27 março, 2006

Cooperifa!

PERIFERIA, UMA NAÇÃO EM EBULIÇÃO ?
Sérgio Vaz

O Sarau da Cooperifa da última quarta-feira foi um dos mais importantes que aconteceu nestes últimos quatro anos. Importante, porque mesmo a chuva que castigou o dia, não foi suficiente para afastar os guerreiro e guerreiros que comungam a periferia através da poesia. A comunidade, razão maior do sarau, deu mais uma mostra de silêncio e respeito durante as apresentações dos poetas-cidadãos que, armados de poemas e arrogância, recusam, insistentemente a serem vítimas do sistema. Que venham os inimigos! Difícil dizer o momento melhor, talvez o Helber recitando Navio Negreiro, ao som do tambor do Timbó. A MPB do Wesley Noog na abertura ou quem sabe na hora que o ator Sérgio Carozzi cantou o hino nacional adaptado para o momento. Quem sabe então o lançamento do livro do Edson gabriel, De olhos bem abertos, com a abertura do Professoer Ver. Carlos Giannazi/Psol, que aliás sugeriu que o sarau fosse tombado como patrimônio histórico, será?. A noite foi louca, parecia a nossa primavera de Praga. Sinto saudades só de lembrar. O cineasta Jeferson De também esteve por lá e levou os atores Paulo Vilhena e Robson Canto e toda sua produção do próximo longa-metragem "Um dia" para conhecer o nosso aparelho cultural. Lobão e Jimmi estenderam seus artesanatos na frente do bar. O pessoal do Magrela´s Bike, Valmir Vieira, José Neto. O Allan da Rosa veio de Salvador-Ba, já pensou se viessem junto o Nelson Maka e o Hamilton Borges da Blackitude? A rapa da casa de Cultura M´boi Mirim e o grupo Espírito de Zumbi, parceiros eternos. Diane e o pessoal da Casa dos Meninos. Becos e vielas e o Roberto do Rainha da paz. Ferréz e os guerreiros do UM DA SUL marcaram presença. Pensei "E se também tivesse vindo o Alessandro Buzo e o Sacolinha?", literatura pouca é bobagem. Vi várias pessas com livros na mão, chegou a me dar arrepios vendo todas essas pessoas à procura de conhecimento. O Pezão, poeta maior que não nos falta nunca, tinha que viajar justo nesse dia? A lua também esteve ausente, azar, as mulheres brilharam em seu lugar. Toni vermelho, também não foi, vixe, quero ver se ele tem atestado, porque a Rose (musa) só não foi porque estava doente. O versão popular e o Sales como sempre foram figuras marcantes. O Gaspar do Záfrica Brasil deu mais uma mostra da sua capacidade lítero-musical, axé pro novo cd dele. Não custa sonhar, mas, e se o GOG descesse de Brasília, no mesmo dia que o Mano Brow costuma colar? E se justamente nesse dia fosse o dia da libertação do Dexter? Adunias do estação hip hop e a revista Rap Brasil iam ter que gastar muita tinta para registrar, aliás, é possível fotografar um sonho? Vou perguntar para o Min e para o Pezão. Tinha gente pra caramba, faltou gente pra caramba, Robson Canto, Cavalo de pau, Ação e Arte, Bloco do beco, manicômicos, Binho, Ali Sati, Itapoesia, Du e Karina, Elizandra, entre outros. Caros amigos que representam o Brasil de fato, que na hora certa eu sei que não vão faltar, se é que vocês me entendem. Márcio Batista, Mavot e Lu, lili, Carlos Silva, Seu lourival, Roberto Ferreira, Prof. Pablo, Sõnia, Zé pompeu, Aduba, Jairo do periafricania, P.A, Tin Tin, Kênia, descendo a lenha no marasmo sem perder a elegância. Tanta gente boa que impossível não sonhar num mundo melhor para se viver. Acho que o sarau da Cooperifa só tá rolando porque muita gente não sabe, ou finge que não sabe, o que está acontecendo na periferia, essa nação que ferve e já não trama mais em silêncio as manhãs de um novo dia.
Que venham todos! É cedo para desistir e não é tarde para tentar!

Um comentário:

  1. sacola,

    agradecido pela postagem do texto no seu blog, mas a versão original está no blog atualizada. por favor gostaria que você publicasse a versão correta, beleza?
    seu parceiro,
    sérgio vaz

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