28 março, 2006

Conto!

O ASSALTO
Por Alessandro Buzo


O plano foi colocado em prática, assim que o relógio marcou 9:30 da manhã, o carro dirigido por Testa trouxe mais 2 assaltantes por um lado da rua e pelo outro o carro guiado por Jura veio trazendo mais dois.
Exatamente neste horário o carro forte pára em frente ao banco e a ação tem que ser rápida.
Tudo fora exaustivamente planejado, por uma semana eles ficaram observando o carro forte, sabiam exatamente o que os entregadores dos malotes faziam e como deveria ser a ação.
Assim que o carro forte parar, o Telis avisa os 2 carros por radio, os carros vem, cercam o carro forte, Testa e Jura permanecem ao volante, Sergio e Lucio saem do primeiro carro e enquadram os guardas, Bruno e Sabino saem do outro e recolhem os malotes, Telis que avisa parte de pé embora, os que fazem o assalto voltam aos seus respectivos carros e partem, cada um seguindo um caminho diferente.
O carro forte aparece na rua, estaciona como sempre, o primeiro guarda abre a porta e fica ao lado, outro desce e fica em frente ao banco, nesse momento Telis avisa por radio e começa a ação, enquanto os carros se aproximam o terceiro guarda sai do carro forte com 3 malotes, o bando cerca o carro, o guarda em pé ao lado do carro é rendido, o que portava os malotes também, o terceiro tentou reagir e foi baleado por Lucio.
O tiro causa correria na rua e alerta uma viatura do Garra que estava próximo ao local, os assaltantes entram nos carros e saem em disparada, a viatura via a cena da fuga e parte atrás do carro guiado pelo Testa e que leva Sergio e Lucio, avisa por radio sobre o outro veiculo que seguiu para o lado oposto, este guiado por Jura e com Bruno e Sabino de passageiros.
O Garra pede reforços e logo outras viaturas entram na perseguição. Na seqüência aparece o primeiro helicóptero no apoio.
Outras viaturas encontram o segundo carro e duas perseguições estão em andamento.
O carro dirigido por Jura perde o controle e bate num poste, Bruno morre no choque e Jura na troca de tiros, Sabino se rende e é preso.
Mas a outra perseguição é mais longa, Testa é um grande piloto e mesmo com Garra, Rota e Tático na bota ele vai seguindo fazendo milagres no volante, até que vendo que seriam cercados param o carro e invadem a pé uma empresa, a policia cerca todo o local e o helicóptero sobrevoa a área.
Começa uma intensa negociação, os 3 assaltantes estão no mesmo lugar com duas mulheres e um homem de refém, os outros funcionários da firma saíram correndo em pânico.
Eles querem carro para fugir, presença da imprensa que logo chega também.
As negociações não evoluem e o clima vai ficando mais tenso, Sabino caguetou o bando e logo na porta da empresa estava a família dos 3 rebelados.
Testa não quis saber e tentou fugir pelos fundos atirando, feriu um policial de raspão e foi morto com uma rajada de metralhadora.
Quatro horas de negociação e agora eram Sérgio e Lúcio com os 3 reféns.
Até que finalmente eles decidem se entregar, a fuga seria impossível, Telis que avisou por radio ficou de fora e fugiu, mas ninguém citou ele, os demais foram presos ou mortos.
O que não estava no plano era o guarda reagir e o Lúcio matar ele, sem isso a fuga teria sido rápida e com sucesso.
Mas a vida do crime é assim, não existe garantia que as coisas irão dar certo, não existe confiança real entre os integrantes da quadrilha, é um mundo cão.
No distrito todos foram autuados por assalto a mão armada, formação de quadrilha e Lucio por assassinato.
Mais um filme triste, mais uma prova que o final para a vida no crime é mesmo a dor da família que fica.

Alessandro Buzo
alessandrobuzo@terra.com.br


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Sobre choro e nó na garganta

Trecho do livro "Dente-de-leão: a sustentável leveza de ser" - Escritor Sacolinha