Poemas da poetisa Dinha...
O sentido quando se nasce
é uma pálpebra fechada diante do espelho
Queria ter nascido ontem.
Ano Novo Amor Velho
(Para Márcio e todos os outros)
I –
O ano novo injetou no calendário
Nova dose de veneno.
Nos convulsionamos todos
Violentamente.
O amor foi atirado
na janela do vizinho:
Fruta podre quebrando
a vidraça do teu peito.
Tentaste juntar os cacos
mas o resultado
feriu tuas mãos vazias.
Então erguemos os olhos e vimos:
Multidões de mãos feridas
Te acenavam como num sonho...
II –
O ano novo entrou chorando
Ou nós é que bebemos
E não vimos que era chuva
O que parecia choro?
O amor foi prolongado
Como um segredo
Dito no ouvido de um homem do povo?
O amor foi quebrado
E é a base de tiros
Que o amor sangra.
III-
O ano novo entrou correndo
Assustado pelos becos.
Entrou com fome.
E as ondas do mar, no mar
Cheiravam a sangue.
A esperança que ele trouxe
Em pouco tempo fedia
A escárnio e peixe podre
por isso anda escondida
nos necrotérios domésticos
das geladeiras e freezers.
Mas o ódio não é capaz
de apontar lugar seguro.
Plantaremos girassóis
Pra espantar esse céu cinza.
(Ano Novo, Amor Velho.
Se olhar não tem mistério:
A dor é parte da luta)
02 janeiro, 2006
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Sessão de autógrafos
Escritor Sacolinha lança livro na Bienal de SP na próxima quarta-feira “A Alanda ainda está de pijama” novo livro infantil do escritor s...
-
Neste sábado 13/01 às 10h a Casa de Cultura Pq. São Rafael recebe a terceira edição do projeto Minha Literatura, Minha Vida...
-
Saudações a todos e todas. Este é o Fanzine Literatura Nossa nº 21. Mais um meio de divulgação dos trabalhos literários da Associação Cultu...
-
Currículo/Biografia 1983 Nasce no Hospital e Maternidade Pq. Dom Pedro II, em São Paulo, Ademiro Alves de Sousa, filho de Maria Natalina Alv...
Nenhum comentário:
Postar um comentário