ou desistindo de tudo. Você já passou por um momento assim?
Não, minha vida é absolutamente normal.
L.B- Realismo, Simbolismo, Modernismo e agora a época Contemporânea. Como podemos chamar a próxima época?
Não tenho a menor idéia de como vão chamar esta nossa época.
L.B: Quer falar algo que não perguntamos?
Está sendo lançado nesta semana pela Companhia das Letras meu novo romance, Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios, com o qual estou comemorando vinte anos da publicação do meu primeiro livro.
26 outubro, 2005
Próxima entrevista
Aguardem.
Literatura de Periferia
BRADESCO
Ag. 1229-7
C/C 25.373-1 em nome de José Augusto Borges.
O escritor Alessandro Buzo conta com você e desde já agradece.
Suburbano Convicto Produções FONE/FAX: (11) 6567-9379 (11) 8218-7512
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Regresso
Moreira de Acopiara
Depois de um tempo procurando glórias
No mundo vasto de surpresas loucas,
Voltei pra casa com poucas vitórias,
E uma bagagem de certezas poucas.
Cheguei calado, vi meu pai de longe,
Olhar distante, caminhar ligeiro,
Velho, cansado, parecia um monge,
Como com pressa de chegar primeiro.
Voltei o filme do meu pensamento,
Lembrei do tempo em que vivi distante
Buscando coisas que se vão com o vento,
Não me importando com o mais importante.
Agora trago nesse olhar cansado
Marcas profundas de caminhos gastos;
Mágoas recentes, previsível fado,
Horas perdidas, perigosos pastos.
Dias compridos, falsas reverências,
Gestos pequenos de mulheres lindas.
Falsos amigos anunciando ausências,
Rotas incertas e alegrias findas.
Não encontrando nas estradas largas
Sombras tranqüilas pra cochilos mansos,
Não tive forças pra pesadas cargas,
Nem camas certas pra breves descansos.
A casa velha faz lembrar distâncias
E tempos idos, papai sempre amigo,
Com voz pausada de acalmar as ânsias,
Dizendo coisas que tento e não digo.
Virei o mundo sem fazer história,
E agora volto para um recomeço.
É longa a estrada, passageira a glória...
E as coisas simples, essas não têm preço.
MOREIRA DE ACOPIARA é como Manoel Moreira Júnior assina seus trabalhos, sejam impressos, sejam gravados.
Nasceu no dia 23 de julho de 1961, no Sítio Cantinho, município de Acopiara, interior do Ceará, onde viveu até os 20 anos de idade e onde foi alfabetizado pela mãe, entre os trabalhos na fazenda e a leitura de livros de bons autores como Graciliano Ramos e Machado de Assis, Patativa do Assaré e Fernando Pessoa, Castro Alves e Camões, a Literatura de Cordel e os versos dos cantadores repentistas da região.
Escreve desde adolescente e já publicou dezenas de Cordéis. Tem programa de rádio no Nordeste. Em 2004 foi eleito para ocupar a cadeira de número 4 da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, ABLC, entidade fundada em 1981 e sediada no Rio de Janeiro. Transita com tranqüilidade pelo conto e pelo teatro, gravou dois CDs com poemas de sua autoria e tem trabalhos musicados e gravados por artistas como Téo Azevedo, Jackson Antunes e Chico Galvão e Zé Viola, dentre outros.
Poeta e escritor, estudioso e conhecedor do folclore brasileiro e da cultura popular, declamador, Moreira de Acopiara freqüentemente tem sido convidado para proferir palestras, oficinas e workshops sobre literatura de cordel, repente e cultura popular, em escolas, centros culturais, universidades, sindicatos etc.
Em 1992 publicou Meu Jeito de Ser Feliz, seu primeiro livro. Cidadão Nordestino, seu segundo livro, saiu no ano de 1994. No ano de 2002, com apoio da Secretaria de Educação e Cultura da cidade de Acopiara/ CE, sua terra natal, publicou Ai Que Saudade Que Tenho, seu terceiro livro (190 páginas, Gráfica e editora Destak, Fortaleza/ CE). Com o Pé Direito na Frente é seu quarto livro e acaba de ser lançada uma segunda edição.
Rua doa Jasmins, 148, casa 2
Vila São José
09950-460 / Diadema – SP
(11) 4072-2749 / 9201-7961
25 outubro, 2005
Lançamentos...
NESTA QUARTA-FEIRA LANÇAMENTO OFICIAL DA NOVA CAMISETA DA COOPERIFA À VENDA SOMENTE NO LOCAL.
(ZÉ BATIDÃO) R$ 15,00.
NESTE DOMINGO 30.10 ÀS 15 HORAS SARAU DA COOPERIFA NO CORREDOR LITERÁRIO NA AVENIDA PAULISTA. LEVE SUA FAMÍLIA, PARTICIPE.
AV. PAULISTA, ALT. Nº 149 COM A RUA LEÔNCIO DE CARVALHO (ÔNIBUS PARA O CORREDOR SAINDO DO ZÉ BATIDÃO E DA CASA DO PEZÃO ÀS 13HS).
DIA 4 DE NOVEMBRO A COOPERIFA SE APRESENTA NA LONA DA OCCA NA PRAÇA DO CAMPO LIMPO A PARTIR DAS 19HS.
RUA LOUIS BOULANGER S/N° PÇA. DO CAMPO LIMPO PROGRAME-SE!!!! DIVULGUE !!!!
PARTICIPE!!!! NESTA TERÇA-FEIRA TEM LANÇAMENTO DO LIVRO " O TREM, CONTESTANDO A VERSÃO OFICIAL" DE ALESSANDRO BUZO NA AÇÃO EDUCATIVA. MAIS UM ENCONTRO DOS POETAS E ESCRITORES DA PERIFERIA.
DIA 25.10 A PARTIR DAS 19 HORAS RUA GENERAL JARDIM, 660 VILA BUARQUE.
Mais, Mais...
A minha poesia,
apesar de pouca e rala,
cabe na tua boca
dentro da tua fala.
Apesar de leve e rouca
chora em silêncio,
mas não se cala.
A pesar da língua sem roupa
não engole papel...
cospe bala.
Sérgio Vaz*
do livro A poesia dos deuses inferiores
Alpharrabio Livraria e Editora
Rua Dr. Eduardo Monteiro, 151 - Jd. Bela Vista
Tel. (11) 44384358 - www.alpharrabio.com.br
29 de outubro - sábado - 17h
ALPHARRABIO APRESENTA:
grandes autores, leitores à altura
Murilo Mendes: mundo-enigma, poesia-liberdade
por Eduardo Sterzi
Murilo Mendes (1901-1975) é autor, entre outros, de História do Brasil (1932), Tempo e Eternidade ( com Jorge de Lima, 1935), Poesia liberdade (1947), Convergência (1970) e Poliedro (1972).
O poeta Eduardo Sterzi, nascido em Porto Alegre (RS) em 1973, é autor do livro Prosa (2000); tem-se destacado também por sua produção em crítica literária, com ensaios importantes sobre poetas como Carlos Drummond de Andrade e Augusto de Campos. É ainda co-editor da revista Cacto . Atualmente, conclui doutorado sobre a obra de Dante Alighieri na Universidade de Campinas (UNICAMP). Sua dissertação de mestrado, “ Figuras do sublime: a retórica da catástrofe em Murilo Mendes” (PUC/RS), recebeu o prêmio da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Letras e Lingüística (ANPOLL).
Esta palestra dá prosseguimento ao ciclo Grandes Autores leitores à altura, iniciado em agosto último e que já trouxe os escritores-críticos João Alexandre Barbosa e Luiz Ruffato (que abordaram as obras de João Cabral de Nelo e Aluízio Azevedo, respectivamente).
Em quatro encontros, grandes autores brasileiros terão seus perfis apresentados por leitores especialíssimos, com sua apresentação crítica, acompanhada de informações biográficas e da leitura comentada de trechos de suas obras. O Alpharrabio oferece ao público a oportunidade de encontrar com a arte desses escritores iluminada pela atenção de críticos que não se cansam de percorrer as páginas com que eles conquistaram a central importância que têm em nossa literatura.
Serviço: Murilo Mendes: mundo-enigma, poesia-liberdade, por Eduardo Sterzi
Data: 29.10.05, às 17h
Local: Alpharrabio Livraria
Rua Eduardo Monteiro, 151 - Jardim Bela Vista - Santo André - SP, 44384358
ENTRADA FRANCA
APOLOGIA LITERÁRIA
(Por: Walter Limonada)
Certa vez, eu estava indo pro centro da cidade (SBC-SP), pra tirar umas xerox dos meus fanzines, e aproveitar e devolver uns livros que tinha pegado emprestado da Biblioteca, que fica próximo do local onde eu tiro o xerox. E enquanto as cópias do meu zine estavam sendo feitas, fui pra biblioteca entregar os livros.
No meio do caminho, encontrei um truta que já fazia um tempinho que não o via mais. E ao me ver com 3 livros na mão, ele começou a rir. Eu perguntei pra ele, do que é que ele estava rindo e ele disse que era da minha mania de ficar andando sempre com um livro embaixo do braço. E ele foi mais além...
Disse que esse negócio de livro não é postura de rapper, dar uma de intelectual, não tinha nada a ver.
Fiquei até surprezo com a opinião desse maluko. Lembro-me que tentei até argumentar alguma coisa com ele, mas, foi praticamente impossível... e o cara saiu ainda tirando um gás da minha cara.
Fazer o que, né ? Se ele pensa assim...
Mas, espero que um dia, ele se conscientize, pois, o fato de eu ter o hábito de ler livros, não significa que eu estou querendo ser o maioral. Eu leio porque eu gosto. E não pra ser melhor que ninguem.
A única coisa que eu tenho certeza, é que o hábito de ler é ótimo. Então, sempre quando eu tiver oportunidade, recomendarei um livro, uma revista ou um fanzine, pra quem estiver ao meu alcance. Pois, é atravéz da leitura, que dispertamos o nosso senso crítico, ampliamos o nosso vocabulário, nos expressamos melhor, começamos a entender as coisas com maior facilidade, etc.
Mas, calma, calma, também não é presiso ser do tipo que lê até as bulas de remédios ou as páginas da lista telefônica. Sempre procure ler sobre assuntos que lhe interessam, nem que seje coisa pouca, por exemplo, uma notinha num jornal, firmezza ??
É que aqui no nosso Brasil, ainda há aquele "mito" de que livros, são coisas chatas, só pra CDFs. Mas, tá ligado que essas idéias, não tem nadas a ver, né não ??
Se você reparar, tudo nasce da escrita e da leitura. Um filme ou uma novela, por exemplo, só é rodado depois que o roteiro já estiver escrito e os atores decorarem seus textos.
O nosso RAP Brasileiro, é considerado um dos mais conscientes do mundo, por causa de nossas letras. Capitou ?!?
Então, eu acho um absurdo, quando alguem chega em mim, (como o maninho do começo desse texto), me dizendo que ficar com um livro na mão, não é postura de um rapper.
Bom... não sou um pseudo-intelectual, nem um falso moralista, muito menos tô aqui pra tirar ninguem, mas, se for pra eu fazer apologia de alguma coisa, que seja da leitura. Não posso te garantir que isso lhe dará dinheiro, saúde, felicidade, fama ou seja lá o que for. Mas, uma coisa é certa...
Ninguem vai coseguir tirar de você, os conhecimentos que você vai adquirir e executar durante TODA sua vida, firmezza ?!?
Pense nisso...
Muita PAZ !!!
24 outubro, 2005
Contos, Crônicas e Poesias
Sonia Pereira
Meu riso,
meu riso é esse uivo torto,
essa coisa oca
e desvairada.
Ergo meu rosto,
lábios e dentes
em frouxa gargalhada,
saliva de prata
a escorrer dos caninos rotos.
A lua, mordida,
esconde-se
da minha fome.
Tenho dois livros de poemas (ed. própria): CONTA GOTAS, de 1998, e MALDIÇÕES E OUTRAS CRUELDADES, de 2004. Várias premiações por aí, nada que pague as contas. Circulo por Santo Amaro e adjacências, componho sambas e vendo meus livros e poemas nas ruas e eventos literários.
O "MEU" BRASIL
Pedro Silva - diretamente de Portugal
Parece incrível aquilo que vou aqui afirmar, mas "achei" o Brasil há poucos anos (cerca de sete). Para todos aqueles que julgavam que o "achamento" do Brasil se tinha concretizado em 1500, será uma declaração assaz polémica. Mas, naturalmente, quando me refiro a Brasil, não estou a entrar em questiúnculas históricas, mas sim a falar do "meu" Brasil, de um espaço físico aonde jamais fui, mas que a Internet trouxe até mim por volta de 1997/98.Nessa altura era ainda um muito jovem aspirante a escritor, mas foi então que nasceu o meu fascínio pelo país e povo que habita nesse meu país-irmão. Poderão indagar-se da razão, mas, para ser absolutamente sincero, nem eu consigo responder de forma directa e inequívoca - muitos apaixonam-se pelo Brasil pelo facto de ser um país solarengo (mas para quem, como eu, não aprecia sobremaneira o calor, e, para além disso, nunca foi ao Brasil, isso não seria uma razão válida); outros apaixonam-se pelas paisagens paradisíacas (apenas as conheço por televisão, livro ou ecrã de computador - e pode ter pesado um pouco nesta minha paixão, mas não creio que totalmente); ainda outros, finalmente, apreciam o modo aberto e franco do povo brasileiro (parece-me, de facto, ser este o motivo; nós, portugueses, somos mais introvertidos, mais formais e lidar com os meus amigos e amigas brasileiros deu-me uma nova noção de relacionamentos pessoais). Desde logo, a par com a labuta diária pela minha carreira literária em Portugal, decidi que o Brasil teria de ser encarado numa perspectiva igualitária ao do meu país, ou seja, sempre que tivesse uma obra pronta a publicar, daria similar possibilidade a editores brasileiros e portugueses de a publicar. É assim que, em 2001, após a publicação da minha primeira obra em Portugal, um ano antes, surge um livro meu editado no Brasil que, ainda hoje, se mantém como referência extremamente positiva do carinho que os brasileiros me proporcionaram. Sinto, de alguma maneira, estar em dívida para com o povo-irmão, não apenas os muitos milhares que decidiram adquirir aquilo que eu tinha escrito, mas todos os que decidiram apostar nas minhas qualidades de escritor e também todos os que me têm apoiado ainda antes de ver um título meu lançado para as prateleiras das livrarias e que depois disso continuam a ser meus amigos. Porque, aparte todas as vendas que se possam ou não fazer, no final de "espremida a laranja literária", sobre apenas o "sumo da amizade". É isso que realmente nos conforta, que nos alegra, que nos dá alento e proporciona que continuemos nestas andanças culturais, em busca de deixar algo aos vindouros. Não escrevo para mim; escrevo para todos. Obviamente que, se não me der prazer o que estou a escrever, então dificilmente conseguirei fazê-lo. Um verdadeiro escritor (na acepção da palavra que me tem guiado nestes, ainda, parcos anos) pensa, em primeiro lugar, no leitor e só depois na sua própria pessoa. Porque, se pensar em escrever para si, não valerá a pena publicar.Não pretendendo alongar-me muito mais nesta minha primeira colaboração neste simpático espaço cultural da Internet, não queria terminar sem agradecer aos fazedores deste website, endereçando-lhes os parabéns pelo facto de conseguirem levar a bom porto a sempre complicada nau literária. E o "meu" Brasil, esse, continua sempre aqui no coração. Tal como a vontade de um dia vir a conhecer fisicamente esse espaço geográfico que povoa a minha mente de uma maneira tão esplendorosa.
O autor Pedro Silva nasceu em Tomar (Portugal). Cedo deu provas do seu interesse pela escrita, tendo alcançado o seu primeiro prêmio literário com apenas dez anos de idade. Colaborador assíduo de diversos órgãos de comunicação social, o autor alcançou a sua estréia literária em 2000, através da obra sobre os Templários chamada "Ordem do Templo: Em Nome da Fé Cristã". Um ano depois lançou no Brasil "História e Mistérios dos Templários". No ano de 2002, lança-se no campo da ficção, com um conjunto de contos apelidados "Escritos Errantes (histórias leves como o vento mas tocantes como a tempestade)". Com o lançamento de "Ku Klux Klan: Pesadelo Branco", o autor reata a sua paixão pelo ensaio histórico, é um estudo intenso sobre a sociedade secreta norte-americana. Em 2005, lança "Tripla Imparável I: Juventude em Acção". Paralelamente a isso, é cronista dos seguintes órgãos de comunicação portugueses: Tribuna da Marinha Grande, Jornal O Templário, O Almonda e é diretor da revista templária "Das Brumas do Templo e do Graal.
Contatos: ps77@aeiou.pt
22 outubro, 2005
Em Suzano!
Literatura
Informações: 4747-4180
11 - sexta-feira – Abertura das inscrições para o Pavio Sessão Erótica
No último sábado de novembro, a Secretaria de Cultura, fará mais uma edição extra do Pavio da Cultura (Sarau cultural). Dessa vez o evento será erótico. Tanto os interessados em recitar poesias como os interessados em assistir o evento, deverão ser maiores de 18 anos e se inscrever no Centro Cultural á partir do dia 11 de novembro.
Local: Centro Cultural.
Gratuito.
12 – sábado – às 20h00 – Pavio da Cultura Sessão Negra
Em comemoração ao Mês da Consciência Negra esta edição terá como foco a temática racial.
Os interessados em apresentar os seus trabalhos, podem entrar em contato com a Coordenadoria de Literatura na Secretaria Municipal de Cultura.
Local: Centro Cultural.
Gratuito.
24 - quinta-feira – às 09h00 – Escritor no bairro
Para encerrar o ciclo de palestras literárias nos bairros, o escritor e jornalista Paulo Maurício estará falando de sua carreira jornalística e literária na Fundação Orsa.
Gratuito
25 – sexta-feira – às 20h00 – Trajetória Literária c/ Marcelino Freire
Dando continuidade ao projeto que consiste em trazer para a cidade, escritores nacionalmente conhecidos, o escritor Marcelino Freire vem á Suzano para falar de sua trajetória no meio literário.
Local: Centro Cultural
Gratuito.
26 – sábado – às 20h00 – Pavio Erótico*
Leitura e interpretação de textos, peça teatral, pinturas, desenhos, apresentação musical e filmes. Tudo isso num pacote de erotismo para esquentar á noite de sábado.
No dia haverá poesias em sistema Selv-Service para as pessoas que não virão munidas de poesias.
* Proibido para menores de 18 anos.
Gratuito.
21 outubro, 2005
Últimas notícias!
Livraria Nobel: Suzano Shopping – Centro – Suzano – S.P.
Livraria Musicultural: Rua Gal. Francisco Glicério, 1001 – Centro – Suzano – S.P
Livraria Book Brasil: Av. Nove de julho - Centro – Poá – S.P
Livraria Alpharrábio: Rua Eduardo Monteiro, 151 – Centro – Santo André – S.P
Lançamento do livro: O TREM - CONTESTANDO A VERSÃO OFICIAL de Alessandro Buzo.
Dia 22 de outubro, na Quadra da Unidos de Santa Bárbara, no Itaim Paulista – S.P às 16h00.
alessandrobuzo@terra.com.br
Toda quarta-feira às 21h tem Sarau da Cooperifa
Local: Bar do Zé Batidão - Rua Bartolomeu dos Santos, 797 – Chácara Santana – Jd. Guarujá – S.P.
Ao lado da Igreja de Piraporinha na Zona Sul.
Informações: (11) 5891-7403 / 9333-6508
Assista o programa BLACK TV, todos os sábados ás 21h00 no site: www.alltv.com.br
Já está funcionando a biblioteca comunitária Suburbano Convicto.
Informações: 8218-7512
alessandrobuzo@terra.com.br
Pavio da Cultura
Dia 12 de novembro acontecerá o 7° Pavio da Cultura (Sarau literário). Este será especial Mês da Consciência Negra.
Local: Centro Cultural Francisco Carlos Moriconi - Rua Benjamin Constant, 682 - Centro – Suzano – S.P.
Ás 20h:00.
No dia 26 de novembro iremos fazer o Pavio da Cultura Sessão Erótica, com quadros, poesias, contos, filmes e peças teatrais eróticas.
Maiores informações: 4747-4180
literaturanobrasil@bol.com.br
Várias entidades estão se unindo para desenvolver as atividades do mês da consciência negra no município de Suzano. Aguardem!
20 outubro, 2005
Escritor Sacolinha!
(Romance contemporâneo)
Ademiro Alves (Sacolinha)
A corrupção de um policial arruína um bairro tranqüilo e o transforma num antro de drogas e guerra urbana.
Este romance conta a história do jovem Vander, e de Lúcio Tavares, policial que transformou a pacata Vila Clementina em Brás Cubas, distrito de Mogi das Cruzes, num depósito de droga. Trouxe também a guerra, o calibre e a morte. Transformou Vander de amor em ódio. Esse passou pelas maiores provocações que um ser humano pode agüentar. Foi obrigado a jogar o jogo da melhor defesa; o ataque.
No fim, eu surpreendo o leitor com um final imprevisível, mas tão verdadeiro que, mesmo sendo triste temos que aceitá-lo.
Neste livro você vai do cheiro das rosas ao cheiro de pólvora, um romance original e categórico no qual a maioria dos personagens tem razões suficientes para ser quem são.
Escrito num momento turbulento da minha vida, esta obra pulsa como as favelas brasileiras nos dias de domingo, onde circulam Vander, Casquinha, Sandrão, Vladi e Nego bá.
Graduado em marginalidade vem versando sobre diversos assuntos: sexo, umbanda, candomblé, música, literatura, vício, política e sentimento.
Toda a história foi inspirada na vida real, vida que é maquiada pelas nossas novelas brasileiras.
Mas eu alerto: se você sofre de depressão ou qualquer outro tipo de coisa que te leve à tristeza, não leia este livro, é muito perigoso.
As participações ficam por conta do escritor e roteirista Fernando Bonassi, Ferréz, Bruno Capozolli, Sérgio Vaz, Alessandro Buzo e do escritor cubano Juan Perone.
Já diz o Sérgio Vaz: Apreciem com moderação.
Informações e pedidos: (11) 4749-5744 / 4747-4180 / 8325-2368
e-mail: sacolagraduado@bol.com.br
literaturanobrasil@bol.com.br
19 outubro, 2005
Referendo!!!
(Ferreira Gullar)
O principal argumento dos que se opõem à proibição da venda de armas de fogo é que, se o bandido está armado, o cidadão comum tem o direito de também se armar. O que é um argumento legítimo em filmes do faroeste, onde impera a lei da bala.Sim, porque, na vida real, a coisa se passa de maneira muito diferente: termos uma arma na cintura ou na gaveta da cômoda não quer dizer que estamos protegidos do assaltante armado; na maioria das vezes, é o contrário, pois o fato de estarmos armados pode nos levar a atitudes desastradas e desastrosas.E sabem por quê? Porque não basta possuir uma arma para ser capaz de fazer uso dela. Além disso, nem todo mundo tem sangue-frio (ou coisa pior) para ser capaz de matar uma pessoa, ainda que seja um bandido. Eu, pessoalmente, não tenho.Imaginemos a cena. Façamos de conta que tenho uma arma em casa, guardada em alguma gaveta. Acordo ao ouvir um ruído estranho na sala. Será que o gato decidiu bagunçar meu coreto a essa hora da madrugada? Mas vejo que não: ele ressona enrodilhado e tranqüilo ao pé da cama. Corre-me um arrepio de medo pelo corpo: pode ser um fantasma?! Não, não pode ser, porque não acredito em fantasmas! Isto é, acho que não acredito...A essa altura, penso ouvir passos no corredor, ou melhor, algo parece se mover ali... Seria meu neto Mateus? Não pode ser, porque ele não tem a chave do apartamento e, mesmo que tivesse, não entraria em minha casa a essa hora e desse modo. Mais assustado ainda, sinto que aquela presença estranha se aproxima de meu quarto.- E se for um ladrão?!A hipótese de que poderia ser um ladrão me deixa ainda mais assustado do que se fosse um fantasma.- Se é um assaltante, deve estar armado! -digo a mim mesmo e acrescento: por sorte, ainda não tinha sido aprovada a proibição da venda de armas; pude comprar a minha.E, ao pensar isso, me ocorre que não me lembro de onde a guardei, o que me causa enorme desagrado, mas não surpresa, já que quase todas as coisas que guardo somem, nunca consigo saber onde as guardei. E isso se tratando de coisas que estou sempre usando; imagine agora um revólver, que está guardado desde o dia em que o comprei.- Não vou encontrá-lo! -digo para mim mesmo em pânico. E o ladrão, armado, está a poucos passos de mim, no corredor!As possibilidades são várias. Lembro-me de ter decidido que o melhor lugar para guardar o revólver era a gaveta da mesa de cabeceira, aqui ao lado da cama, pois estaria a meu alcance no caso de um assalto como esse que ocorre agora. Sim, foi aqui que o guardei! E me volto, abro a gaveta, tateio com uma das mãos. Nada de revólver!- Mas tem que estar aqui!Penso em acender a luz do quarto, mas logo desisto: o assaltante ficaria sabendo que estou acordado. Insisto em buscar o revólver na gaveta, levanto-me cuidadosamente para melhor procurá-lo, quando me vem à lembrança que o tirara dali. Sim, quando Paloma esteve aqui com Francisquinho, achei melhor pôr o revólver noutro lugar, fora do alcance do menino... O problema é: onde?Era urgente lembrar onde pusera a arma, porque o ladrão não iria ficar esperando no corredor até que a localizasse.Admitindo-se que ele preferiu se dirigir ao escritório, que está sempre de porta aberta e, àquela hora, vazio, dediquei-me a tentar descobrir onde, pela lógica, teria escondido o maldito revólver.- Terá sido no guarda-roupas? Mas, se foi ali, em qual das gavetas? Tem quatro gavetas externas e várias menores internas, onde guardo camisas, cuecas, meias... Na gaveta das cuecas não foi, porque essa eu abro todos os dias... E me vem então um pensamento aterrador: vai ver pus na estante menor do escritório. Se foi, estou perdido; o assaltante vai ter dois revólveres e eu, nenhum! É azar demais! Começo a me arrepender de ter comprado a arma.Mas aí uma luz acende no meu cérebro e me faz lembrar do lugar exato onde guardara a arma: sim, na única gaveta da cômoda que tem fechadura! Foi lá, tenho certeza. Mas e a chave da gaveta? Onde será que pus a chave da gaveta da cômoda?!Vamos admitir, por mais implausível que seja, que me lembrei de onde pusera a chave. Vou lá, pego-a, abro a gaveta e o revólver está efetivamente lá. Seguro-o, nervoso, saio andando na direção do bandido, que, supõe-se, está no escritório buscando o que roubar. Da porta, vejo-o agachado, mexendo na gaveta da escrivaninha. Ao clarão da luz da rua que entra pela janela, percebo que se trata de um garoto de uns 16 anos e que está armado. Aponto o revólver, mas não consigo atirar: é um menino. Fico com a arma apontada e grito-lhe:- Largue a arma. Está preso!Ele se rola no chão e, deitado, dispara um tiro certeiro em meu peito e me mata!Antes de soltar o último suspiro, ainda penso:- A polícia é que deve cuidar da segurança dos cidadãos. Afinal de contas, para que se paga imposto?
Folha de S.Paulo, 16 out. 2005.
18 outubro, 2005
Buzo!
006/2005 – 18/10/05.
ALESSANDRO BUZO CONCORRE AO “PREMIO HUTÚS”
O escritor Alessandro Buzo irá concorrer no Rio de Janeiro ao PREMIO HUTÚS na categoria HIP HOP CIÊNCIA E CONHECIMENTO.
Acesse: www.hutuz.com.br e vote em Alessandro Buzo
+ UM EVENTO DE SUCESSO !!!
Aconteceu no dia 12/10/05 a setima edição do FAVELA TOMA CONTA, que foi ESPECIAL DO DIA DAS CRIANÇAS com distribuição de doces para os pequenos e uma maratona de rap nacional para um publico estimado em cerca de 5.000 pessoas.
Foram 18 nomes presentes, THAIDE (Um dos pioneiros do rap no Brasil), Tribunal Mcs, Filosofia de Rua, Fiell (RJ), Realistas NPN (MG), Walter Limonada, Livre Ameaça, Horus, Ideológicos, Guerrilha Urbana, Filosofia Marginal, Causa P., Conexão Local, Terror Periférico, EXL, Almas Errantes, Autênticos Mcs, Ultima Profecia.
Alem dos músicos presença especial de King Nino Brown.
Foi um dia para entrar na história do Itaim Paulista, o hip hop promovendo a alegria de muitas crianças.
A organização foi da Suburbano Convicto Produções e a apresentação do escritor Alessandro Buzo.
MOVIMENTO ENRAIZADOS EM SP.
Esta na cidade de SP, os manos K-2 e rapper Fiell, do Movimento Enraizados do RJ, eles estão cumprindo compromissos que começou com palestra/show dia 11/10 na Febem de Franco da Rocha, depois apresentação no FAVELA TOMA CONTA, hoje os manos foram na Galeria 24 de Maio e depois na Rap Brasil onde entrevistaram o Sandrão (ex-RZO) para o site do Enraizados (www.enraizados.com.br).
Os manos ficam aqui em casa até domingo.........
ENTREVISTA COM ALESSANDRO BUZO.
Acessem o site do rapper Walter Limonada e confiram entrevista exclusiva com Alessandro Buzo..............(www.wlimonada.hpg.com.br)...............
ESTÁ CHEGANDO A HORA E O BUZO CONTA COM VC.......
LANÇAMENTO DO TERCEIRO LIVRO DE ALESSANDRO BUZO.
O TREM – CONTESTANDO A VERSÃO OFICIAL.
Vc tem duas opções de lançamento, dia 22 no Itaim Paulista e dia 25 no centro de São Paulo.
22/10/05 no Bloco Carnavalesco Unidos de Santa Bárbara (16 hs)
Rua José Cardoso Pimentel, 1-B (Centro do Itaim Paulista).
25/10/05 na Ação Educativa (19 hs)
Rua General Jardim, 660 (Prox. a Santa Casa-Acesso pelo Metro Republica).
Entrada nos 2 lançamento: FREE
Preço Livro: R$ 20,00
Compre pelo correio (R$ 25,00) direto com o autor: alessandrobuzo@terra.com.br
Nas bancas: REVISTA RAP BRASIL (Matéria com Alessandro Buzo).
Suburbano Convicto Produções.
www.suburbanoconvicto.blogger.com.br (Atualizado diariamente).
alessandrobuzo@terra.com.br
Fone/fax: (11) 6567-9379 (11) 8218-7512
Palestras dos escritores Alessandro Buzo, Sergio Vaz, Sacolinha.
Livros do Alessandro Buzo.
17 outubro, 2005
Poesia...
Ervas daninhas tentaram segurar em minhas asas;
Tentando prender-me dentro num casulo
Cheios de mentiras e ilusões.
Eis que a primavera veio com intensidade!
Entrou dentro do meu ser
Vestiu minha alma de cor
Minhas asas em desafio cresceram
Tão coloridas a ponto de ofuscar tudo, até sua íris.
Prisma sempre em movimento
Flores foram meus melhores presentes
Margaridas, girassóis, cravos, rosas...
Renascida encontrei minhas alegrias dentro de mim
Descobri que sou linda e cheirosa como jasmim
Sou forte e resistente com cactos no sertão tão árido
Cachoeira sempre em queda livre
Intensa como tornados
Perene como os mais belos rios...
Sou borboleta, nunca triste!
Sempre metamorfoseando e colorida.
Elizandra de Souza
Utilidade literária
O Grupo Murucututu, contadores de histórias no hospital, vem, por meio desta, solicitar a doação de livros para compor nosso carrinho-biblioteca que percorre os leitos da Santa Casa de Assis.
O grupo é composto por trinta estudantes do Curso de Psicologia e Coordenado pelas profas. Glória Radino e Heloísa Maria Heradão Rogone, do Departamento de Psicologia Clínica da Unesp de Assis.
Diariamente, os alunos percorrem os 115 leitos da Pediatria, Clínica Médica e Clínica Cirúrgica da Santa Casa de Assis e os 24 leitos da UTI e Atendimento Materno-Infantil do Hospital Regional de Assis, contando histórias aos pacientes e familiares. Na Santa Casa, após a história, é oferecido o empréstimo de livros aos pacientes por meio de um carrinho-biblioteca. Os livros têm sido muito apreciados e, diariamente, os pacientes emprestam, em média, três títulos. Dessa forma, sua reposição constante torna-se necessária.
Contamos com a colaboração da comunidade, para compor nosso acervo. Solicitamos a doação de livros para que possamos dar continuidade ao nosso trabalho. Utilizamos livros de literatura, principalmente literatura infantil, revistas e gibis.
Endereço para correspondência:
Glória Radino – Caixa Postal 805 – 19814-970 Assis, SP – tel: (18) 3324-1779
Ou Departamento de Psicologia Clínica – Unesp, campus de Assis
A/C profa. Glória Radino e/ou profa. Heloísa Maria Heradão Rogone
Av. Dom Antônio, nº 2100 – 19806-900 Assis, SP – tel: (18) 3302-5884
gradino@uol.com.br
Antecipadamente agradecemos sua ajuda.
Glória Radino
Heloísa Maria Heradão Rogone
14 outubro, 2005
Sacolinha!!!
Saiba como: (11) 4749-5744 / (11) 4747-4180 / (11) 8325-2368
Solano Trindade
Tem Gente Com Fome
Trem sujo da Leopoldina
correndo correndoparece dizer
tem gente com fome
tem gente com fome
tem gente com fome
Piiiiii
Estação de Caxias
de novo a dizer
de novo a correr
tem gente com fome
tem gente com fome
tem gente com fome
Vigário Geral
Lucas
Cordovil
Brás de Pina
Penha Circular
Estação da Penha
Olaria
Ramos
Bom Sucesso
Carlos Chagas
Triagem, Mauá
trem sujo da Leopoldina
correndo correndo
parece dizer
tem gente com fome
tem gente com fome
tem gente com fome
Tantas caras tristes
querendo chegarem
algum destino
em algum lugar
Trem sujo da Leopoldina
correndo correndo
parece dizer
tem gente com fome
tem gente com fome
tem gente com fome
Só nas estações
quando vai parando
lentamente começa a dizer
se tem gente com fome
dá de comer
se tem gente com fome
dá de comer
se tem gente com fome
dá de comer
Mas o freio de ar
todo autoritário
manda o trem calar
Psiuuuuuuuuuuu.
Solano Trindade
Literatura + Hip Hop
Por Alessandro Buzo
Mais uma vez me senti feliz e realizado ao ter organizado um evento no dia das crianças (uma data importantissima para mim). E foi uma festa simplesmente bem loka, com uma estrutura fantastica que recebemos da FABRICA DE CULTURA do governo do estado de São Paulo, um palco e um som de primeira. Desde cedo tinha gente trabalhando na montagem do som e do palco, por volta de 13:30 hs começamos a festa ao som dos djs residentes BULL DOG, ZÓIO e GUGA. Depois na sequencia o que se viu no palco foram grandes apresentações com nomes consagrados do rap brasileiro, presenças ilustres como o KING NINO BROWN. Um super show do Thaide que o Itaim não vai esquecer tão cedo, ou melhor, não via esquecer nunca. Grandes apresentações de Tribunal Mcs, Filosofia de Rua, Livre Ameaça e varios outros, Fiell que chegou representando o Rio de Janeiro muito bem, Realistas NPN mostrando que Minas Gerais tem rap nervoso também. Muitissimas crianças e R$ 1.000,00 de doces para distribuir. Fogos, mano da perna de pau, muitos aliados de outras quebradas como Dimenor e familia do Pq Bristol, Robson Canto, Neide e Priscila Canto representando o Jd Carioca, o pessoal da Equipe Nacional de Hip Hop, gente de tudo que é quebrada. Por volta das duas da tarde começou a maratona do rap com o grupo Filosofia Marginal, seguido por Terror Periférico, EXL, Guerrilha Urbana, Fiell, Almas Errantes, Ideologicos, Autenticos Mcs, Conexão Local, Horus, Livre Ameaça, Realistas NPN, Ultima Prefecia, Filosofia de Rua, Walter Limonada, Thaide, Tribunal Mcs e Causa P. O mais aguardado do dia era o THAIDE que é um dos pioneiros do rap nacional e apresentador do YO MTV, ele chegou na quebrada às 17:30, subiu ao palco uma hora e meia depois e depois de milhares de autografos e fotos, Thaide foi de uma atenção fora de série, quando subiu ao palco do favela ele quebrou tudo com antigos sucessos e musicas do proximo cd, fechando sua apresentação com o classico Sr Tempo Bom, um show para a história do Itaim Paulista. Tribunal Mcs cantou musicas consagradas e novas também fechando com o palco tomado pelas crianças na saideira Faculdade de Mil Grau. Filosofia de Rua mostrando o melhor do album recem lançado UNIFICAÇÃO. Fiell e K2 representaram a familia Enraizados (RJ) e o grupo Realistas NPN mostrando que o rap mineiro é nervoso. E muitas outras coisas aconteceram neste dia. Umas centenas de crianças tumultuaram geral para pegar um dos kits de doces, ainda bem que deu para todos. Uma festa sem palavras e que eu sou suspeito para comentar, quem sabe não é melhor ouvirmos quem foi, o que vc achou da festa rapaziada, se vc foi click em comente e deixe seu salve. Que Deus abençoe de novo e que possamos realizar a festa de fim de ano. Disposição não falta e se Deus é por nós, quem será contra nós.
Alessandro Buzo alessandrobuzo@terra.com.br
13 outubro, 2005
Corredor Literário
Em 21 países da Europa e das Américas, 2005 foi escolhido como Ano Ibero-Americano da Leitura pela UNESCO, OEI e CERLALC. No Brasil, este calendário de eventos recebeu o nome de VIVALEITURA. A Secretaria de Estado da Cultura em conjunto com a Associação Paulista Viva não poderiam deixar de marcar a presença de São Paulo neste esforço coletivo. Assim foi criado o Corredor Literário na Paulista , cujo objetivo é a disseminação do livro e o incentivo à leitura, com o apoio de José Mindlin, presidente do Conselho Paulista de Leitura.
O evento será realizado na semana de 24 a 30 de outubro com a colaboração de diversas editoras e várias empresas sediadas na avenida Paulista. Enquanto umas oferecem ações culturais, outras colocam espaços à disposição. Feirinhas de livro, campanha de doações, oficinas de literatura e leitura, saraus, dramatizações, jograis, tertúlias, ações performáticas na rua, palestras, mesas redondas, workshop etc. serão distribuídos ao longo de todo o eixo, em locais estratégicos. Bancos, empresas, centros de compras, espaços culturais, galerias, livrarias, hospitais, estações de metrô, parques públicos, condomínios, museus e escolas se transformarão em locais de divulgação da leitura por prazer.
Cerca de 400 atividades acontecerão ao mesmo tempo em 30 locais diferentes (MASP, Casas das Rosas, Instituto Itaú Cultural, SESC, FIESP, Conjunto Nacional etc.), além de uma feira de livros no Centro de Exposições do Colégio São Luís, durante sete dias por toda a avenida escolhida pela população como seu maior símbolo.
Maiores informações: www.corredorliterario.com.br
11 outubro, 2005
Desarmamento!!!
(Sérgio Vaz)
O BRASILEIRO FOI CONVOCADO PARA NO DIA 23 DE OUTUBRO DIZER SE É CONTRA OU A FAVOR DA PROIBIÇÃO DO COMÉRCIO DE ARMAS DO BRASIL. tÔ NESSA! ANTES DE MAIS NADA HÁ MUITO TEMPO EU NÃO VIA UMA DISCUSSÃO TÃO INTENSA À CERCA DE UM ASSUNTO QUE NÃO FOSSE MULHER OU FUTEBOL. NÃO QUE ESSAS DUAS COISAS NÃO SEJAM BOAS DE DISCUTIR, MAS UMA REVOLUÇÃO COMEÇA PELA EVOLUÇÃO, PRINCIPALMENTE NAS MESAS DE BARES. SE O PAÍS QUIZER SER PÁTRIA E O POVO UMA NAÇÃO, A DEMOCRACIA FUNCIONA COMO ALVARÁ DE FUNCIONAMENTO. OUTROS PAÍSES COM FIRMA ABERTA SABE OS CUSTOS DA LEGALIDADE. TENHO MINHAS DÚVIDAS, MAS EU VOTO SIM. ALÉM DA PALAVRA SOU CONTRA QUALQUER TIPO DE ARMA, E,PRA MIM TANTO FAZ, SE POLÍCIA OU LADRÃO, COM REVÓLVER NA CINTA NINGUÉM TEM BOA EDUCAÇÃO. ARMAS MATAM JOVENS NA PERIFERIA (70% DE PESSOAS ASSASSINADAS SÃO JOVENS ENTRE 15 E 27 ANOS), OU SEJA, DESSES 70% - SE VOCÊ NÃO ENTENDE DE GRÁFICOS-, TEM ALGUÉM QUE VOCÊ CONHECE OU CONHECEU. UM VIZINHO, UM AMIGO, UM IRMÃO, E ASSIM VAI. TODO MUNDO QUE CONHEÇO TEM ALGUMA HISTÓRIA SOBRE CRIMES PRA CONTAR, E, INFELIZMENTE, A MAIORIA MORRE NO FINAL. NÃO VENDO NEM COMPRO ILUSÕES, TÔ INDO PELO CORAÇÃO. TÔ INDO PELA MÃE DO JOTA, DO JHAY, DO GRILO, LEVI, BARRIGA, SABOTAGE, GILMAR, MARCELO, ENTRE TANTOS OUTROS QUE ESTÃO NO GRÁFICO DA PROPAGANDA E MUITA GENTE NÃO VÊ. QUEM LÊ GRÁFICO TEM QUE APRENDER A LER GENTE. VOTO SIM PORQUE QUERO QUE AS PESSOAS LEIAM MAIS POEMAS E MENOS B.O. SIM, PORQUE NAVEGAR É PRECISO, BALA PERDIDA NÃO. SIM, PORQUE NOS PAGODES COM FEIJOADA, O ÚNICO ESTAMPIDO BOM DE SE OUVIR É O DO REPIQUE DE MÃO. SIM, PORQUE RUGAS É TÃO RUIM ESPINHAS, MAS É MELHOR TÊ-LAS. SIM, PORQUE SOU MAIS CARRINHO DE ROLIMÃ DO QUE CADEIRA DE RODAS. SIM, PORQUE O MELHOR DO FUTEBOL DE VÁRZEA É CHEGAR NO VETERANO. SIM, PORQUE É PRECISO ESTAR SÃO NAS QUATRO ESTAÇÕES. SIM, PORQUE SOU MAIS PARABÉNS PRA VOCÊ DO QUE DESCANSE EM PAZ. SIM, PORQUE O CÉU PODE ESPERAR, O BAR DO ZÉ FECHA ÀS DEZ. SIM, PORQUE OS CRAQUES DA SELEÇÃO BRASILEIRA ESTÃO ENVELHECENDO E É PRECISO REPOR O ESTOQUE ANTES QUE OS ARGENTINOS O FAÇAM. SIM, PORQUE MORRER DE AMOR É MELHOR QUE MATAR DE SAUDADE. SIM, PORQUE A VIDA COMEÇA AOS QUARENTA, E MELHOR DO QUE FICAR NOS DEZOITO É PASSAR DOS SESSENTA. SIM, PORQUE TEM MUITA CERVEJA A SER BEBIDA E MUITO SAMBA DE SUJEITO SIMPLES A SER COMPOSTO. SIM, PORQUE PRECISAMOS DE MAIS PSIQUIATRAS PARA ENTEDIAR OS LOUCOS. SIM, PORQUE ERRAR É HUMANO. ACERTAR É ANIMAL. SIM, PORQUE SOU DA PERIFERIA. SIM, PORQUE SOU POETA. SIM. POR QUÊ NÃO?
SÉRGIO VAZ POETA DA PERIFERIA
Livro...
Após a leitura deste livro, você não será mais o mesmo...
Graduado em Marginalidade
Quem quiser adquirir a obra é só fazer o pedido pela Internet ou pelo correio e receberá em casa em dois dias úteis (48 horas) a contar da data de confirmação do depósito bancário.
Modo de fazer: Valor do livro: R$ 25,00 + Carta registrada: R$ 4,99 = 29,99
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Ademiro Alves de Sousa
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Rua Guarani, n° 413 – Jd. Revista – Suzano – S.P.
Cep: 08694-030
Assim que o depósito for confirmado enviaremos o livro.
Obra: Graduado em Marginalidade
Autor: Ademiro Alves (Sacolinha)
Estilo: Romance contemporâneo / Ficção
Editora: Scortecci
Número de páginas: 168
Capítulos: 29
Número de personagens: 311
ISBN: 85-366-0370-4
Valor: R$ 25,00
Participações:
· Juan Perone (escritor cubano)
· Fernando Bonassi
· Ferréz
· Bruno Capozolli (Instrutor técnico literário)
· Alessandro Buzo
· Sérgio Vaz
Quem quiser levar uma palestra do escritor Sacolinha para alguma escola, faculdade, curso ou pra qualquer outro movimento social, entre em contato:
Informações e vendas: (11) 4749-5744 / 4759-1949 / 8325-2368
E-mail: literaturanobrasil@bol.com.br
10 outubro, 2005
Debate!!!
Expositores:
Ferréz, escritor e rapper.
João Capozzoli, instrutor e crítico literário.
Neste debate os expositores colocarão suas opiniões sobre a literatura e os rumos que ela está tomando. Uma saraivada de argumentos sairá da cabeça desses dois expositores munidos de opiniões próprias e ao mesmo tempo diferentes.
O início se dará às 20h00 com a apresentação e análise de cada um, depois será aberto para as perguntas e ao debate.
Os alunos do curso Superior que vierem participar do debate, poderão pedir uma declaração para a Coordenadoria de Literatura, já que a mesma servirá como complementação do curso.
Informações: 4747-4180
Novo conto...
(Texto de Claudia Canto)
Ela me olhou, o seio a mostra, num decote absolutamente intencional, um olhar cheio de ironia pedinte. Fingi desinteresse, passei a olha-la disfarçadamente, como numa opereta, nossos olhares se encontravam num ritmo fugidio, incansável, analizando-se orgulhosamente. Aquela mulher estava começando a me deixar curioso, tinha algo de diferente não sabia dizer realmente o que seria, estava me expondo a uma análise fria, exatamente igual aos malditos interrogatórios que já sofri. Muito tempo depois já cansado daquele cenário, resolvi chamar a garçonete, que logo se mostrou animada em lhe entregar meu telefone. Ela não poderia imaginar, que aquela brincadeira não era tão ingênua como estava parecendo. Não poderia prever, que aquele homem que ela estava interessada, era um homem marcado pelo cárcere com toda aspereza e agressividade. Um homem bomba, que mantinha o coração preso a exatos vinte dois anos, que era capaz de explodir nas mais delicadas situações. Aquele primeiro contato iria mudar as nossas vidas, sete números, que iriam torturar nossos destinos. Começava naquele momento, uma história que envolveria todos que estavam a nossa volta. Quanto a mim, não poderia imaginar, que ali estava alojada a criatura mais perspicaz, que encontrei na minha vida bandida. Fiquei esperando extremamente ansioso, como um adolescente preste a copular pela primeira vez, com um olhar absorto, estático, nervoso. Não pude acreditar na sua reação! Que gana arrogante, premeditada... Como pode ter feito aquilo, um despropósito. Pegou o telefone das mãos da garçonete, e como se fosse um pedaço de entulho, depositou em cima da mesa, sem ao menos ler, nenhum sinal de interesse, como se tivesse acabado de receber um panfleto qualquer de alguma propaganda mentirosa. Aturdido, passei a me interessar desmesuravelmente por ela, inquieto e cheio de sobressaltos, passei a olha-la com mais cobiça, ameaçador, como um cão, como meu cão Dick... Meu velho e querido Dick. Nunca esqueci meu cachorro Dick, éramos como dois gatunos á solta, quando Dick arrumava uma cadelinha, eu ficava imensamente satisfeito, era como se fosse eu próprio. Exercia sobre mim, um grande magnetismo. Pensava comigo: Quando eu crescer, vou ser macho igual ao Dick. Dizem que os cachorros absorvem a personalidade do seu dono, mas no meu caso, fui diferente eu absorvi completamente a personalidade dele. Ele agia diferente dos outros cães: cheirava a cadela inteirinha, depois lambia seu corpo com muita gana, um verdadeiro ritual dedicado a Vênus. Sempre acreditei que ele conversava com as cadelinhas, ficava observando de longe seu exorcismo, com um sorriso vitorioso nos lábios... Era um lindo vira - lata, inteligente e astuto como poucos. Íamos juntos buscar o jornal, o pão estávamos sempre unidos, unidos como dois foras da lei. Nos entendíamos pelo faro, hoje sei que meu Dick era um homem no corpo de um cachorro, astuto e viril, mais até do que muitos que conheci na cadeia. Como o Dick, gosto do cheiro do cio, do sangue, do suor nas entranhas, da animalidade do ato. Naquele dia o sol batia forte ali naqueles confins de São Paulo, ruas de paralelepípedos eram o alicerce de casas com rebocos incompletos e pássaros presos em gaiolas, que mais tarde viria a sentir na pele o gosto amargo de estar preso como eles. Inúmeras residências perpendiculares eram separadas por pequenas muralhas, que serviam de testemunhas nas rotineiras discussões entre os vizinhos. Meu primeiro contato com a justiça aconteceu quando tinha sete anos de idade, hoje ainda me lembro deste julgamento, cruel e genocida, que me trouxeram profundas impressões. Sai humilhado, embrutecido, em desamparo, sozinho. Foi também a primeira vez que tive contato com a morte. Das outras vezes, os golpes eram esquecidos com muita rapidez, logo que cessavam a dor, logo que saia a passear com o meu pai, que minutos antes açoitará o meu corpo frágil. Aquele maldito travesseiro de penas estava de novo ali reluzindo sobre sol. O travesseiro, era para o Dick, a própria personificação de um frango assado, pronto para ser saboreado. Por diversas vezes atrapalhamos seu intento, se pudesse se comunicar, jogaria-nos as mais sangrentas pragas, por frustramos sempre as suas tentativas de abocanhar o insidioso travesseiro. São Paulo, crescia desproporcionalmente, naqueles idos da decáda de sessenta, a poluíção se fazia a cortina da cidade. Chuva que inundava casas e atolava de lama, os pés dos famigerados trabalhadores, na grande maioria bravos imigrantes. Aquele maldito travesseiro exposto ao sol... Enquanto isto os bares das redondezas, fervilhavam de ébrios, que exaltavam sua masculinidade, comparando o tamanho dos pés, passavam longas horas a contar mentiras vãs, sonhando com mulheres que não eram as suas. E do outro lado da rua, suas esposas, se queixavam da falta do feijão com arroz, dos intervalos cada vez maiores de carinho e principalmente da decadência sexual do casamento. Aquele maldito travesseiro exposto no sol... A expulsar os sonhos insonháveis, daqueles que seriam responsáveis por uma das maiores tristezas, que tive na minha vida. Um simples travesseiro tirou a vida do meu melhor amigo, do melhor parceiro que já tive. Voou pena para tudo quanto foi lado, com uma só mordida, meu Dick, tinha acabado de assinar sua sentença de morte. Entre xingos, ameaças e gritos, ficou prometido ali naquele momento, que o meu amigo teria seus dias contados. Foi terrível, a dor mais cruel que senti, não podiam ter feito aquilo, me atingiram pelas costas, feriram o âmago da minha alma. A cena ainda é viva na minha mente, meu cachorrinho ali estendido no chão, agonizante, com um fio de vida, me esperando, sofrendo, sujo de sangue, banhado de vômito, restos de um veneno mortal que lhe ofereceram. Morreu também parte da minha inocência, enterrou-se parte da minha pureza de menino. Passei a me alimentar com raiva, ódio. Na minha cabeça de criança, procurava um meio de me vingar, sofri como um louco, eu era todo sofrimento, uma dor palpável e lenta. O quintal da minha casa era, meu depósito de brinquedos e idéias, e foi ali naquele pequeno espaço, que premeditei tudo: um velho tronco de uma árvore serviu de base, preguei diversos pregos pontiagudos, martelava cada um pensando na dor que meu Dick sentirá, foi com grande prazer que escondi de todos um velho tronco, que agora se transformará na minha primeira. Num esconderijo esperei o grande momento, como se aquele momento fosse diminuir minha dor. O filho da assassina uma criança de dez anos de idade, mais velho que eu, veio como um passarinho para minha armadilha. Sem piedade açoitei suas costas num ritmo alucinante, o sangue jorrava, enquanto os pregos ficaram encravados na suas costas. A fúria agressiva já estava incubada na minha alma, sem que os meus pais percebessem. O animal falou em mim, um animal de sete anos de idade. Meus pais não entederam que minha reação, era um sintoma do que eu seria anos mais tarde. O castigo viria de maneira errada, não consigo reproduzir toda a cena, juntando alguns pontos, lembro dos berros do meu pai, e aquela maldita cinta a inundar minhas costas de sangue vivo, a minha tremura infeliz. Minha cabeça a rodar, e as lágrimas a cair, naquele momento tive um único pensamento. Nunca mais teria um amigo de verdade.
Claudia Canto, é autora do livro "Morte ás Vassouras"
08 outubro, 2005
Suzano!!!
10 – segunda-feira – Palestra com a escritora infantil Gisele Pecchio
14h00: Para crianças
16h00: Para professores
Centro Cultural
13 – quinta ás 20h00 – Debate: “Literatura e suas vertentes”
Expositores:
Ferréz, escritor e rapper.
João Capozzoli, instrutor e crítico literário.
Centro Cultural
18 - terça-feira ás 19h00 – Pavio da Cultura (Sessão extra)
Escola Oswaldo de Oliveira Lima
Rua Planalto, 630 – Jd. Revista
07 outubro, 2005
Buzo!
Por Alessandro Buzo
A vida nunca foi um conto de fadas para Clovis que desde muito pequeno era chamado de Feijão, dos 5 irmãos era o unico que encarava sem maiores reclamações o feijão puro com farinha de mistura. Sua mãe ganhava muito pouco em casa de familia, se matando de domestica para as madames de Moema, Jardins, Cerqueira Cesar. Seu pai é um inutil que nunca trabalha e obriga os 3 menores a pedir no farol, ao meio dia e a noite eles vem lhe dar o que ganharam, ele bebe quase tudo de pinga e ainda bate neles. O irmão mais velho saiu de casa e vive de assaltos e as vezes trafico, sua irmã cuida da casa, faz comida (quando tem) e estuda. Assim caminhou as coisas até que um dia seu pai alcolizado abusou sexualmente da propria filha que aos gritos foi socorrida por vizinhos que lincharam seu pai, ele nunca mais voltou da cadeia e alguns meses depois foi assassinado numa rebelião numa penitenciaria. Com a morte do pai as coisas pareciam que iriam melhorar, mas sua irmã foi embora com um senhor mais velho e sua mãe adoeceu, Feijão e seus outros dois irmãos continuaram no farol, não mais para sustentar a pinga do pai, mas agora para sobreviverem e também comprar remedio para mãe. O que era ruim ficou pior quando sua mãe faleceu, o enterro humilde foi pago com ajuda dos vizinhos, seus dois irmãos já não viviam quase em casa e depois da morte da mãe foram morar na rua. Feijão recebeu então uma proposta de um traficante, vender cocaina, pedra e maconha. Começou assim sua vida no crime, mas hoje Feijão é forte e tem 20 anos, comanda uma quadrilha de traficantes que domina seu bairro. As dividas dos usuarios são cobradas a bala e Feijão é inescrupuloso, não tem dó de ninguém, afinal ninguém nunca teve dó dele. Além do trafico eles faziam também assaltos a casas de luxo no Morumbi e região. Um dia ia Feijão e mais dois num assalto que lhe disseram iria render uma boa grana, entraram na casa e renderam a empregada, Feijão nunca era cruel com as empregadas, elas lembravam sua mãe. Perguntou quem estava na casa e a empregada disse que só a patroa, ao invadir o quarto viu a tal patroa dormindo, ela acordou com o susto e qual não foi a surpresa ao ver quem era. Na sua frente estava a sua irmã que um dia partiu e nunca mais voltou nem deu noticias. Feijão perguntou porque ela não ajudou eles, se ela sabia que a mãe havia morrido e ela explicou que o senhor com quem se casou exigiu que ela os esquecesse totalmente. Feijão sentia um ódio correr por suas veias, uma revolta pelo abondono da irmã e não sabia o que fazer, os seus dois parceiros aguardavam suas ordens. Foi quando Feijão percebeu a casa cercada pela policia, um vizinho viu eles entrarem. Pensou em matar sua irmã, mas não teve coragem, pegou ela de escudo e saiu da casa, entrou no carro da familia e tentou furar o cerco da policia. Foi morto junto com os comparsas, sua irmã não falou do parentesco com o bandido morto e Feijão foi enterrado como indigente porque não tinha documentos e nem teve ninguém para ir atrás do corpo no IML. Uma vida de dor e crimes, que começou com uma familia desestruturada por um pai alcolatra.
Alessandro Buzo
alessandrobuzo@terra.com.br
05 outubro, 2005
Próximo lançamento
Projeto Cultural Literatura no Brasil e livraria
Alpharrábio convidam para o lançamento do livro
Graduado em Marginalidade
de
Ademiro Alves (Sacolinha)
Dia 07 de outubro, sexta-feira às 18 horas.
Local: Livraria Alpharrábio
Rua Eduardo Monteiro, 151
(altura do nº 1000 da Av. Portugal)
Santo André – São Paulo
Informações: 4438-4358 – www.alpharrabio.com.br
Este livro também pode ser adquirido:
Projeto Cultural Literatura no Brasil
Tel: (11) 4749-5744 ou (11) 4759-1949
Cel: (11) 8325-2368
e-mail: literaturanobrasil@bol.com.br
04 outubro, 2005
COOPERIFA
AGRADECIMENTOS: ALI SATI DA EUROTUR TURISMO (700 BRINQUEDOS)
SARAU DA COOPERIFA QUARTA -FEIRA DIA 05 DE OUTUBRO 21HS (A ENTRADA É UM BRINQUEDO OU UM LIVRO INFANTIL)
LOCAL: ZÉ BATIDÃO - RUA BARTOLOMEU DOS SANTOS, 797 - CHÁCARA SANTANA AO LADO DA IGREJA DE PIRAPORINHA ZONA SUL/SP
FONE 5891.7403 PARA INF. SOBRE DOAÇÃO LIGUE 9333.6508 C/ SÉRGIO VAZ
SARAU DA COOPERIFA NA CASA DAS ROSAS
SEXTA-FEIRA (07.10) 19HS30 A PARTIR DA 19HS LANÇAMENTO DE LIVROS DOS POETAS DA COOPERIFA
CASA DAS ROSAS AV. PAULISTA, 37 FONE 3288.9447 (ENTRADA FRANCA)
03 outubro, 2005
Últimas notícias
Livraria Nobel: Suzano Shopping – Centro – Suzano – S.P.
Livraria Musicultural: Rua Gal. Francisco Glicério, 1001 – Centro – Suzano – S.P
Livraria Book Brasil: Av. Nove de julho - Centro – Poá – S.P
Livraria Alpharrábio: Rua Eduardo Monteiro, 151 – Centro – Santo André – S.P
Lançamento do livro: O TREM - CONTESTANDO A VERSÃO OFICIAL de Alessandro Buzo. Dia 22 de outubro, na Quadra da Unidos de Santa Bárbara, no Itaim Paulista – S.P às 16h00.
Toda quarta-feira às 21h tem Sarau da Cooperifa
Local: Bar do Zé Batidão - Rua Bartolomeu dos Santos, 797 – Chácara Santana – Jd. Guarujá – S.P.
Ao lado da Igreja de Piraporinha na Zona Sul.
Informações: (11) 5891-7403 / 9333-6508
Assista o programa BLACK TV, todos os sábados ás 21h00 no site: www.alltv.com.br
Já está funcionando a biblioteca comunitária Suburbano Convicto.
Informações: 8218-7512
alessandrobuzo@terra.com.br
Pavio da CulturaDia 08 de outubro acontecerá o 6° Pavio da Cultura (Sarau literário). Além das atrações literárias, teatrais, musicais e de cinema, haverá a divulgação o lançamento do vídeo-documentário do projeto cultural Literatura no Brasil.Local: Centro Cultural Francisco Carlos Moriconi - Rua Benjamin Constant, 682 - Centro - Suzano.Ás 20h:00.
Sessão de autógrafos
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