23 maio, 2008

"A longevidade da águia".

Nesta manhã, gostaria de tratar de um tema que, a rigor, poderia ser interessante a qualquer ser humano.

Quero falar de longevidade...

Nos dias da confusa e enigmática historicidade do terceiro milênio, quando as pessoas, ou, melhor os jovens, dada a facilidade premente pelos contumazes modos da vida moderna, crescem sem limites e, nessas condições, vivem ao léu, largados, como se fossem verdadeiras feras soltas na floresta de pedra em que, a partir da explosão demográfica dos anos sessenta, se transformou o mundo moderno, e, diante das facilidades que se vislumbram pelo descontrole, se entregam em holocausto nos braços dominantes droga e nos espaços obscuros da irresponsabilidade.

Demais disso, o que se vê é nada mais, nada menos do que um vendaval que sopra com os seus ventos cortantes no caminho de uma crassa dependência química que, infelizmente, conduz o viciado em uma viela de mão única, quase sempre, apenas, de ida porque o retorno é assaz difícil de ser encontrado.

Isto, invariavelmente, conduz o elemento que vive na atualidade a uma brevidade visível ao invés de levá-lo à longevidade...

Não é o que acontece com um dos seres vivos criados pela magnitude de Deus; a águia.

Enquanto a transformação humana, pelo menos nos últimos tempos, tem sido desastrosa em função do cigarro industrializado, cuja origem se delimita ao dia 03 de novembro do ano 1492, ao tempo em que Rodrigo Jeres e Luiz de Torres, tripulantes da esquadra concedida a Christophorus Columbus, que, convidados para um ritual indígena na Ilha de São Salvador onde se utilizava o "tabaco", viciando -se, carregaram mudas para um possível cultivo em solo da Espanha e, dali, estenderam o infame costume a toda a Europa, e, posteriormente, a toda a`Ásia; mais tarde a todo o mundo. A vida seguiu o seu curso e, entrementes, a listagem das substâncias viciantes se elasteceu e, em conseqüência, hoje, morre-se das mais variadas mazelas em razão de tais práticas.

No mundo animal, no entanto, a nossa observância nos leva a algo surpreendente. A águia, por exemplo, após quarenta anos de vida, com o bico, totalmente, encurvado, com as asas deveras envelhecidas e com as garras, profundamente, atrofiadas; já não come, já não voa e, paralelamente, já não caça... - é necessário uma singela e profunda transformação.

A esse tempo, ela se retira para um deserto, e, ali, começa a sua enigmática restauração...

Em primeira instância, bate, insistentemente, o bico de encontro as pedras até que este órgão, quebrando-se em singelos fragmentos, possa lhe recompor com um outro como se fosse aquele da sua jovialidade. Portanto, com o bico, recentemente, restaurado, a águia providencia com que todas as suas penas, hoje, atrofiadas e imprestáveis para o vôo sejam, uma a uma, arrancadas e, desse modo, com o nascer de nova penugem, o estado da sua asa terá sido recomposto... - falta uma etapa... - então falta uma etapa... - as garras! Utilizando-se do bico novo como um poderoso e eficaz alicate, a águia se põe em ação e, arrancando tanto as garras da esquerda quanto as da direita, espera que elas sejam reestruturadas e, com elas novinhas em folha, a águia abandona o deserto para um interstício de vida de mais trinta anos.

No entanto, ao chegar aos setenta anos de vida, novamente enfraquecida, não tendo como retornar, mais uma vez, ao deserto para reconduzir-se à condição de jovem, somente um destino lhe é imposto; a morte.

E o ser humano?

O ser humano do terceiro milênio, a cada dia, mais e mais, tem se tornado neófito abreviando a vida quando se entrega ao vício das drogas, seja ela qual for...

Aspira-se a cocaína, fuma-se maconha, consome-se o crack, derrama-se o álcool no cérebro, e, consequentemente, injeta-se fumaça e se carboniza os pulmões... - resultado...

Ossos da face são sumariamente descalcificados e, até mesmo, deixam de existir, vasos capilares são rompidos, veias são obstruídas, neurônios têm as suas funções alteradas, as doenças oportunitas dizem... - eis-me aqui... - os cânceres diversos se tornam uma realidade, os enfizemas pulmonares se apresentam, o câncer da glote não é uma surpresa, os desvios de conduta não são algo descartável e as mazelas humanas se fazem, cada vez mais, presentes em nossas vidas.

Careta?

Careta nada; o que eu quero mesmo é gozar a vida!

A pergunta crucial; até quando?

Drogados; todos nós somos...

Com uma grande diferença.

Quando se vai a uma drogaria e adquire-se um medicamento contra a gripe, um xarope contra a aquela tosse intermitente, um regulador da pressão, um anticoncepcional, estamos adquirindo uma droga, no entanto, em dosagem para cura e não para oferecer um barato.

Casos como os acontecidos com a cantora Elis Regina, a atriz Marilyn Monroe e tantos outros mortos de forma prematura, deveriam servir para nortear os procedimentos para uma vida saudável; mas não têm surtido o verdadeiro efeito.

Assim, depois de explanar sobre isso; finalizando; digo:... - a escolha é sua...

Usar ou não usar droga...

Você decide!

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